terça-feira, 21 de abril de 2009

Por uma internet neutra

Graças às leituras feitas a partir do “encontro virtual" com o jornalista David Bollier neste último domingo, fui apresentada ao conceito da Net Neutrality, que tem uma comunidade cujo é princípio lutar pela independência da internet.

Ela acredita que nenhuma grande empresa deva ter controle sobre este ambiente e apóia uma internet aberta e livre. Porque o que o futuro nos reserva já está acontecendo hoje e agora. É o que mostra o vídeo a seguir.



Se você quer entender e integrar Net Neutrality basta acessar o site http://www.savetheinternet.com/. Lá há toda uma seção que explica o que é a rede neutra ou livre e quem são as empresas que querem estabelecer limites de velocidade e acesso à internet ou criar impostos para fornecer conteúdos e entrega rápida - tudo isso depois de tudo o que já foi conquistado com a Internet aberta e por causa da Internet aberta, que permitiu a colaboração sobre plataformas abertas.

Segundo o site, a neutralidade da internet garante ao consumidor o direito de utilizar qualquer equipamento, conteúdo, aplicação ou serviço em uma base não-discriminatória, sem interferência do webmaster (administrador de rede). Com Net Neutrality, o único trabalho da rede é mover os dados - e não o privilégio de escolher quais os dados com maior qualidade de serviço. Eu, por exemplo, me associei à causa incorporando-a via facebook, mas há outras formas. Escolha a mais indicada - se você concorda com ela. Por uma Internet neutra e livre.

domingo, 19 de abril de 2009

Direito autoral x Google x concentração midiática

O vídeo Epic a seguir foi visto por mim, pela primeira vez, há uns seis meses, durante o evento promovido pela revista Bites. Para quem não pôde ir, a cobertura completa pode ser baixada ainda do primeiro blog, bastando clicar aqui.



Estamos a apenas seis anos desta possibilidade. E, ainda que seja vista com dúvidas e ceticismo por grande parte de diretores editoriais e donos de empresas de comunicação, a despeito de toda a concentração a que assistimos mundialmente com o crescente fechamento de jornais locais ou a criação de soluções alternativas de venda de conteúdo por matéria, via internet – assunto já abordado aqui no Mosaico Social – os sinais de que ela esteja se tornando probabilidade começam a ficar cada vez mais evidentes.

Por conta do vício do Twitter, acabei por conhecer o trabalho do jornalista, ativista e editor de Onthecommons.org, David Bollier, que recentemente lançou o livro ‘Viral Spiral – How the Commoners Built a Digital Republic on their own’.

Apesar de tê-lo editado pelas formas tradicionais, o livro também pode ser baixado da internet – clique aqui. Esta deve ser uma das razões que o motivaram a escrever tal artigo.

A diferença entre domínio público de conteúdo e conteúdo de domínio público

Tal como o Twitter e outras ferramentas que nos possibilitam usar nossa própria voz interior e criar nossa república, Bollier atenta para um certo olhar crítico que devamos ter sobre o Google agora no quesito direito autoral – assunto também supertwittado nesta semana e polêmico por justamente ter colocado atrás das grades os donos – dois jovens - do The Pirate Bay na cadeia.

A ação, que certamente está chamando a atenção do mundo para dar exemplo, é polêmica porque o site estimulava justamente a troca de arquivos indexados de músicas (álbuns e discografias inteiras, diga-se de passagem) filmes, livros em áudio – exatamente o que o Google e suas empresas, como o Youtube fazem, só que em proporções infinitamente maiores e, de certa forma veladamente, porque o fazem via usuários em suas comunidades.

Voltando ao artigo do jornalista David Boiller, ele diz claramente para termos cuidado porque, ao se apresentar à humanidade como um benevolente guardador público de conteúdos – já que não nos cobra por isso – o Google, na verdade, está, mantendo um ambicioso plano para fazer milhões de livros não-impressos serem digitalizados em quantidades de informação e cultura sem precedentes e mais acessíveis a todos. Com isso, vai adquirir um inexpugnável monopólio sobre o acesso aos livros digitalizados e será capaz de sufocar a futura concorrência, limitando o modo como as pessoas poderão interagir com seu próprio patrimônio cultural daqui em diante. Então, é ou não um bom negócio para quem escreve um livro e o coloca à disposição para ser baixado via Google?

Segundo Bollier - e, a esta altura, eu, você e vários (pretensão minha, obviamente!) leitores -, por que o Google deve chegar a ser o único “regente” de milhões de livros não-impressos, cujos autores ou titulares de direitos autorais podem acabar não sendo localizados ou identificados? Estes livros acabarão conhecidos como "obras órfãs". Enquanto Universidades gastam enormes quantias de dinheiro para preservar estas obras ao longo de décadas, agora, o Google terá direito a um controle exclusivo sobre as suas versões digitalizadas...

