quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Quatro princípios das mídias sociais que são coringa para todos os relacionamentos



Neste ano, muita coisa foi abordada neste blog. O objetivo inicial, ao ser criado, foi o de discutir o impacto das mídias sociais sobre o Jornalismo e a Comunicação Empresarial. Mas, ao longo do tempo acabou incluindo outros assuntos decorrentes, revelando joio e trigo deste mundo de relacionamentos 1.0, 2.0, 3.0 e como continua sendo importante o que chamo de zero.zero, ou seja o olho no olho, o pessoal, o cara a cara.

No tempo em que venho escrevendo, jornais fecharam suas portas em todo o mundo, profissionais optaram por outras formas de trabalho ou se adequaram para conviver com as novas ferramentas, plataformas, redes e comunidades por questão de sobrevivência. Por sua vez, os patrões - e não somente os da área de Comunicação - continuam correndo atrás de respostas claras para lucrar com este universo que, a cada dia, pela espantosa velocidade da tecnologia, apresenta novidades ainda mais desafiadoras. Aqui no Brasil, voltando ao Jornalismo, após a martelada sobre o diploma e a incógnita sobre a regulamentação da profissão, a década termina com a triste realidade da retórica de um discurso sobre liberdade de expressão que arrepia por todo o histórico de vida pública e política do seu porta-voz na 1ª Conferência Nacional de Comunicação.

Infelizmente, o retrocesso é inversamente proporcional a todo um avanço alcançado em outras direções. Falar em "apoio incondicional à liberdade de imprensa" depois de meses em que o OESP foi literalmente impedido de tocar no assunto Sarney - apenas para citar um pedacinho do gelo da ponta do iceberg que significa a série de episódios que marcaram as duas etapas do governo Lula e seu relacionamento com a imprensa - é, no mínimo, uma incoerência perto do que ele fez ao elevar o Brasil à pauta mundial em vários segmentos outrora esquecidos. Okay, fim do parêntesis sobre Jornalismo e, de volta ao foco do tema do último post (é que este aqui tem um certo caráter de retrospectiva, ainda que superficial).

Enquanto a “nova ordem mundial” vai tomando forma numa “metamorfose ambulante” (parafraseando o inesquecível e também lembrado este ano Raul Seixas) em progressão algorítmica (sim, porque geométrica foi da minha época), em que as gerações Y, Z certamente trafegarão com mais malemolência que as anteriores, por questões de HD mental mesmo, acredito piamente em quatro princípios que, não importa a velocidade da informação ou a quantidade de memória que o cérebro possa armazenar, associar, raciocinar, criar e multiplicar, vão estar sempre “na ordem do dia”.

Estes princípios aprendi ao longo de 2009, observando o relacionamento entre as pessoas nas redes e comunidades, comparando com os de família e associando-os às várias leituras feitas no ano. São quatro dicas que valem para todas as mídias. São, na verdade, valores de uma mente de sucesso, e começam pelo relacionamento pessoal. Por que?

Porque antes de relacionar-se com o outro, você precisa aprender a se relacionar bem consigo mesmo. Depois, então, você pode seguir para as demais pessoas no ambiente real e em todas as instâncias envolvendo plataformas, ferramentas, redes e comunidades: Vamos lá?
1) Fale sempre de forma positiva, mantendo seu “eu ideal” em alta. Se você se mantiver na condição de constante aprendiz de forma divertida e falar positivamente, vai atrair o positivo (as palavras têm poder – Are baba!). E se você se mantém divertido em casa, com a família, os amigos e os colegas, a vida se torna divertida. Vale a pena experimentar.
2) Quer ter sucesso? Então, mantenha o pensamento na mudança que precisa realizar para isso. Tudo o que conseguimos depende apenas de nós – agora, se nos mantivermos fechados, como mudar para chegar onde queremos? Então, abra a cabeça para as mudanças, aceite-as, integre-as ao seu dia a dia e “vamos que vamos”.
3) Mude você: você não pode se dar bem com todo mundo, mas pode se esforçar para se dar bem com o maior número de pessoas. Se não aceita algo em alguém e a atitude desta pessoa não te agrada, ao invés de se desgastar tentando mudá-la, que tal mudar você?
4) Viva com paixão. Estamos aqui para ser felizes – buscamos a felicidade em cada momento da nossa existência (pelo menos acredito que seja para isso que estamos aqui, a não ser que haja masoquista por opção!). Então, coloque paixão no que sente, no que faz, no que diz, no que realiza e você verá que o sucesso na sua vida – em todos os aspectos e em todos os relacionamentos, plataformas, mídias, departamentos e escalas - virá como decorrência natural destas escolhas. Porque estes princípios nada mais são que escolhas de vida. De uma vida de valor.

Feliz 2010, com muito sucesso para você! Para nós! ;D

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dez verdades que refletem os impactos sem volta no Jornalismo Mundial



Jornalista aprende na prática. Então, foi lendo (e não somente em Português, mas principalmente em Inglês), baixando arquivos, vídeos, livros inteiros, entrevistas etc., ouvindo, vendo, trocando informações com pessoas mais experientes, entrevistando os “geeks” (que passaram a entender e falar deste mundo, defendendo suas ideias e dando conselhos a respeito), jornalistas - brasileiros e do exterior -, escritores, pessoal da área de pesquisa, “evangelistas” (outra categoria destes novos tempos de pessoas que, como diz o nome, literalmente visam a catequizar sobre determinada marca) e, principalmente, escrevendo, que venho me relacionando com este mundo das chamadas mídias sociais ou socialcast, em uma contraposição ao broadcast.

Grande parte do que vim aprendendo foi dividida entre podcasts (no meu caso, dicas de como usar ferramentas – e apenas para a Rádio Mega Brasil), textos aqui no blog ou mesmo em vídeos – que não gravo, mas desço de fontes que considero fidedignas para meus estudos – e, agora, estão compartilhados no You Tube. Haverá outra, em forma de livro – este todo meu – ainda em fase final de construção.

De qualquer forma, como desafio e tentando dar uma palha do que acredito ter aprendido no ano que chamei de sabático, busquei sintetizar, especialmente para os jornalistas, um pouco deste fantástico mundo. Ele envolve diferentes tipos de ambientes, plataformas, aplicativos, linguagens, gírias e “tribos”, interagindo e trocando informações e experiências como nunca antes. Depois de 11 meses imersa ou flutuando nesta imensa nuvem, ao qual, inclusive, me linkei de forma inexorável, quase como um vício, eu destacaria 10 verdades que refletem os impactos sem volta no jornalismo.


Pluralidade

Antes, porém de entrar nelas, queria ressaltar um dos fatores mais espetaculares desse mundo, aliás, uma das exigências intrínsecas à participação dele: sua pluralidade. Ela está na forma de se relacionar com e por meio das mídias sociais.

Além da diversidade de formas de relacionamento, há um caráter de simultaneidade muito louco que cria o que o jornalista Manoel Fernandes (em posts anteriores - aqui mesmo - já chamou de "atenção parcial continuada" e que eu chamaria de "meia-atenção" ou síndrome da leitura pela metade". Isso porque trata-se de uma leitura na diagonal, que, não raro, induz ao erro. (Esta parte do texto não entrou em nenhum dos demais até agora - ver nota ao final deste post) Mas, vamos lá, aos impactos que as mídias já causaram ao Jornalismo em todo o Mundo. Claro que aqui é um resumo bem básico - ou você acha que eu entregaria tudo num só post com um livro no forno?

As mídias sociais são inexoráveis. Não tem aquela de “não adianta bater, eu não deixo você entrar”, como refrão do jingle do comercial de Casas Pernambucanas. Por isso, os jornais impressos migraram seu conteúdo para a web e diariamente – twittam, se não por meio de seus portais, via seus colunistas, as manchetes e principais notícias para manter os leitores linkados aos seus conteúdos. O diretor editorial do Grupo Estado, Ricardo Gandour não se cansa de repetir a cada evento para o qual é convidado a palestrar: “Nosso conteúdo nunca foi tão lido, mas, ao mesmo tempo, nunca se pagou tão pouco pelo nosso conteúdo”.

Sem qualquer conotação política, a frase do diretor patronal é o sintoma mais cruel das mídias sociais sobre nossa atividade. Por que ao ver o jornalista Daniel Piza perguntar todos os dias, na Tevê – “qual o valor do conhecimento”, ele está, na verdade, colocando sua cara à tapa também, para questionar, subliminarmente, “quanto vale o meu trabalho” – e o de tantos colegas – que detêm conhecimento, discernimento e todos os outros requisitos para diariamente imprimir a qualidade de conteúdo que o Estadão (só para citar um veículo de comunicação impresso) traz diariamente aos seus leitores? E, como ele, os demais profissionais que sustentam a cadeia de um modelo de negócios que, até o surgimento das mídias sociais, era o que garantia grande parte dos empregos que já não existem mais...

Porque é fato 1: O jornalismo impresso perdeu e ainda não achou um novo modelo de negócio que conviva de forma amigável com as novas mídias. E mais – se achar, cada jornal encontrará o seu.

A pluralidade das mídias sociais acabou de vez com modelos semelhantes para os mesmos mercados. Somente no jornalismo impresso, por exemplo, as seguintes propostas ainda estão em discussão:
a. Há quem aposte no fim do papel e quem continue achando que haverá os que pagarão pelo papel por hábito.
b. Há quem espera que se pague pelo conteúdo completo de matérias cujo material à disposição na web seja apenas um chamariz.
c. Há outras opções...

