sexta-feira, 17 de abril de 2009

Marmelada ou não, ator ultrapassa a CNN pelo milhão

O ator mais conhecido como o marido da também atriz Demi Moore e pelas pegadinhas no programa Punk’d, Ashton Kutcher, resolveu tornar-se celebridade também na internet. A ideia dele e da esposa nada mais foi do que esquivar-se dos paparazzi e publicar eles mesmos os seus clics e notícias de onde estariam via Twitter. Só que depois de alcançar milhares de seguidores em sua página, chegando a um número semelhante ao da rede de televisão CNN, ele resolveu desafiar Ted Turner. Disse que visitaria pessoalmente o big boss da rede de TV em Atlanta caso chegasse à marca de 1 milhão de “followers” no microblog do passarinho azul antes que a rede de TV o fizesse. Isso depois, obviamente, de faturar o feito num vídeo postado por ele mesmo, como prometeu em seu profile. Só que a "aposta" acabou tomando outras proporções.

Apelo social

Assunto mais comentado no microblog desde ontem, o ator ganhou uma - digamos - forcinha a mais. Os empurrões "on the records" foram o apoio dado pelos ‘patrocinadores’ Evan Williams, CEO do próprio Twitter, e a entrevistadora Oprah Winfrey.

Williams chegou a dizer que hoje seria “um grande dia” enquanto Oprah, que também lançou seus seus tweets, vai hoje faturar a entrevista aos dois num show biz sem precedentes.

O terceiro empurrão foi um apelo social feito pelo próprio Kutcher que, lá pelas tantas, para apimentar a corrida, prometeu doar 100 mil dólares para a campanha Malária No More.

Resultado: no último intervalo comercial da CNN antes do anúncio do resultado final, Ashton Kutcher conseguiu o grande feito de virar o milhão de “amigos” antes da televisão. Comemorou com direito a champagne e festa ao lado da mulher e amigos.

Sua marca levou ao agradecimento do grande executivo na página, além de uma entrevista através de seu próprio Twitter para o programa Oprah Show desta noite, onde estará também Evan Williams.

Melhor que o Oscar

O que se sabe é que, como se fosse uma competição de votos para a final de Big Brother, o ator conseguiu uma atuação digna de Oscar, mostrando que um cidadão pode derrubar uma grande rede internacional, seja qual for a medição de sua audiência, evidenciando uma guerra que ainda está apenas começando: a TV x a Internet. Resta saber até quanto irá durar a popularidade de Kutcher, já que a resposta dos internautas veio rápida: hoje, no Twitter, seguidores iniciaram a campanha “unfollowfriday”, que faz com que cada um deixe de seguir quem quiser. Kutcher e Oprah já estão nos primeiros lugares.

Migalha atrás da orelha

Mas, há ainda uma pergunta no ar, como uma migalha atrás da orelha, e que ninguém quase ainda questionou: teria sido tudo uma mera coincidência este resultado ter ocorrido exatamente depois que, graças a um artifício de programação de um site lá de fora, publicado em final de março e replicado em início de abril, uma onda de seguidores e seguidos que nunca se viram ou se conheceram, passassem a fazer parte da mesma comunidade de uma hora para outra - assim, do nada? Aqui no Brasil, por exemplo, o twittado número 1 - Edney Souza - inclusive fez um mea culpa a respeito - ele se tornou seguidor de vários miniblogs para conseguir ampliar a quantidade de seguidores - entre estes o nosso, Mosaico Social. A corrente espalhou-se a tal ponto que ele ultrapassou a marca dos 10 mil seguidores num piscar de olhos.

Fica a dúvida se os números são reveladores de uma farsa ou de uma verdadeira e justa batalha entre o David Kutcher e a Golias CNN pelo poderio das mídias. Por fim, para pensar: tudo isso pode ser uma estratégia de Marketing de Evan Willians para elevar a mais valia do Twitter no mercado. Mas, se realmente ficar comprovada a farsa, não se revelará a estratégia um belo tiro no seu próprio pé, com suas meias sujas, esta noite, como ele mesmo postou? Sim, porque ele vai ao programa da Oprah de meias sujas; esqueceu-se de colocar um par limpo na mala. Está tudo lá no Twitter. Coisas de miniblog. Pesquisa e texto de Liliane Rodrigues.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O que são Susan Boyle, Twitter e Tea Party Tax Day se não as mídias sociais tomando conta do noticiário mundial?


Depois do sonho da humilde escocesa com voz de diva, Susan Boyle, virar realidade no Reino Unido e no Youtube
e do Twitter mostrar seu potencial de crescimento no Brasil ser os assuntos mais quentes da semana, hoje só se falou do Tax Day Tea Party.

Espécie de manifestação politicamente correta, o evento realizado no último dia da entrega do imposto de renda americano (Tax Day) acabou sendo também o Tea Party porque teve como pano de fundo a festa do chá de Boston. Em 1773, este foi o principal evento da Revolução Americana, ocasião em que os colonos ingleses na América atiraram caixotes de chá da Companhia Britânica das Índias Ocidentais nas águas do porto de Boston, em protesto às excessivas taxas impostas pelo governo britânico.

E foi justamente para protestar contra a atuação e os altos gastos do governo de Barack Obama, a crise econômica local e mundial que centenas de americanos reuniram-se próximos às sedes governamentais. Em Washington, houve ainda a tentativa – porque a polícia local impediu – de despejar cerca de uma tonelada de chá (adquirida pela internet, obviamente) em uma praça em frente à Casa Branca. Foi um evento de dia inteiro que ocupou grande parte do tempo de telejornais americanos e toda a imprensa digital – cuja participação foi decisiva para o sucesso do evento. Segundo se divulgou foi graças às redes Twitter e Facebook que as pessoas comuns se organizaram para tornar o evento um acontecimento de grandes proporções, que agora é notícia no mundo todo.

A primeira versão do Tax Day Tea Party aconteceu em 16 de fevereiro e agora, devido ao sucesso da “campanha” criada pelo povo, uma terceira manifestação está sendo organizada para acontecer, em Chicago, no dia 4 de julho, o dia da independência dos Estados Unidos. Até um site oficial do Tax Day Tea Party foi criado para conseguir maior adesão em que os posts são feitos por cidades ou Estados. É o poder das mídias sociais nas mãos da sociedade. Literalmente. Pesquisa e Texto de Liliane Rodrigues (Foto de Harrison McClary/Reuters)