Se nos EUA, a coisa está assim, imaginem aqui, na República onde tudo acaba em Pizza?

O pior é que parece que os autores e editores dos EUA já resolveram o problema, e com isso, fica "cada um por si e Deus por todos". Depois de três anos de disputas judiciais, um acordo no valor de US$ 125 milhões foi fechado em outubro de 2008 entre o Google e a associação local de editoras além do Author’s Guild. Por ele, resolveu-se que todos os direitos autorais de livros escritos nos EUA foram garantidos e o Google ficou de repassar 37% das receitas geradas por meio da publicidade gerada com o Google Book Search – para dividir entre autores e editoras. No paralelo, o Google pode vender os conteúdos dos livros indexados para as Universidades e instituições interessadas. Bibliotecas públicas têm acesso livre por meio de um computador, mas, na maioria dos casos, o Google pode exibir até 20% do conteúdo do livro sem qualquer ônus ao autor – fica como teaser para o interessado adquiri-lo.

Estas ações todas ainda demandam aprovação de um Tribunal Federal, e há um crescente coro de críticas apontando que soluções negociadas separadamente não serão benéficas para ditar políticas que serão impostas às gerações futuras. O que Boiller chama a atenção é que esta é uma discussão ser feita no âmbito geral dos direitos autorais, seja de livros, filmes, músicas, trabalhos científicos ou não, o que for. A intenção é fazer com que o Congresso seja majoritário e mandatório ao decidir por uma solução única que favoreça ao bem público.

Google onipresente

Para ele, aos poucos, o Google vai conseguir “gozar de um monopólio legal sobre livros digitalizados e, especialmente, obras órfãs, será livre para aumentar os preços de acesso a essas obras, sem medo da concorrência séria”. Ou seja, qualquer semelhança com o Epic não terá sido mera coincidência.

O artigo de Bollier é longo e entra realmente em detalhes específicos do que acontece no mercado editorial dos Estados Unidos e nos problemas do Congresso de lá, com críticas diretas aos canais do Google e como os americanos são fissurados neles, e isso pode ser problema para quem está apontando o dedo para a empresa e ao Congresso.

Acho realmente, que vale a pena lê-lo na íntegra: artigo do jornalista. Mas, aqui no blog, para iniciar uma discussão sobre direito autoral – que a Liliane tem tentado há algum tempo, mas acredito que somente agora, com esta conexão que dá nome ao título, está de bom tamanho. Para teminar, se lá nos Estados Unidos, onde se dz que a imprensa é livre, mesmo com Barack Obama chegando com sua CHANGE, the hole is a little bit under, imagina aqui, que estamos much more under and far away of the whole discussion... Gosh!

A melhor tradução de web 2.0, 3.0 e o que tudo isso tem a ver com a vida da gente

Há alguns dias, introduzimos brevemente o assunto da web 3.0 como já em pleno vapor, ao mesmo tempo em que estamos na fase do entendimento sobre os estranhos desígnios que movem a web 2.0 no cotidiano de nosso trabalho. Isso acontece porque há uma grande dicotomia entre o "timing tecnológico" e a real necessidade sentida pelos clientes de incorporar as novas ações de Comunicação e RP aos seus negócios em função destas transformações.

Mas que a web 3.0 está aí é inegável. Por detrás de cada nova geração de smartphones e das redes sociais, sistemas vêm-se aprimorando e mostrando seu valor, aprendendo, numa progressão mais que geométrica, a interagir entre si. A rede social facebook, por exemplo, permite integração com o Windows Live e todas as suas ferramentas, como MSN, além de outras plataformas de um jeito fantástico. Já conectei o last.fm, me juntei a três comunidades, e a cada dia consigo mais coisas por lá.

Paralelamente, no último upgrade que fiz do smartphone, há duas semanas, percebi que sequer precisei baixar qualquer programa ou mesmo a agenda telefônica. Mesmo os contatos que não tinha guardado no chip, foram automaticamente baixados do Plaxo, integrado ao Windows Live, ao Google e ao Linked In. E isso porque o Windows Mobile veio embarcado no celular, já com GPS e outros "balangandãs". Simples assim.

O blog Mosaico Social foi lançado com o fim de discutir tudo isso e a razão pela qual parte do meu tempo tem sido investida em estudos, leituras e a assistir a muitas aulas e vídeos sobre esta realidade. O filme a seguir é, entre todos, o mais completo e o que mais exprime, em minha opinião, a ligação entre a realidade virtual das redes e o nosso mundo concreto.