Fato 2: Hoje, do Oiapoque ao Chuí, de Nova Iorque a Londres, passando por outras cidades de países mais longínquos, todas as Redações trabalham com menos da metade dos profissionais que costumavam contratar há cerca de 10 anos.
As habilidades dos colegas também devem ser outras e, mesmo aqui no Brasil, uma ampla discussão envolvendo a mudança da grade do currículo foi realizada. Ser multiprocessado é qualidade sine qua non para qualquer jornalista trabalhar. Em síntese, ele deve:
a. Saber dirigir (veículo de verdade, não necessariamente de comunicação!),
b. Escrever o melhor Português – porque erro é fator de unfollow e, num processo de seleção, de fator de escolha.
c. Fotografar - se não também filmar.
d. Fazer o texto para matérias impressas, além de blogs, podcasts etc.

Além disso, as Redações passaram a contar com a figura do repórter-cidadão – enviando material via You Tube, Twitter e outras plataformas – graças à crescente mobilidade e convergência digitais.

E não devemos nos esquecer dos blogueiros. Eles têm representado uma fatia cada vez mais importante e representativa no mundo das mídias sociais – e sem essa de achar que são concorrentes. Convidados para eventos criados especialmente para eles reverberam notícias e opiniões sobre as mais novas sensações tecnológicas, entre outros importantes fatos.

Furos jornalísticos tão importantes no passado não superam a relevância da credibilidade de conteúdo nas mídias sociais. Quantidade de seguidores nem sempre significa qualidade de conteúdo. E novos medidores de resultados surgem a cada dia para provar aos investidores em mídias sociais que isso é verdade. Nas mídias sociais, faltando credibilidade, sobrarão posts negativos, tweets tipo “mimimis” além de outros resultados que, para melhorar a marca, só com muito trabalho de PR (e aí, entramos na seara da Comunicação Empresarial, que merece, por si só um artigo!).

Não confunda nuvem com fumaça. As mídias sociais são mais um mundo onde se pode ser bem sucedido, mas não é para todos, não. O conselho de que “o que é bom para uns pode não ser para muitos outros”, vale para empreendedores e jornalistas. Como já abordei em vários podcasts, sem saber objetivo, público, mensagem etc., melhor pensar duas vezes antes de se aventurar com blogs corporativos, perfis em twitter e facebook e campanhas visando viralização. Ainda que um dos bordões dos defensores das novas mídias seja o de que “se você errar, dá para consertar rapidamente e de forma barata”. Vai correr o risco?

O material deste post foi criado em primeira mão para o blog Mídias Sociais e depois, resumido para o podcast da rádio Mega Brasil online.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O início do fim



Sem pânico! Este post não tem nada a ver com desgraceiras de fim de mundo anunciadas por eras de Aquário, civilização maia ou filmes hollywoodianos. Trata-se apenas do óbvio. O ano começa a acabar.

E, ao despontar, Dezembro tem ar de epílogo. Isso porque suas atenções se voltam para as celebrações das realizações do ano e as expectativas do que será 2010. Se para as empresas americanas isso já era fato desde Outubro, por causa do ano fiscal, obrigando as áreas de Marketing a criarem seus planos estratégicos para o ano seguinte já por volta daquele mês, aqui, pelo menos, a coisa é mais ou menos assim, de última hora, mesmo - coisa de brasileiro.

Vejamos a imprensa. Se não estiver quase toda embrenhada na elaboração acelerada de seus programas de retrospectiva - televisionados ou impressos - também está, por meio de algumas publicações, premiando os maiores e melhores nas várias categorias existentes e novas, estas últimas surgidas na esteira das mídias que aconteceram com a web 2.0 e que se consolidaram ao longo do ano.

Eu, em fase final de ano sabático, encontro-me naquela fase de edição de todo o material "downlodeado", lido, impresso, estudado, rabiscado, entrevistado, anotado, gravado e (ufa!) fotografado. Resumindo: numa crise total, ampla e irrestrita. Se pudesse hibernar, fechar-me em copas, tornando-me apenas escritora, seria o Paraíso. Mas, além de multiprocessada, sou #mulher,#donadecasa, #provedora,#maecomfilhos etc..

Assim, seja para o livro das mídias sociais - que poderia virar uma enciclopédia em fascículos (rs!), de tanta coisa que cada assunto permite discorrer -, quanto para o outro, o do meu lado Vany anormal, a verdadeira personagem, em carne e osso, que teve um dia um namorado Rui, com quem não viveu as peripécias da outra - a da série - mas, certamente, tem muito em comum em micos e situações dantescas e até inéditas - e que, pelo menos, se não virar livro, pode se transformar mesmo em roteiro para continuação da série imortalizada pela fantástica dupla Torres & Guimarães (quem sabe?), o fato é que ainda tenho um caminho árduo até que o parto de cada um seja feito como quero, e não a fórceps, como são capazes, ambos, de saírem, por cumprimento de prazo. Pior, com aquela sensação de que "ai gente, será que não dava ainda pra fazer um último copy antes do prelo?".

Neste caminho, que envolveu organizar toda a sorte de material apurado, decidi compartilhar o acervo de vídeos que me inspiraram em meus estudos e, claro, nas horas de recreio também. Quase ao apagar das luzes de 2009, surge mais um canal de mídia social meu: o You Tube. E agora queria convidar você para conhecê-lo. Mas por que?

Compartilhar é uma das palavras-chave das mídias sociais e por isso este convite ou, até, presente. Lá está uma importante parte das fontes nas quais bebi de uma água pura, criada por gente muito boa, que me abasteceu durante estes meses (grande parte do material em inglês!).

São materiais riquíssimos, que, complementados com a série de entrevistas, eventos, livros e outros tantos outros textos e trocas de informações, vão dar no que der e espero ter competência para passar tudo o que aprendi e apreendi. De qualquer forma, achei que seria bacana oferecer as video-aulas para quem se interessar!

A este endereço de You Tube incluem-se os demais. Se você ainda não tem, aqui vão:

PR 2.0 (o primeiro blog - a gente também nunca esquece)

Linked In - a rede social mais profissional - Em inglês

Facebook
Twitter (que pode ser visto aqui, ao lado!)
Plaxo - Começou como uma caderneta de endereços virtual e hoje está integrada graças à semântica das redes
last.fm - rede social de música
... (aqui estão outras sem número às quais acabamos nos inscrevendo por força de circunstâncias e dos estudos, não necessariamente por uso constante)
Mosaico Pró-comunicação (o site da empresa!)
(foto gentilmente cedida por Helton Kuhnen)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Convergência - você sabe em que pé ela está?

O tempo de criação entre um vídeo e outro está cada vez menor. E toda vez que o comentário sobre o assunto surge em roda de parentes ou amigos que não twittam, olham enviezado para as mídias sociais e vêem no computador um concorrente contumaz, eu fico me achando a marciana, como se eu falasse de OVNIs, tabelas periódicas atualizadas com elementos radioativos ou a "jornerdlista" da turma.

O fato é que a convergência está aí. As informações, bombando. O blog - que tem outros vídeos sobre a evolução das mídias sociais - somente neste ano - traz a mais nova versão das tecnologias que estão revolucionando o mundo, transformando-o nos conectados e naqueles que ficarão, para sempre à margem da loucura paralela que é o mundo virtual! Acompanhe e dê sua opinião ou deixe um recado sobre como você está em relação a este mundo!

Mídias sociais: a pororoca entre reacionários e revolucionários. O caso da aluna da Uniban e os anônimos defensores de Lula no blog do Noblat

Parafraseando o "colega de redes" e especialista em Marketing para Mídias Sociais, Nino Carvalho "quando passamos grande parte do tempo twittando, estamos trabalhando, sim". Provocamos reações ou estamos buscando respostas, retwittando informações e links de notícias importantes, acompanhando eventos, conversando com pessoas com as quais não teríamos a chance de "conhecer" se não fosse o twitter, fazendo pontes entre outras que querem se "falar" ou apenas... estamos observando! Isso eu faço o tempo todo - faz parte do processo final pelo qual meus estudos sobre as mídias sociais está passando agora. Observo as pessoas e seus comportamentos no twitter e em outras mídias também - até porque o twitter é ponte para várias outras.

Liberdade de expressão e responsabilidade sobre o conteúdo

Já abordei a liberdade de expressão várias vezes aqui neste espaço, mas nunca sob este ângulo: a tomada de consciência da possibilidade de interação por gente que antes não falava, não reclamava, não opinava, não reagia e que, de repente, está fazendo tudo isso, mas de uma forma muito estranha. Este divulgar, escrever, está virando um gritar e até "vomitar" como se toda esta carga de opinião estivesse, mesmo, contida por muito tempo. E isso tem ocorrido de uma forma tão avassaladora e descontrolada, que assusta.

Não se trata apenas daquelas dimensões hiperbólicas, superlativas, tsunâmicas, das quais falavam os autores do livro Groundswell não. É mais que isso - é um movimento local, brasileiro porque envolve o tão propalado acesso das classes C e D à internet - com a inclusão social promovida pelo governo Lula. Nada contra, diga-se de passagem, desde que se mantenha o respeito. E não é o que eu tenho visto, ouvido, acompanhado em eventos, noticiários e agora vídeos, blogs, twitter e outros locais da chamada mídia social.

Geisy x 2 mil alunos reacionários da Uniban

O caso da moça do vestido rosachoque justo da Uniban é emblemático. Tomou proporções acima de qualquer expectativa. E a onda começou com os próprios alunos, quem diria. Numa atitude reacionária, dentro da faculdade, eles começaram a atacá-la. De lá para filmes de celulares postados no YouTube e logo retransmitidos em Orkut, Facebook e Tweeter, foi um espirro.

A mídia tradicional acompanhou o desenrolar a semana toda, até que a aluna acabou expulsa da universidade, gerando nova onda de protestos, desta vez da sociedade civil. Agora, jornalistas, artistas, professores, advogados profissionais liberais, todos unidos ou sozinhos - passaram a opinar sobre a reação desenfreada dos alunos, a decisão claramente machista da universidade e sobre o direito de defesa da vítima, a moça. No dia seguinte a sua expulsão, até artigo de repúdio à decisão da universidade já circulava na Internet com mais de 2 mil assinaturas, quando eu mesma linkei o documento para referendar meu desagravo, lá pelas 15h, já usando minha fita rosachoque em meus apelidos no Twitter e no Facebook.

