segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cubana faz sua revolução via mídias sociais

Hoje, o Mosaico Social participa do II Fórum Liberdade de Imprensa & Democracia, que se realiza em São Paulo e tem por objetivo retomar as discussões sobre a importância da liberdade para a consolidação de uma imprensa e uma sociedade em que a cidadania seja um valor pleno e acessível a todos.

Esta manhã, o evento – que, ao longo da última semana, gerou três solicitações de confirmação por causa da imensa procura, especialmente por alunos de faculdades de Jornalismo - teve – depois da abertura de praxe, que valerá um post mais tarde, um momento bastante marcante: justamente a falta de liberdade que não permitiu a presença, mas não de uma jornalista e sim, da blogueira cubana Yoani Sánchez, de integrar-se ao evento como convidada, para falar do sucesso de sua iniciativa.

As razões são óbvias e têm a ver com a falta de liberdade imposta aos cidadãos cubanos que vivem sob o regime ditatorial castrista. Cidadã do século XXI e cansada de esperar pelo tal “mundo melhor” prometido a seus pais pela revolução realizada por Fidel Castro, Yoani – que insiste em se apresentar como blogueira - encontrou no potencial tecnológico das novas mídias uma válvula de escape para denunciar, questionar e buscar apoio para mostrar ao mundo que há toda uma geração querendo ter acesso a tudo o que somente Cuba parece não ter. O Geração Y passou a fazer sucesso além mar e ela chamou a atenção do mundo e do governo cubano.

Para quem acredita que Cuba, de uns tempos para cá, vem se mostrando mais afável ao mundo, ela esclareceu que mesmo as “mudanças” prometidas pelo Governo Raul Castro são consideradas maquiagens ideológicas, coisa para “americano” (leia-se Obama) ver. “Para se ter uma idéia, o preço de um celular que será institucionalizado deve ser algo em torno a três vezes o salário médio de um trabalhador”, diz ela, ficando praticamente elas por elas em relação ao que já acontece hoje dentro do mercado informal.

Chamada para entrevistas na Espanha e em outros lugares, como aqui, Yoaní não somente foi proibida, como vem sofrendo vigilância do governo cubano desde então. Para manter o blog funcionando, ela grava os posts em pen-drives e tem recorrido a amigos de fora do país e toda uma nova rede de pessoas amigas que vêm conquistando e ajudando-a mais e mais,difundindo seu trabalho, bem como o de outros blogueiros cubanos.

Aos jornalistas brasileiros com quem conversou por telefone, ela pediu que passemos a integrar esta rede, mostrando a situação para fazer com que o governo acabe com a ação agressiva direta que os blogueiros vêm sofrendo, e permitindo que o mundo acorde e cobre uma posição mais eficaz sobre a liberdade de expressão em Cuba.

O Fórum Liberdade de Imprensa & Democracia acontece hoje, até às 18h, no edifício da FIESP, em São Paulo. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo é uma das apoiadoras do evento junto com Rede Globo e OAB/SP. A promoção do evento é assinada pela Revista Imprensa.

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