Como dizia, os estudos e o tempo para o blog eram para tomar parte do meu tempo. Na semana passada, percebi que o Twitter estava me viciando e o próprio espaço do blog serviu para o alerta. Achei autêntico mostrar isso aqui também, por ser aqui o espaço de discussão para isso. A tecnologia fácil vicia, nos deixa - pelo menos nós, jornalistas, ávidos pela notícia - realmente à mercê do acompanhamento online. O caso Kutcher x CNN foi como estar no Jockey Club, acompanhando cabeça a cabeça quem seria o "vencedor". E, no final, tudo pode ser uma bela jogada de marketing por causa de um artifício de programação (ninguém tira isso da minha cabeça - e por isso iniciarei a semana procurando por respostas junto a blogueiros mais antenados no assunto).

Já entendi que Twitter deve ser moderado para não me deixar levar por uma viagem sem volta e deixar minha saúde ou minha família em segundo plano e acredito que deva haver limite para blog e outras ferramentas também. É preciso ter humildade para entender que por mais velozes e "safos", os seres humanos têm limites e toda uma vida aqui antes destas tecnologias existirem. Que estas devam fazer parte da vida da gente, tudo bem, mas nunca o contrário. Caso contrário, o filme Epic, de um de meus próximos posts, vai se tornar realidade num piscar de olhos sem que sequer tenhamos tido tempo de nos apercebermos do fato.

Tudo isso porque a máquina não dorme, não come, não tem filhos, namorado, não vai ela ao cinema, não fica doente, não tem lombares...

Começando com pequenas e pontuais dicas: web 1.0 x web 2.0

Muita gente ainda me pergunta o que são mídias sociais e a diferença entre a web 1.0 e a web 2.0 – especialmente pessoas da área de Comunicação.

Eu poderia simplesmente explicar, mas este vídeo tem uma bossa toda especial e achei que ele é uma introdução perfeita aos que desconhecem ou ainda não se renderam a este fascinante e totalmente “viciante” novo mundo. E viva a nova grande diferença!




Resumindo: a web 2.0 envolve relação e não apenas contemplação; experiência entre os usuários da internet graças às novas e cada vez mais amigáveis tecnologias, e não apenas submissão aos conteúdos impostos por webmasters contratados pelos donos dos web-sites da web 1.0. Não se trata mais apenas de ler e aceitar sem questionar. Na web 2.0, as palavras de ordem são integrar, interagir e, sobretudo, compartilhar conhecimentos!

Alerta geral! Twitter pior que heroína

Estou assustada. Pela primeira vez, desde que inaugurei o blog e, na breve sequência de dez dias, o microblog, senti medo. Depois de uma educação de berço judaico-suiça(agora fazendo um mea culpa familiar depois de uma bronca de papi - porque - apesar da rigidez da educação e da questão do acento do Laubé ser erro de escrivão, a ascendência é suiça e nossa história vale por si um post, mas cujo local, realmente não é para isso) e, tendo passado por escolas católicas, consegui ficar longe de todas as drogas mais pesadas. Mesmo na fase adulta venho me mantendo longe delas, pelo menos aquelas não receitadas por médicos (porque, vez por outra, faço uso das embaladas sob tarjas pretas - quem não as fez uma vez na vida que jogue a primeira pedra!), mas o fato é que estou preocupada. Estou realmente atordoada com o poder alucinógeno da picada do passarinho azul.

Esta semana revelou-se absurdamente taquicárdica com o processo doentio de acompanhamento desta realidade paralela liderada pelo canto do "rouxinol enfeitiçado".

Por isso, hoje, quero - à revelia da minha cúmplice Liliane Rodrigues - postar esta sátira, tirada do Youtube. Acho que vale como crítica construtiva para evitarmos noites mal dormidas (a jornalista e amiga Janaína Machado e a colega e editora de conteúdo do Portal Nós da Comunicação, Vanessa Aguiar, sabem do que estou falando!) e dores lombares que só melhoram com pílulas de Buscopan Plus ou drogas mais pesadas que eram, justamente, o que queríamos evitar. Porque o que me parece é que o próprio passarinho azul é a própria droga em forma de "cordeirinho emplumado".



Se eu, que sou bebê neste ambiente, engatinhando nesta onda, me sinto viciada, imaginem os surfistas de carteirinha como o Marcelo Tas, a Rosana Hermann (outra errata devidamente acertada!), o Rafael Sbarai e outros tantos. É fascinante, enlouquecedor e um link sugerido leva a outro, que leva a outro, que leva a outro. O Ivson Alves, do Coleguinhas Uni-vos!, que me perdoe, mas vou pedir emprestado o vocativo - precisamos nos unir para evitar o pior. Vou deixar o Twitter para ações pontuais antes que seja tarde demais. Que bom que estamos em feriado. Boa época para um rehab! Liberdade, ainda que tardia!