Manifestos a favor e contra vinham de todos os lados. O clima que se formou foi o de uma guerra civil midiática. E um cidadão, que chamou os alunos de revolucionários, aproveitou o episódio para atacar os professores que incitam os alunos ao comunismo (!?), bem na data em que se comemora os 20 anos de queda do Muro de Berlim! Está tudo aqui, neste vídeo, também postado no Youtube.



Sobre este caso, o que fica? A gente ainda não sabe - a Uniban, que hoje mesmo teve outro caso divulgado no BlueBus, parece estar voltando atrás na decisão da expulsão.

A moça, por sua vez, teve sua auto-estima abalada. Quem a viu em sua primeira entrevista no Fantástico, firme em seu direito de vestir o que bem lhe caísse no gosto, e ontem, de preto até o pescoço, assumindo certa dose de responsabilidade sobre o ocorrido, deve ter tido pena dela.

Minha opinião é a de que ela não foi pelada, não atentou contra o pudor, não foi sequer de biquini. Foi com uma roupa colada, sim. Imprópria? Talvez. Mas, e daí? E o que falar dos homens que se coçam na frente de todos ajeitando o "bráulio" sabe-se lá por que motivos não mais de uma vez? Ou que literalmente abrem suas braguilhas e fazem da rua mictório público em qualquer hora, do dia ou da noite, para se aliviar? Que falso moralismo é esse? Homem pode pôr o dito cujo para fora, mas mulher não pode vestir nada colado? Gente, Marilyn Monroe foi mito e isso nos anos 50, 60... e estamos no século XXI!


Sobre sermos chamados de "eles" por Lula

Muda a cena - entra o artigo que li da Danuza Leão no Blog do Noblat, sobre sua decepção acerca do primeiro governo Lula, de como ela votou nele (ela, eu, todo mundo e o Zaqueu e aí...se arrependeu!) e o artigo, bem ao estilo Danuza-de-sempre, não tinha nada demais, estava muito bem escrito e retratava, com bastante fidelidade, o que havia acontecido com o nosso Presidente e como ele passou a tratar a imprensa que começou a censurar e as pessoas que deixaram de segui-lo, e bla bla bla. Eis que o que me chama a atenção é a quantidade de comentários sobre ele (artigo!) - 145. Curiosa, me pus a lê-los. Credo, o que era aquilo! Quem se dispuser a fazê-lo vai se horrorizar - é de ficar chapado/a, como eu fiquei e transmiti o recado esta manhã ao jornalista, via twitter. As pessoas se xingam, trocam verdadeiras ameaças. Aquele espaço virou mesmo um palanque político quando, duvido, tenha sido esta a intenção, pelo menos da Danuza ao escrevê-lo - já não sei a do Noblat, de divulgá-lo em seu blog.

O fato é que esta coisa de o poder da comunicação estar cada vez mais na mão das pessoas tem - como toda moeda - os dois lados da questão: as reações sejam revolucionárias ou reacionárias, se encontram e formam a pororoca nas mídias sociais interativas! E tornam-se estratosféricas, barulhentas, sem controle. No que isso vai dar, especialmente se estamos às vésperas de ano eleitoral? Eu não sei.

O que eu sei é que nas mídias tradicionais e mesmo nos blogs, como os de Noblat, artigos e matérias têm assinaturas, rostos. As pessoas assinam suas matérias, responsabilizam-se pelos seus conteúdos. Agora, e quanto aos que comentam? Muito do que eu li são ataques originários de apelidos como "Liga da Justiça", "A Bem da Verdade"... por que estas pessoas não se mostram, não aparecem, continuam no obscurantismo?

A democracia no Brasil tem muito o que crescer. O bullying está por toda parte. E a retórica está no auge. Se todas as pessoas têm realmente têm o que dizer e "na maior moral", por que se escondem atrás de um pseudônimo?

O Brasil tem que mostrar a cara! Usar as mídias sociais, sim, mas se for para comentar, falar de peito aberto, com nome, sobrenome, CPF e fotografia também. "Sem medo de ser feliz" - ou não é esse o bordão que Lula usou para chegar lá?

domingo, 25 de outubro de 2009

Google + Twitter = velocidade + acesso instantâneo vão desbancar qualquer jornalista no front



Enquanto meu lado “adivinha” não me faz sonhar com a sequência exata das dezenas vencedoras daquele superprêmio acumulado da Mega-Sena, eu vou praticando meus exercícios de futurologia de outras formas.

Foi eu escrever sobre a ferramenta de buscas do Twitter, no post da “Message in a Bottle” e pimba, na mesma semana o Google e a empresa Twitter anunciaram sua parceria baseada na integração do que? Dela, a mesma ferramenta. Com o acordo, o mundo vai finalmente entender algumas das estranhas músicas cantadas pelo passarinho azul que tanto movem as pessoas que investem seu tempo em frases de-todo-tipo e para-todo-tipo-de-público com as siglas mais estranhas, antecipadas por sinais de jogo-da-velha (as hashtags) e outras gírias criadas especialmente para quem é “twitteiro”.

Jargões e siglas de usuário da plataforma à parte, o fato é que os próprios sócios que a criaram – entre eles um que esteve aqui na semana passada, o Biz Stone – assumiram total espanto sobre o sucesso estrondoso que o pio vem obtendo em apenas três anos de existência (e disseram que mesmo o nome Twitter lhes parecia ridículo, a princípio). Mas, passada a fase do oba-oba agora é a hora de mostrar qual é a nota mais alta que o pio deste pássaro alcança, que altura seu vôo atinge, enfim, todas as metáforas cabíveis. Biz Stone mencionou algo como estar trabalhando para fazer a ferramenta gerar renda e que existem empresas dispostas a pagar para receber uma análise de performance de resultados.

Mas, concentrando apenas na parceria com o Google, a gente pode prever o quanto ela será muito boa para o Twitter – sim, mais para o Twitter que para o Google. Ao publicar os posts de twitteiros sobre um assunto procurado por um indivíduo em sua página de buscas, o Google complementa sua pesquisa, ok. Mas... só isso. A partir daí, todo o mérito do que virá a mais com isso será dos twitteiros que postarem seus pios em tempo real, confere? O que o Google será, na verdade, é um grande facilitador ao democratizar ainda mais o uso do Twitter, e, claro, amplificar o que dizem sobre marcas e pessoas neste universo até então "paralelo" - especialmente em locais nos quais a ferramenta ainda é desconhecida ou... vista de soslaio, como acontece em alguns setores da economia, ou em faixas etárias bem específicas.

O Brasil neste contexto

Pensemos na realidade brasileira. Quem twitta aqui são estudantes ou pessoas de nichos – tecnologia, mais especificamente, jornalistas, blogueiros, artistas, os políticos, agora movidos pelo incentivo das proximidades das eleições, e... curiosos.

Quando se fala em empresários, são contados nos dedos – porque, inclusive, raros são os que realmente curtem tecnologia e, se twittam, o fazem – em sua maior parte – como o Mano Menezes. Se não é via filha ou assessora, é por meio da agência, web-partner, evangelista ou web-qualquer-coisa. Afinal, a cada dia cria-se um novo codinome para um cargo cheio de bossa de alguém com background sabe-se lá de que formação, que vai estruturar toda a estratégia e cuidar do conteúdo das mídias sociais pelo tal executivo. (Eu já vi de tudo - gerente de sistemas, uma turma legal e auto-didata superesforçada mas sem qualquer canudo que justifique um background de Comunicação, Marketing, RP ou alguma relação com estas cadeiras e que escreve "para mim fazer", " a nível de", "enquanto empresário" e coloca crase antes de verbo... enfim, de tudo um pouco - e fecha, parêntesis.

Tudo em função de uma verdade que não muda no mundo dos negócios, muito pelo contrário, é cada vez mais vital: “Tempo é dinheiro”. Imagina se o próprio empresário vai ficar diante de um TweetDeck ou algum aplicativo para twittar sobre sua empresa/marca etc.. No Brasil, o Google não mudará muito porque já é unanimidade entre os pesquisadores. Representa, segundo pesquisa feita pela Serasa Experian Hitwise, 95% das pesquisas feitas na internet, conforme notícia divulgada esta semana e twittada pelo @mosaicosocial. Acho que todos se lembram quando o jornalista Paulo Henrique Amorim o chamou de oráculo, não?

Tempo real = vida pulsante = notícia ao vivo

Agora, imagine começarem a pipocar no meio destas pesquisas os pios twittados no site de microblog. Será “uma loucura”. Os usuários do Google terão acesso a situações em tempo real sobre os temas pesquisados e isso pode gerar vários cenários.

Como eterna otimista, acredito em uma mudança de comportamento para o bem. Numa forma de pesquisar na Internet, que tornará as pesquisas muito mais interativas e criativas do que são hoje. Pode até acabar com o famoso Control chups/control cusps de trabalhos inteiros a partir do momento em que, por exemplo, um estudante se deparar com um jornalista ou pesquisador, ou mesmo artista twittando sobre algo mais novo e começar a trocar figurinhas com aquela figura “em carne e osso”. Sonho? Poesia? Baixou a Polliana?

Não sei. Acredito na interatividade da internet. Não era este o objetivo da Tevê Digital que tanto se propalou por aí e que na verdade, não rolou – ainda? Os posts de twitteiros podem ainda tornar trabalhos escolares discussões atuais sobre o que está acontecendo agora, no minuto em que a pesquisa estiver em andamento – e por que não – em sala de aula, com a participação dos twitteiros? Super!

