quinta-feira, 19 de março de 2009

Web Expo Forum 2009: Paulo Henrique Amorim diz que imprensa escrita está com os dias contados



Consagrado por seus trabalhos em tevê e há algum tempo atuando na internet, o blogueiro Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada (http://conversafiadaorfanato.blogspot.com) roubou a cena no painel Web 2.0 Transformando o negócio da comunicação – que abriu os trabalhos do Web Expo Forum 2009 (www.webexpoforum.com.br) no dia 18 de março, em São Paulo. Apesar de o tema focar as estratégias dos portais em gerar receitas com conteúdo, jornalismo cidadão, blogs, etc., Amorim foi mais a fundo. Para ele, é hora de nos preocuparmos com o meio ambiente e, por isso, “o jornalismo impresso está com os dias contados”.

Amorim, que mantém seu portal com investimentos e informações próprios, disse que os furos de reportagem correspondem a 10% de seu conteúdo; os demais 90% são compostos por opiniões - dele e dos internautas. Em resumo, qualquer renda vinda deste tipo de mídia ainda não é suficiente para bancar a própria mídia. Para ele, somente a publicidade pode manter um espaço jornalístico independente no ar.

Gil Torquato, diretor corporativo e de Relações Institucionais de UOL, não entrou neste mérito. Preferindo comparar o mundo com o qual cresceu, cheio de rigidez e censura, e o que os jovens têm hoje à mão, com ferramentas gratuitas e todo um mundo digital sem censura alguma, “seja para o bem ou para o mal”, a ser explorado, trouxe cases de sucesso do Uol – que claramente geram receitas.

Quando foi a vez da professora, escritora e consultora em mídia social Pollyana Ferrari falar, a mudança do profissional do jornalismo e como ele deve entender essa nova rede foi abordada. Pesquisadora do Ministério da Educação e Cultura e, no momento, integrante do grupo que cria diretrizes para o novo Curso Superior de Jornalismo, Pollyana destacou a crítica dos internautas, muitos deles estudantes ainda, inseridos em diversas plataformas de mídia social, escrevendo e opinando o tempo todo. Segundo a consultora, é preciso que o Governo comece a se preocupar com essa nova tendência, representante de uma possibilidade de interagir com o eleitor de forma mais direta.

Por fim, Renata de Freitas, diretora de Informação da Agência Estado, falou da experiência de se ter na Redação duas gerações de profissionais: uma recém-formada, que já inicia com a utilização de diversas plataformas, e uma veterana, que está mudando o seu conceito de fazer o jornalismo tradicional agora. A percepção é a de que existe espaço para todos, contanto que haja predisposição ao novo. No debate, um consenso: de que é necessário saber atrair cada vez mais internautas para tentar manter um site ou blog por meio de propagandas, e que o jornalismo cidadão deva ser cada vez mais explorado, sem perder o foco da informação precisa e de qualidade. (Reportagem de Liliane Rodrigues, foto - divulgação)

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