Estou dando o exemplo da pesquisa escolar porque sou #jornalista e #maecomfilhos (como vários leitores daqui que me seguem no Twitter já me viram escrever!). Mas há uma infinidade de outras variantes para estas buscas, se voltarmos alguns parágrafos acima e relermos o perfil do twitteiro, só no Brasil – de nichos.

O que cabe discutir é que este acordo Google/Twitter vai muito além do exemplozinho pueril sobre condições do tempo numa estação de esqui sugerido pelo Google para apresentar sua proposta ao ‘honolável público’. Pode fazer com que pessoas comuns tenham acesso imediato aos horrores do Irã no momento em que balas perdidas na multidão pacífica estejam pipocando em pescoços inocentes ou helicópteros policiais abatidos por armamento bélico pesado nas mãos de traficantes em morros do Rio de Janeiro. Ou, por que não, revelar que uma determinada cura de uma rara doença acaba de ser descoberta?

Novidades antes na mão de muito poucos passarão a ser instantaneamente conhecidas por muitos em pouquíssimo tempo, criando uma velocidade e disseminação sem precedentes – sobre pessoas, coisas, empresas, marcas, tudo, absolutamente tudo. A verdadeira tsunami sobre a mídia tradicional. Sem dúvida, uma parceria que traz benefícios para as duas empresas, mas sobretudo, ainda mais aos usuários, garantindo velocidade e acesso às informações que circulam no Twitter e na internet. Ao ler sobre este acordo, estas perspectivas de notícias te passaram pela cabeça?
(foto: http://proavirtualg11.pbworks.com/f/1165355432/imagem7.JPG)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O SOS to the world dado por um jornalista e como eu encontrei no Twitter sua "Message in a bottle"


Uma das razões do Twitter ser um poderoso concorrente no âmbito das mídias sociais reside no fato dele reconhecidamente ter uma ferramenta de busca extremamente eficaz. O Facebook se rói de inveja. Pode ter mais usuários, ter até criado uma versão lite para aumentar sua capacidade de adeptos, buscando integrar a turma do Orkut para sua plataforma, mas, não adianta. Está aquém do que mantém os sócios da plataforma do pássaro azul ser avaliado em US$ 1 bilhão e literalmente bancado, mesmo sem trazer para casa o outro ROI - o Retorno sobre O Investimento.

O Twitter se mantém na preferência porque é muito mais do que um meio de troca de mensagens, quizzes engraçadinhos ou de jogadas ao ar de sentimentos obtusos entre colegas, amigos, desconhecidos ou pseudo-intelectuais, dentre outras ações a ele atribuídas diariamente por geeks – como eu, não vou negar – que curtem a plataforma e a utilizam das mais diversas formas. Pode ser jornalismo de serviço, teaser de campanha ou diversão apenas, como recentemente admitiu o jornalista William Bonner, que em muito pouco tempo se tornou um fenômeno do espaço com suas interativas para escolher a cor da gravata com a qual ele apresentará o JN da noite.

Graças ao seu poder de ferramenta de busca, o Twitter pode pautar a mídia tradicional e criar histórias como esta, que aconteceu comigo e foi mote do podcast semanal que tenho desde Abril, com exclusividade, na Rádio Mega Brasil online, às 2as feiras (13h30), com reprises às 3ª.s (11h30) e 4as- feiras (21h30).

Redirecionamento profissional

Redirecionamento profissional? Que responsabilidade! Mas foi exatamente este o feedback que recebi de um colega uns 20 anos mais jovem que eu depois de uma ajuda dada a partir de um twitte seu, um SOS to the world, encontrado, assim, como uma "Message in a bottle".

Primeiro parêntesis: ‘cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...’

Cada um encontra na vida a sua forma de marcar sua existência. Eu achei a minha. Em parte, isso envolve certa dose de gentileza (sem modéstia alguma, de verdade!). Ora, ela tem a ver com um estender a mão a alguma pessoa – o que, não raro, é mal interpretado e me faz pagar altos preços.

O que eu sei é que eu não vejo nada demais em ajudar as pessoas e esta característica é genética, mamãe era assim, minha irmã gêmea também, acabou formando-se enfermeira – quem sabe aí não resida o fato de eu ter escolhido o Jornalismo e abandonado a Química Industrial e, nas mídias sociais, este viés de jornalista de servição, vez por outra twittando sobre que ruas evitar quando uma tempestade cai sobre São Paulo, que já me engoliu um carro, quase comigo dentro?

SOS to the world

Parêntesis à parte, – estava eu lendo sobre jornalismo no tal espaço de busca do Twitter, onde vou de vez em quando buscar outros assuntos... Era meado de Agosto, uma tarde. De repente, uma frase solta me chama particular atenção. “Alguém sabe onde encontro um bom curso de pós-graduação de jornalismo fora do Brasil?” Coincidência, justamente quando eu acabara de terminar um extenso trabalho de pesquisa a respeito disso e não mais usaria as informações colhidas em noites e mais noites em claro pulando de links em links na Europa e nos Estados Unidos?

Outro parêntesis: Nada acontece por acaso

Se existe algo no que eu realmente acredito é que religião não é necessariamente o seguir de uma relação de dogmas - mas uma energia maior que existe sobre a Humanidade – que cria uma carga positiva quando estamos atrás de alguma coisa que faz com que todo o cosmos conspire a favor. As coisas acontecem ou se fazem acontecer.

Alguém esteve à procura de uma informação e resolveu se ajudar ou tentar ver “qual era a das mídias sociais” ao jogar a esmo, “no mar da tsunami que se tornou a web 2.0” sua “message in a bottle”, parafraseando Sting e sua banda The Police, não? Ou apenas como faziam os náufragos de antigamente, sozinhos na ilha diante da imensidão do mar, a espera de um... milagre. A diferença era a de que, desta vez, fui eu quem achou a garrafa.



Louco? Bizarro? Sinistro? Esta é a maravilha da vida e o melhor da humanidade! Ou como outras pessoas pensam - Aquele Lá de Cima falando ou agindo por meio das pessoas, simplesmente e que moveu-as para a web 2.0, conforme tentaram dizer os autores do Ground Swell ao explicar a vontade das pessoas se acharem e buscarem alternativas de comunicação para resolver questões para as quais não tinham respostas.

Virtualmente, o Twitter fez o trajeto da mensagem da garrafa deste jornalista e serviu a sua causa. Do meu lado, ao deparar-me com ela, pensei apenas em colocar todo o trabalho de noites investidas em algo que não mais me serviria à disposição de alguém que pudesse torná-lo útil. Apesar de não conhecê-lo, ele não seria a única pessoa a quem eventualmente ajudaria, mas a primeira que o faria assim, via mídias sociais... por que não? E logo em seguida veio outro... mas aí é outra história. Afinal, não é essa, de alguma forma, a ação por trás das mídias sociais?
(foto: http://www.crestahouse-cornwall.co.uk/images/message-in-bottle.jpg)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Casa de ferreiro com espeto de ferro


Hoje, 23 de setembro, 2o. dia da primavera, apesar da chuva que insistentemente caía sobre esta capital sinônimo de garoa, lá fui, bastante animada, prestigiar o que acredito poderia se chamar a última peça da trilogia empresarial que o jornalista pernambucano Manoel Fernandes fincou em sua jornada curricular, depois de anos dedicados ao jornalismo impresso convencional.

Indicado pela Rede Globo, segundo se dizia à boca pequena, ainda nos momentos que anteciparam-se à abertura do evento promovido pela Endeavor para empreendedores, o dono da W3 Geoinformação Editora foi chamado para ministrar não uma palestra sobre estratégias de uso da web para RPs - como eu o conheci, há cerca de um ano - ou sobre a ferramenta queridinha do momento, o Twitter corporativo. Desta vez, ele foi falar única e exclusivamente sobre como fazer negócio na web, sob o tema "Planejamento Estratégico Web 2.0".

Fora a já manjada quebra-de gelo de se dizer oriundo do Rio Grande do Sul com aquele fortíssimo "sutaque du Ricifi", Fernandes demonstrou que vem se aprimorando na técnica de se apresentar para plateias cada vez maiores e mais críticas. Mostrou também que os estudos e vídeos que vem assistindo ao longo dos últimos três anos, não somente lhe valeram conhecimento para ele agora repassar de forma bem estruturada aos outros, como para refazer seu próprio negócio.

De revista impressa a empresa multi-tarefa


Como jornalista, o currículo de Manoel Fernandes fala por si só. Com apenas 40 anos, ele já soma em sua carteira os cargos de colunista da seção Hipertexto de Veja, editor-assistente, chefe de sucursal em Salvador e repórter da publicação por oito anos. Foi também editor de Ciência e Tecnologia da Forbes Brasil durante dois anos, entre 2000 e 2002, tendo depois assumido a editoria de E-Commerce da revista Istoé Dinheiro. Em 2005, passou a comandar a direção de redação da RNT - que, comentou, pensou em adquirir depois.

Em 2006 fundou a revista BITES - a primeira publicação no Brasil dedicada ao mundo dos negócios da web 2.0 - tornando-se sócio da W3 Geoinformação Editora. "Mas, como as coisas mudam, minha empresa também mudou", disse ele, ao apresentar um chart de seu negócio envolvendo ainda uma promotora de eventos, uma unidade de análises e estudos estratégicos de novas mídias e a consultoria, que atende grandes marcas do mundo empresarial brasileiro, como Editora Abril, Cisco, NEC, Yahoo!, Leo Burnett, TV Globo, Editora Record.

Após isso tudo, ainda mencionar que Manoel Fernandes também foi vencedor por duas vezes da seção nacional e regional do Prêmio Esso de Jornalismo na categoria Economia, de três edições do Prêmio Abril de Jornalismo e de prêmios de instituições públicas e privadas é apenas fechar esse quadro com o que ele tem de mérito próprio para estar no palco e ensinar ao auditório lotado como fazer sucesso na Web 2.0.

Três escolhas


Então, depois de repórter e editor, depois publisher e agora empresário de grupo, Manoel Fernandes explicou que pessoas como ele têm três escolhas quando se fala em Web 2.0:

"A primeira é ignorar este novo mundo. O problema apenas residirá no fato de ter sua marca acachapada pelo povo que já está falando sobre seus produtos e simplesmente não se pronunciar a respeito.

Mas, este mesmo empresário pode buscar entender e monitorar este mesmo espaço. Neste caso, ele pelo menos não se finge de morto e ao buscar conhecer o que se fala sobre sua marca e seus produtos, pode estudar as melhores práticas de como lidar com o público.

O recomendável mesmo é interagir com a Web 2.0, porque é onde seu consumidor está. Não se pode ignorar o consumidor, o seu público." Em sua opinião é claro que há muito lixo e material irrelevante no ambiente web, mas a grande sacada da internet e diferencial desta para o ambiente jornalístico e publicitário convencional é que o material produzido nela é indexável - e de permanência constante. "Além de irreversível, a web 2.0 acabou com aquela coisa de "não falem de mim" e sobre o controle que cada empresário tem sobre seu produto, sua marca e sobre a atenção do seu pretenso cliente", complementou. Com o surgimento de novidades tecnológicas a cada dia, as pessoas adquiriram uma forma diferente de lidar com o mundo, o que ele chamou de "atenção parcial continuada".

Para onde ir?

Ainda que não se trate de abarcar a internet, abraçando-a em todos os seus nichos e tipos de mídia, Manoel Fernandes recomendou que os empresários busquem reconhecer em quais nós ou grupos de influência eles se encaixam dentro do universo internético para relacionar-se com seu público, a partir da resposta a uma pergunta que, na verdade, norteia as relações comerciais desde os primórdios, independentemente de plataformas ou mídias disponíveis: "Para onde você quer ir como empresário?" Trocando em miúdos, qual é seu plano de negócios? Ou ainda, sua estratégia, de onde sairão as táticas e as ferramentas...

É quase como a história da galinha e do ovo. O que o publisher de bites, que transformou sua revista impressa num império de três frentes de negócios complementares, ampliando sua capacidade de geração de resultados disse, foi: "A Web 2.0 é uma mídia a mais. Deve sim, ser estudada e trabalhada, mas dentro de uma estratégia de negócios e de Comunicação e Marketing amplamente trabalhada e não apenas porque é modismo."

Jornalismo de indexação



Defensor do jornalismo de resultados, Fernandes sugeriu aos que aderirem à internet lembrarem-se de que se 80% de todo o conteúdo desta é indexado pelo Google, que seus conteúdos sejam produzidos para serem indexados naturalmente pela ferramenta, não importam os links patrocinados que venham a ser integrados como ações táticas adicionais em suas estratégias de negócios. "Sou bastante atacado por isso, mas defendo que se escreva de forma a que se consiga estar entre os primeiros no Google, por que não?"

Sabendo que as palavras-chave "conteúdo gerado pelo consumidor" levam um blog a subir de posições, ele acha mais que normal recomendar isso a seus clientes e que isso não tem nada a ver com pasteurizar o jornalismo, mas de não perder oportunidades que outros, certamente o farão. Para Fernandes, se a internet é um imenso banco de dados e os seres humanos os agentes geradores dos conteúdo, então, basta ser inteligente e gerar o melhor conteúdo para que o banco de dados esteja à disposição do seu cliente e acione o empresário diante do grande oráculo da internet. "É tudo uma questão de associação", resumiu.

Frases que marcaram a apresentação:

1) Se você tem uma empresa de assistência técnica? Eu não montaria um blog para enaltecer o quanto você é bom, mas para dar dicas do que fazer para evitar buscar uma assistência técnica.
2) Os jornalistas e publicitários devem usar as mídias sociais como mais canais para aplicar táticas certas de ações para geração de resultados - o que vai ditar qual será a melhor tática é a estratégia e o mailing dos clientes.
3) Não deixe de anunciar nas mídias tradicionais para abraçar a Web 2.0. Não estamos falando de Web 2.0 x Web 1.0, mas de Web 2.0 + Web 1.0 e mídias tradicionais. Isso aqui é complemento da estratégia de Comunicação e Marketing.
4) O viral é uma tática que pode se tornar muito boa e cair no gosto de todos. Caso contrário, terá sido mais um vídeo no Youtube.
5) A grande vantagem da Web 2.0 é que tudo nela é mensurável.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

IBM: mudança dos tempos - quem diria - é visível até na calça jeans


Especial para a Rede Nós da Comunicação

Que a era digital tem provocado mudanças estruturais na vida corporativa, isso ninguém mais duvida. Mas encontrar o diretor de Marketing e Comunicação da IBM Brasil, uma das empresas mais conservadoras em termos de comunicação corporativa, vestindo calça jeans e camisa social, foi, por si só, um impacto de que a mudança apregoada pelos quatro cantos do mundo não é mero lero-lero de jovens recém-saídos da universidade, a turma da “geração Y”. O executivo foi um dos participantes do Digital Age 2.0, em São Paulo, na palestra ‘Corporação 2.0: sinal aberto para as redes sociais’.

Mauro T. V. B. Segura, que se autointitula um quarentão imigrante digital, correndo atrás das informações para não perder o bonde da história, teve de acelerar o passo de tal forma que até as palavras parecem correr de sua boca. Ele justifica o motivo de ter tido os apenas 25 minutos dados pela organização do evento para discorrer sobre o tema. Mas não restam dúvidas de que a mobilidade, o excesso de informação, a falta de tempo e todos os demais ingredientes que permearam quase todas as demais palestras da terceira edição do evento, o atingiram em cheio, como a todo mundo.


O fim das fronteiras

Em sua explanação, Segura disse que um dos aspectos mais importantes da mobilidade no ambiente corporativo é o fim das fronteiras físicas e virtuais. Com a expansão da banda larga, a oferta de dispositivos móveis cada vez mais ágeis e convergentes, as pessoas tenderão a trabalhar fora dos núcleos empresariais. Ou seja, as baias ou ilhas de trabalho estão fadadas a acabar, literalmente.

Com isso, mudam inexoravelmente os relacionamentos internos nas empresas – tendendo, também, a uma relação de mais colaboração e menos de comunicação unipessoal, a exemplo do que ocorre no ambiente externo das mídias sociais. Nesse contexto, a função do profissional de comunicação torna-se fundamental, já que ele deixa de ser um mero formulador de conteúdo para adotar uma postura cada vez mais estratégica como formador de opinião e facilitador de todo o processo de comunicação. A ele caberá o dever de manter conectados os funcionários nas redes de colaboração, via comunicação orientada, com metodologia.

A primeira experiência da IBM com relação à abertura aconteceu em 1997, ao permitir total acesso à internet pelos funcionários. Em 2005, a empresa lançou um manual de uso de internet – o ‘Internet social guidelines’. Qualquer um poderia, então, criar blogs, wikis, participar de redes sociais pela empresa ou não, desde que tivesse o cuidado de se responsabilizar pelo que escrevesse e dominasse. “Esse foi, talvez, o aviso que fez e faz toda a diferença, porque nos remete ao processo educativo que usamos o tempo todo, no qual a liberdade exige responsabilidade”, explicou Segura.

Hoje, cerca de 140 mil pessoas participam de redes sociais e das mídias interativas, trocando e colaborando. Muito mais do que os números apresentados, Mauro Segura salienta a importância do processo que essa descentralização da comunicação provocou e que põe abaixo medos de dirigentes que relutam em implementar um ambiente colaborativo em suas empresas – comprovada em estudo por uma universidade em Melbourne, na Austrália. “A produtividade aumenta, em média, 9% em empresas que têm essa atitude”, revelou.

Melhor ainda foi poder descobrir que isso permite acesso fácil e rápido ao conhecimento, aumenta as chances de aparecimento de inovação ao quebrar barreiras hierárquicas e permitir que as pessoas se exponham (e suas ideias), promove comunicação direta, cria política de portas abertas, torna a tecnologia mais simples e – o que ele considera a cereja do processo – revela talentos escondidos em estruturas antes estanques, divididas em departamentos fechados com portas e paredes. “Com o compartilhamento de informação, encontramos ilhas de competências, porque as pessoas se juntam em função de interesses comuns, estejam elas em departamentos ou mesmo regiões, quiçá estados diferentes. É a junção de pluralidades que agrega conhecimentos e nos permite encontrar influenciadores”, fala o diretor de Marketing e Comunicação da IBM Brasil, com o brilho nos olhos de quem compartilhou a descoberta de um inestimável tesouro.

Seguindo o raciocínio de que o ser humano busca ser feliz na vida, pode-se dizer que Mauro Segura hoje, depois de cerca de 15 anos de vida corporativa na IBM, está com um altíssimo índice de felicidade. Afinal, ele pode falar sobre a junção, pela primeira vez na história de toda a IBM, das áreas de Marketing e Comunicação numa mesma diretoria, vivendo sob o mesmo teto, em comunhão de bens, num ambiente de pluralidades aceitas e respeitadas, convivendo para identificar tudo isso, gerando sinergias para que toda a empresa possa crescer e multiplicar resultados bons para ela e para a comunidade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Chad Hurley: "a internet vai matar a Tevê, mas não por culpa do YouTube”

Produzido especialmente para a rede Nós da Comunicação


Uma das atrações internacionais da terceira edição do Digital Age 2.0, evento que o Now!Digital Business promoveu nos dias 26 e 27 de agosto, em São Paulo, foi Chad Hurley, co-fundador do YouTube. Não é para menos, considerando que o site de vídeos recebe 24 horas de material por minuto e 100 milhões de visitantes por dia e foi comprado pela gigante Google, tornando seus jovens sócios bilionários em menos de cinco anos de existência.

Sua participação no evento, que atraiu profissionais de marketing e tecnologia de mais de 200 empresas, sendo a maioria deles os principais executivos, segundo informações da organização do evento, foi em forma de entrevista pingue-pongue, no painel intitulado ‘YouTube, My Tube, We Tube: a revolução da televisão que é de todo mundo’. Isso – obviamente – não sem antes a apresentação de um vídeo, desta vez do próprio YouTube, em que se pôde acompanhar toda a evolução da companhia, com a postagem de imagens que ficarão marcadas na história da mudança de paradigma pela qual o mundo digital passou apenas nos últimos quatro anos, desde que foi criada.

Há menos de 24h e pela primeira vez no Brasil, Chad Hurley não teve muita coisa a falar ao ser indagado sobre o que achava do país, mas dividiu humores na plateia ao mencionar ter sido recomendado por um amigo a visitar o Rio de Janeiro. Comparado ao Príncipe Charming, pela boa pinta, o jovem empresário tentou de tudo para esquivar-se das perguntas diretas feitas pelos patrocinadores do evento, os jornalistas Silvia Bassi e Ralphe Malzoni Jr. Afinal, é de conhecimento de todos que ainda não se encontrou uma solução para tornar o maior site de vídeos do mundo lucrativo, problema enfrentado pela maioria dos grandes drivers de conteúdo da internet em todo o mundo.

De qualquer forma, bem orientado, ele saiu-se bem às várias tentativas dos jornalistas de arrancar mais detalhes de faturamento, lucro e outros números que pudessem revelar aos brasileiros a forma como ele, como empresário, estaria solucionando uma questão em aberto para vários dos espectadores.

Hurley disse que há muito mais especulação do que realidade no que diz respeito a números de entrada x saída de valores, e insistiu que o foco do trabalho “são as oportunidades de receita publicitária que o site de vídeos pode criar para dividir os rendimentos com a comunidade e, desta forma, incentivar a criação de conteúdo relevante”. Para Hurley, disponibilizar conteúdo em todos os formatos e tamanhos, inclusive em HD, para qualquer plataforma a ser acessado a qualquer hora e em qualquer lugar é o objetivo maior da sua ida para o Google e é nisso que se concentram os esforços da equipe. Hurley também usou o “fazer mais com menos” que parece ser um novo driver do mercado on-line como sinônimo de inovação, novamente linkando-o ao projeto de oferecer à audiência, ou seja, aos seus consumidores, uma experiência. Por isso insistiu em várias ocasiões na qualidade do streaming do vídeo como um dos pontos-chave de investimento da empresa nas várias modalidades com as quais pretende que os usuários possam trabalhar.


Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça


O futuro, na visão de Hurley, é ver cada indivíduo, seja pessoa comum, ou de agência, com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão criando vídeos de conteúdo cada vez mais interessantes. Isso aliado às competências de negócios das empresas Google (baseadas em ads) e YouTube (baseadas nos vídeos), vai levar empresários e pessoas comuns a gerar transações a partir de seus vídeos para monetarizar seus conteúdos. “Para isso, estamos trabalhando em formas de acesso a outros vídeos e/ou links com os pares da nova empresa, de forma a criar interesse e novas experiências que gerem cliques depois de cada vídeo assistido”, complementou.

Hurley afirmou também que quem controla o conteúdo do site são as pessoas que criam os vídeos, mas sua equipe conta com a ajuda da comunidade para identificar conteúdos criminosos ou ofensivos. Já quando se trata de copyright, a distribuição livre gera conflitos, pois enquanto advogados solicitam a retirada de vídeos, os departamentos de Marketing questionam a retirada. Para Hurley, se os vídeos contêm conteúdo relevante é uma oportunidade para todos. “O que é bom para a comunidade é bom para o YouTube”.

O grande momento da entrevista foi quando Hurley foi questionado se a internet acabará com a TV: “Não por culpa do YouTube”, riu. Para ele, o que vai ocorrer é que, com a distribuição digital cada vez mais acessível, todos os meios estarão conectados. “A transmissão digital vai colocar à disposição de todos, conteúdos com muito mais velocidade, diversidades e numa quantidade nunca antes vista. Todos vão poder baixar vídeos em diferentes formatos e compartilhá-los rapidamente”, complementou.

E o Brasil? É muito importante para o YouTube, já que o crescimento do número de usuários aumenta a olhos vistos. Mas o grande mercado continua sendo o local – Estados Unidos – em que a diversidade de formatos permite observar melhor como adequar as ferramentas em outros países.

Como ocorre em 100 entre 100 entrevistas, ele foi questionado sobre o vídeo de que mais gosta - no Brasil, mencionou que achou engraçada a “dança do quadrado” – mas pareceu também óbvio tratar-se de resposta ensaiada, mais um “dever de casa” de última hora, baseado em estatística. O que valeu, mesmo, foi ele dizer que obviamente gosta de assistir a vídeos e que foi o que o motivou a criar a empresa e que hoje, passados os quatro anos em que tudo começou, o grande barato é ler sobre o efeito que um vídeo postado em um site do YouTube causou sobre a sociedade, lembrando dos efeitos Susan Boyle ou da transmissão da morte da moça na passeata no Irã. “Isso é o que realmente mexe comigo, o jornalismo-cidadão que cria o momento, que o imortaliza!”, finalizou.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Aos navegantes do Digitalage 2.0

Diário de bordo, data terrestre, 27 de agosto, ano solar, 2009.

Recebi várias manifestações, umas por aqui, no blog, a maioria via g-mail mesmo, às quais agradeço imensamente. Não há nada mais gratificante que um resultado positivo imediato sobre o trabalho da gente - e isso é um mérito também da nova era digital. Mas, urge que eu dê um aviso.

A cobertura do Digitalage2.0 está sendo feita em caráter de parceria. Mais matérias serão postadas, mas em outro local, mais especificamente aqui, no Nós da Comunicação. Por isso, de vez em quando, no meu twitter, eu pio algo a respeito.


Ao mosaicosocial caberá um apanhado geral sobre o evento. O artigo de ontem foi uma exceção por especial interesse na personaem, cujo case já estava seguindo por outros caminhos, inclusive via chat diretamente no Mashable, cerca de um mês atrás. Em função de expectativas que podem se frustrar, achei por bem comunicar: não haverá, neste espaço, a cobertura diária. Isso é dever dos veículos de comunicação ditos institucionalizados, que têm seus compromissos com os diversos patrocinadores aos quais estão vinculados (uma das grandes diferenças entre os jornalistas de lá e os de cá - que o fazem pela "compra da causa", e que, quando o fazem, discorem paixão e felicidade, a auto-motivação que caracterizou talvez o resultado ao qual cheguei e que gerou os inputs tão bacanas que recebi. Agradeço a todos e começo o dia com meu índice de felicidade bem alto, graças à oportunidade de estar pessoalmente ouvindo o Tony Hsieh, ao que aprendi com ele - poque se escrevi foi porque entendi a mensagem - e por causa dos resultados que obtive - que, para mim, comprovam sua tese, em gênero e grau! Quanto ao número... o que representa a quantidade para você? Comments, please! ;D e bom dia!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Digital Age 2.0: exemplo do maior sucesso de vendas 2.0 diz que segredo é ouvir consumidor e entregar felicidade

Nestes próximos dias (26 e 27 de agosto), São Paulo está sediando a 3a. edição do Digital Age, evento criado em 2007, segundo a presidente e publisher do Now!Digital, Silvia Bassi, para mostrar aos empresários brasileiros que a internet seria o futuro. Passados três anos, com o futuro tornado um inexorável e desconfortável presente para muitos empresários que até hoje ainda não "deixaram a ficha cair", o Digital Age 2.0 foi brilhantemente aberto (adoro blog porque aqui, pelo menos, a gente pode adjetivar!) pelo jovem Tony Hsieh (tony@zappos.com ou, aqui, para segui-lo no twitter). O CEO da Zappos, maior loja online de sapatos, viu seu faturamento pular de US$ 1,6 milhão, em 2000, para US$ 1 bilhão no ano passado.

Mas, o que faz um vendedor de sapatos num evento como este? A resposta poderia ser exatamente o fantástico resultado de seu sucesso na internet, que acabou chamando a atenção da Amazon, a ponto de comprar o negócio. Mas a hostess Silvia Bassi foi bem mais jornalística, ao usar de uma objetividade quase ferina ao dirigir-se à plateia: "ele está aqui pela única razão de ter começado como empresário da era 1.0 e ter efetivamente entendido o que é trabalhar para o consumidor", disse. E, para deixar que o "padre" rezasse sua missa aos fiéis, ela saiu de fininho. E que missa!


O jovem careca, de calça jeans - no estilo de 10 entre 10 CEOS da nova era - parecia um buda moderno ao falar de coisas que os engravatados na plateia jamais esperariam ouvir como receita de sucesso. Pois onde mais - senão num templo budista ou em qualquer outro local se falaria de felicidade?

Porque é esta a base de todo o sucesso por trás da Zappos. Ao invés de focar suas energias em tipo de mercado, seus sócios concentraram-nas em valores. E os seguiram à risca, com comprometimento - seus e de todos os funcionários que sempre admitiram (ou demitiram) ao longo dos pouco mais de 10 anos de existência da marca: ser a melhor experiência que o consumidor possa ter, não importa para que produto. A isso, Hsieh chamou de PEC = Personal Emotional Commitment. Por isso, para 2009, a Zappos tem como meta ser reconhecida como a empresa dos três Cs: de clothing, customer services & culture (vestuário, prestação de serviços ao consumidor e cultura).

Com histórias como "tudo começou com meu sócio vendendo sobras das pizzas que pedíamos no quarto que dividíamos na faculdade", que somente CEOs do porte de Steve Jobs, Bill Gates e, agora, Tony Hsieh têm permissão para contar, o diretor da Zappos disse que para alcançar o objetivo de 2009 não pretende investir rios de dinheiro em publicidade e propaganda. Ele hoje sabe que o consumidor vai fazer isso por ele; seu foco está no investimento diário feito internamente, na cultura da empresa; em manter sua marca forte para entregar a melhor experiência aos consumidores. "Bem atendidos, eles mesmos espalharão as melhores notícias", completou, usando o buzz - o word of mouth.

Pirâmide da felicidade


O segredo está em espalhar a felicidade do começo ao fim - e o começo está nos funcionários da empresa. Ao estimulá-los com valores da empresa e ao manter na Zappos as pessoas com perfil semelhante - com visão de longo prazo, dando-lhes espaço para crescer e responsabilizar-se pelos resultados dos quais, ao final, todos se beneficiarão, eles não somente se motivam, como fazem crescer a cadeia. A multiplicação de resultados é apenas uma consequência desta onda.

"E não é papo da boca prá fora", ele alertou - mas levado a sério diariamente. Por isso, inclusive, mantém uma política de propor a quem quiser, sair da empresa levando R$ US$ 2 mil - a qualquer momento em que se sinta desestimulado. Mais do que isso, o investimento interno envolve:

1) Não pressionar representantes de vendas com metas de vendas baseadas em desempenho ou tempos de ligação;
2) Focar o relacionamento via telefone como um dos melhores instrumentos à disposição para interagir com o cliente, de forma a fazê-lo experienciar o que quer que seja para ele sair feliz desta experiência;
3)Manter o depósito funcionando 24h, 7dias por semana, inventoriando todos os produtos;
4)Nos cinco dias da semana, a empresa trabalha com os funcionários no escritório em Las Vegas em cima do treinamento sobre os valores e cultura da empresa, serviços ao consumidor e controle de estoque;
5) A criação e manutenção do programa US$ 2 mil para deixar a empresa;
6) Entrega do Livro de Cultura da empresa;
7) Entrevistas e revisões de desempenho com 50% do peso baseado no encaixe do funcionário nos valores e na cultura da empresa.
8) O uso do Twitter para ajudar a construir a imagem da empresa.

E quais são os valores que fizeram da última do alfabeto a primeira do mundo?


Quem sabe não tem medo de ensinar e muito menos de dividir conhecimento. Para fazer sua empresa, que está na letra Z - de zebra - a chegar na frente de todas, tirando nota A, Tony Hsieh abriu por completo sua apresentação e disse que qualquer pessoa pode solicitá-la (via e-mail ou twitter, razão pela qual você pode dar um rolé para cima e pedir já o seu exemplar - já que entende agora porque eu coloquei os contatos dele aqui), além de colocá-la à disposição dos presentes, provavelmente via twitter. Como nem todos lêem inglês, aqui vai a cereja, condensada em dicas:

O maior valor da empresa é entregar o WOW (literalmente deixar o cliente boquiaberto!) com a experiência que ele terá vivenciado ao entrar em contato com a sua marca.
Abrace a mudança e seja você um criador dela.
Crie espaço para diversão e uma certa dose de esquisitice também.
Seja aventureiro, criativo e aberto ao que vier.
Persiga o crescimento e o aprendizado.
Construa relacionamentos abertos e honestos com a Comunicação
Desenvolva um espírito de grupo positico e familiar dentro da empresa.
Faça mais com menos.
Seja passional e determinado.
Acima de tudo, seja simples ou despretencioso.


Simples assim e, o melhor - o crème de la crème não ficou para o final, como costuma acontecer em eventos do tipo. Ao contrário, deve ter gerado um belo trânsito ao redor do World Trade Center de São Paulo, o suficente para lotar os quase 800 lugares do auditório do business center do local.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O milagre da multiplicação da Web 3.0: mais um vídeo para mostrar o novo mundo conectado

Volta e meia o assunto vem à tona. Mas é porque tem um motivo: é simplesmente inexorável. Nosso mundo está cada vez mais semântico. As redes já se falam e a uma velocidade inimaginável - ou você acha que não significa nada o fato de eu começar a falar disso há apenas alguns meses e agora, já twittar e poder subir fotos no Flickr (considerado o melhor site entre todos,pela revista Time!)? Ou ainda, ouvir e compartilhar as músicas que mais gosto e estão no Last.fm, fazer com que meus pios sejam lidos imediatamente por Plaxo, Facebook e, nesta última rede, incluir mais um sem número de aplicativos, além de linkar outras pessoas de outras redes, também?

Isso são os computadores conversando entre si, trocando, compartilhando - é a rede entre eles - o passo que veio depois que as pessoas passaram a fazê-lo, conforme já postei aqui, ao falar do livro-bíblia Ground Swell (um dos 100 melhores livros sobre mídias sociais que um dinamarquês lançou hoje numa lista incrível e divulgou esta manhã para o mundo virtual e que compartilho aqui com vocês).

Graças ao desenvolvimento de programas que se ajustam, como o vídeo a seguir - ao qual tive acesso também pelo twitter - mostra, o mundo da tecnologia ficará cada vez mais conectado e sem fronteiras.

Blogosfera: o grande buzz do momento

Correm boatos de que o fim da blogosfera está próximo - assunto que foi pauta do dia de hoje entre os twitteiros de plantão, por causa de matéria veiculada na imprensa escrita. Se isso é especulação ou intriga da oposição, o certo é que a própria blogosfera em si é o grande buzz (assunto do momento) dos tempos.

Hoje fiz um laboratório de twitter cuja conclusão não foi outra senão a de que a própria mídia tradicional usa a blogosfera - e o twitter - outro ameaçado pela força do Facebook - para pautar seus veículos: @bluebus, @bbcbrasil, @g1 e outros endereços de veículos de comunicação existentes ainda antes da nuvem de redes e do twitter bebem nas mesmas fontes internacionais que eu ou qualquer outro mortal com um mínimo de acesso e vontade de ler diretamente àqueles que produzem notícias. A diferença é que eles podem ou não dar os créditos para o que blogam ou twittam. Eu prefiro abelhar - como disse - porque, como defensora de quem foi lá, fez a matéria, postou e tudo o mais, posso até repassar o conteúdo, mas sempre dando a César o que é de César.

De qualquer forma, ficou 250% claro que o twitter - em que mídias como Wall Street Journal, Times, The Economist, The Guardian, a própria BBC World, CNN e mesmo a Info e tantos outros veículos que twittam suas manchetes, chamando para seus sites de notícias leitores do mundo todo, é o grande pauteiro da imprensa brasileira.

Graças a este ambiente todo tem sido possível o desenvolvimento de aplicativos em tempos cada vez mais curtos - tem sido possível juntar pessoas de países, línguas, culturas tão diferentes, mas com objetivos tão comuns - para criar novas ferramentas, para mudar o mundo. Imagine que existe um aplicativo que calcula quantos twittes os brasileiros dão por segundo: são, em méda 7! Por segundo! É uma loucura. Tirando certo percentual de abobrinha, tem muita gente tuittando e retuintando conteúdo de qualidade para ajudar neste processo. No mundo todo, o tráfego do twitter explodiu 15x para 44,5 milhões, em Junho, segundo a comScore.

E assim, blogosfera e redes semânticas vão se multiplicando em progressões que, a esta altura, já ultrapassaram as conhecidas geométricas que aprendemos na minha época de antes do segundo grau (rs!)

Para que todos os mortais entendam e cada vez mais - como isso já funciona e como muito em breve tudo isso vai mexer com o cotidiano - senão o nosso - dos nossos filhos e netos, aqui vai um upgrade do vídeo que postei há poucos meses sobre a web 3.0.

Apesar deste não estar traduzido (porque é bem recente), as figuras bastam para quem não domina o inglês ter uma noção bem marcante do que significa tudo isso.

O reconhecimento de voz

E, linkando este post ao de ontem (suitando, como se diz em bom jornalismo), imagine a rapidez com que tudo isso pode acontecer se os comandos para que estas maravilhas ocorram vierem de aparelhos que passem a reconhecer nossa voz? Mas nada em inglês, não. Falo do bom português. Ideal seria o brasileiro, mesmo. Mas já me darei por satisfeita se, aproveitando a carona da recente mudança ortográfica que uniu países de Língua Portuguesa de vários continentes, nosso Governo pensar em criar uma política de tecnologias de reconhecimento de voz para computadores. Seria um mérito e tanto para este Governo que se diz tão pró-povo, que tanto cobra das empresas ações politicamente corretas, mas que não criou ainda uma política clara sobre isso e que beneficiaria tanta gente. E deixo clara minha visão de que não falo de pessoas com habilidades especiais, não. Estas se beneficiariam também. Falo, sobretudo, de qualquer brasileiro que sabe que o futuro é a tecnologia sem teclado.

Aproveitando o modismo do pio do pássaro azul, #prontofalei.



Future Internet Video from Castemelijn on Vimeo.

domingo, 23 de agosto de 2009

DDD: Desculpas, diário de bordo e dica do pio do pássaro azul


Faz muito tempo que eu não posto, o que eu sempre achei lamentável para um blog jornalístico. Por este motivo, começo este post pedindo desculpas a cada leitor e prometendo voltar a fazê-lo com a periodicidade que o faça ser mantido entre seus textos de interesse. E, neste mea culpa ligeirinho, justifico que ainda que o silêncio possa denotar desleixo ou abandono, posso afiançar que se tratou do contrário -- se ficar clara a dedicação às mídias sociais sempre quando eu não estou exercendo as demais atividades rotineiras de (mico)empresária, mãe e dona de casa às quais somou-se agora a de mãe-também-estudante à qual fui -- como tantas outras pessoas -- forçada pela overdose (pelo menos é minha opinião) de preocupação com a gripe A.

Assim, além de adiantar mais de um mês de aulas do podcast, que semanalmente vão ao ar pela rádio Mega Brasil online, e que, esta sim, roubou a festa do blog no que diz respeito às aulas práticas sobre o tweeter, ou, como rebatizei o manual prático - o ABC do pio do pássaro azul, resolvi me meter em mais outras iniciativas tão cativantes quanto time-consuming.

Jornalismo em primeiro lugar

Uma delas diz respeito ao jornalismo, claro, a razão de ser, sempre. Vanyzinha Dom Quixote de Calcultá Laubé tenta, sempre que podem e pedem, ajudar alguns jovens muito desestimulados com a falta de oportunidade que assola o mercado. Não são poucos os que me chegam, regularmente, devo dizer. E tenho o ímpeto de fazê-los não desistir da profissão, mesmo com tantos "nãos" que ouvem depois de passarem por sabatinas, testes de reportagens gratuitas para provarem competência, um mês de cobertura de férias para também tentarem uma vaga, até que, findo o período, o que lhes resta é mesmo voltar a batalhar pela próxima oportunidade.

No meio tempo quando todos lemos, via Twitter, que no Pará estão já contratando para exercer a profissão pessoas com o segundo grau completo etc., imagine, até eu quero cortar os pulsos, a língua, o diploma do Gilmar Mendes - não o meu, claro, que, como já advoguei em outros portais e mesmo aqui no blog - guardo com um carinho especial, com ou sem valor jurídico-mercadológico. Também repassei todo um levantamento que fiz a um outro rapaz meio perdido com cursos de pós-graduação no exterior - e esta foi uma experiência muito gratificante. Aliás, todas acabam sendo, de uma forma ou de outra, porque, da mesma forma que existem as bolhas de sucesso, também ocorrem estes momentos de incerteza. Se esmorecemos, entregamos o que temos de melhor a quem talvez não mereça - pela simples incapacidade de exercer com pluralidade, insenção e a paixão pela busca da verdade, sem se vender, mas pela justa causa de lutar pelos anseios da sociedade, o jornalismo de fato.

As redes sociais

A outra iniciativa à qual me envolvi tem a ver com as mídias sociais, claro. Recebi de uma grande amiga jornalista do Rio, Cristina Miguez, um e-mail que me apresentou a uma nova rede -- muito voltada a professores, mas que está aberta a qualquer brasileiro interessado em participar da discussão que levará à formulação e construção democrática (espero!) de uma política pública de cultura digital, integrando cidadãos e instituições governamentais, estatais, da sociedade civil e do mercado. É o Fórum da Cultura Digital Brasileira. Em menos de um mês já integro os grupos Jornalismo Colaborativo na web, Cultura Digital em Rede, Comunicação Digital, Apoios e Patrocínios e Pela implantação do reconhecimento de voz PtBr (ufa!).

Gostaria de dividir com todos o meu post. Ele faz um link entre os primeiro e último grupo - porque acredito que uma coisa se junta à outra e se não entrarem numa mesma pauta de discussões, correremos o risco de ter aí, mais um problema sério como foi o do diploma de jornalismo. Vários grupos estaques discutindo pequenas partes de um todo - que, precisa virar de cara, o Mosaico Social de que tanto precisamos, especialmente em sociedades como a nossa, em que as estruturas de algumas instituições estão tão pouco fortes em função da intromissão do Estado. Gostaria muito que, caso você leia meu post, faça um comentário, ou passe a integrar os grupos também: temos uma oportunidade nas mãos como nunca! Vale a pena, pelo menos, conhecer a rede. Que tal?

A dica do pio - continuação da aula:

Se você não está acompanhando as minhas aulas via podcast, a boa nova é a de que - se você percebeu a mudança do leiaute do blog - em breve, cada uma delas estará disponível aqui para uma revisão. O que acho fundamental, porém, é que este local abrigue as abreviaturas que ajudam a mutiplicar os 140 caracteres do twitter. A aula a seguir ainda demorará a ir ao ar, mas, conforme eu já gravei, as abreviaturas estariam no ar, antes, para quem lê o blog.

Aproveite: As abreviaturas a seguir integram um manual em inglês do colega de twitter que mora na Califórnia, o Tom Duong. Somos amigos lá, porque nos seguimos mutuamente. A ele, meu agradecimento e, claro, o devido crédito, fundamental em todas as ocasiões.
RT = Retweet. É quando você (=vc) lê um pio, gosta e quer repeti-lo. Vc escreve RT dá um espaço e escreve @username do twitter de quem deu aquele pio.
Há duas maneiras de RT. Vc pode simplesmente dar o RT espaço @mosaicosocial e repetir a frase ou pode repetir a frase mudada, porque não vai dar o espaço todo, por exemplo, e aí vc diminui um pouco, a seu estilo e, entre parêntesis, coloca via @mosaicosocial.
Caso o retwitte já tenha uma outra fonte, basta colocar apenas um RT e manter os dois endereços de TT, para que ambos saibam que vc usou as devidas fontes.
PRT = Partial Retweet / Please Retweet – eu entendo mais como please retweet – mas não costumo usar, não.
DM = vem de Direct Message ou mensagem direta – você só consegue enviar se for entre amigos – ou seja, pessoas que se seguem mutuamente. O próprio twitter te avisa a respeito.
@rroba = Quando você manda um reply ou uma mensagem iniciando-se com um sinal de arroba, saiba – toda a twittosfera terá acesso a ela. Portanto, não é um MSN – pode até ter cara de um, mas ficará lá para todos os que te seguem – mesmo que vc não os siga de volta - participarem desta conversinha.
BR = Best Regards = saudações
LOL = Laugh(ing) Out Loud = rindo alto
BTW = By They Way = à propósito
Plz or Pls = Please = por favor
FYI = For Your Information = para conhecimento
FB = Facebook
J/K = Just Kidding = estava brincando
LMK = Let Me Know = me avisa
PPL or Peeps = People = gente
TTYL = Talk To You Later = falo c/ vc depois
TTYS = Talk To You Soon = falo com vc já já
OMG = Oh My God / Oh My Gosh = Ai meu Deus
Ur = Your = seu/sua
U = You = vc
RE = Reply = resposta = retorno
TY or TU = Thank You; aqui no Brasil, a gente usa mesmo o Tks – e eu uso muito, quando ainda mando um beijo junto, o Tkx, porque beijo em linguagem de sinais em inglês é X.
YW = You’re Welcome


Uma dica além de usar todas destas abreviaturas, é a de que você use e abuse dos velhos ensinamentos da taquigrafia. Um explo, o não com um n com sinal de til em cima (= ñ) para a palavra não. Com isso, vc ganha mais dois caracteres. Pode usar o p com uma barra lateral para a palavra por ou para (= p/), pode usar uma barra para referir-se ao sufixo mente (explo: justa/)e duas para o sufixo dade. Enfim, há uma varie// de possibili//s para se usar ao twittar nas línguas todas. Até o próximo post.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Já pensou em fazer Twitter Fashion? Aproveite antes do retorno às aulas

Passados mais de 10 dias sem postar - por motivo de férias escolares, uma vez que "trabalho com o produto filho" - antes ainda de entrar na segunda fase das nossas aulas referentes ao uso das ferramentas do Twitter, dando continuidade ao ABC do Pio do Pássaro Azul, que, em algumas plataformas, soam pouco diferente (Janaina Machado da @planobconsult que o diga, ao experimentar o TweetDeck pela primeira vez esta tarde!), gostaria de apresentar o Twitter Mosaic.

O nome não podia ser mais propício a este blog. Trata-se de um aplicativo muito simpático, ao qual fui apresentada bem ao acaso, muito como ocorre quando estudo pela internet. Ao clicar num link que me chamou a atenção hoje no Twitter [uma das fontes mais importantes de consulta, pauteira mesmo de novidades up to date para meus retwittes (os @RT)], estudei seu conteúdo e li também todos os seus comentários. Pois um deles, justamente por ser de uma profissional de Comunicação, me interessou particularmente. Tendo a moça assinado com o link para seu blog, acabei por saber que existe um Clube de Mídia Social (com várias centrais nos Estados Unidos) e, ainda, conheci o tal Twitter Mosaic. O que se vê abaixo é uma relação dos "amigos" que o próprio aplicativo montou entre eu escolher por seguidores ou amigos. Tudo feito automaticamente.

Get your twitter mosaic here.



Este mosaico de gente é só o começo. O aplicativo, na verdade, serve para você usá-lo como imagem para criar brindes para dar até a eles mesmos ou apenas um exemplar de cada um dos produtos expostos no endereço para você mesmo curtir. É superbacaninha! Pode ser uma camiseta preta, personalizada com a pergunta: você está me seguindo? E, a figura, além de contemplar todos os que já o estão, traz seu endereço de Twitter também. É genial, porque ao preço de uma camiseta de grife, você importa uma feita somente para você, com as pessoas que te prestigiam (ou vice-versa) no seu ponto de encontro. Pode ser uma caneca ou um mouse pad também.

Bobagem ou lugar comum porque incentiva o consumo? Não vejo por este prisma. Vivemos numa sociedade consumista. Atire a primeira pedra quem não o tenha sido em algum momento! O que eu defendo aqui são dois pontos de vista: num mundo mais generoso e de compartilhar conhecimentos, pode ser, no mínimo, um brinde muito mais marcante, porque de uma certa forma, pode levá-lo a compartilhar uma gentileza com quem te segue, por exemplo. E, usando a camiseta como a forma máxima da propaganda, coloca na sua mão o controle total do que você realmente quer usar como propaganda. O que pode ser mais representativo que sua própria marca, o seu @nicknamenotwitter, convidando a quem ler de o seguir também, porque, eventualmente, na grande figura, pode reconhecer-se como eventual elemento da "mesma tribo" como fornecedor ou buscador de informação? Tudo isso, sem necessidade de muitas palavras. Eu gostei. E você?