terça-feira, 14 de julho de 2009

As mídias sociais na capa de Veja, os pedófilos desmascarados no MSN por Danilo Gentili no CQC e o lançamento do TweetFeel

Como num intervalo entre aulas, este post agrega um mix de assuntos e fontes. Em comum, as mídias sociais, em especial o twitter. Mas, como todo o recreio é curto, a aula de twitter em português será retomada no próximo post. Aproveite, então, para deixar, em comentários, sua opinião sobre os temas, sugerir novas abordagens, enfim, interagir com o espaço. Boa leitura!

Veja: consistente


Posso ter muitas diferenças com a publicação,mas achei-a consistente nesta reportagem. Ela reflete o que as mídias sociais estão provocando.

Quem leu a matéria entenderá se eu disser que dou razão a Aristóteles quanto às amizades e também a um twitteiro e blogueiro que costumava seguir. Em um de seus podcasts, ele chegou a comentar sobre a abordagem x resposta a um grupo de “não-pessoas” e como eventualmente acabou fazendo a mesma coisa no Twitter.

Parêntesis: Uma não-pessoa é um indivíduo que não pertence a um determinado grupo. Até aí, tudo bem - não fosse o fato de o termo carregar um processo de escolha também, de vir acompanhado de certa dose de discriminação. Por exemplo: em 1989, quando trabalhei como prestadora de serviços de Assessoria de Imprensa, numa multinacional aqui em São Paulo, as pessoas eram diferenciadas pela cor do seu crachá. Então, antes de falarem comigo, literalmente as pessoas olhavam de soslaio (como aquele anúncio de tevê do rapaz que vira os olhos para ver se ele ou a garota estão com o desodorante vencido). O objetivo? Seleção social, formação de nicho... escolha ou crie a melhor expressão e mande para mim.

O tal blogueiro chegou a fazer um “mea culpa” de ser eventualmente “chato” no Twitter, o que eu interpretei como sendo um cuidado que – no meu ponto de vista - foi resultado da educação que ambos, na faixa dos 45 anos, recebemos de nossos pais. O conselho "não converse com estranhos" ficou mais arraigado em nós do que é, está e ficará em nossos filhos, até pela facilidade das tecnologias cada vez mais amigáveis à disposição das novas gerações.

Agora, verdade seja dita; a plataforma do simpático passarinho azul tem suas armadilhas no que concerne ao processo de sedimentação de um relacionamento social. Talvez seja por isso que ela apareça como um corvo preto na versão que detém cerca de 20% do market-share de usuários no mundo inteiro (o Tweet-Deck) – com um pio à la gralha e tudo. Além de passar uma sensação de interlocução direta (na minha modestíssima opinião um verdadeiro bug), especialmente se você segue fulano, mas este sequer sabe da sua existência, faz o papo cair num vazio eterno. A errada percepção de que o interlocutor (que não te segue) vai responder de bate-pronto gera um silêncio desconfortável, e acaba deixando você com cara de não-pessoa. Acho que aí instala-se o imbroglio mencionado na reportagem também. Dependendo do usuário, sua faixa etária e seu objetivo na rede, ele tem como se dar bem - o que não o impede de errar e consertar o passo (quem não erra no mundo real também?).

Quando se fala em relacionamento (amizade, coleguismo, profissional etc.) deve-se considerar certa dose de experimentação independentemente de plataforma, real ou tecnológica. Se existirem dois seres humanos num mesmo espaço, então haverá complicação na certa. No mais, deve-se considerar o conjunto objetivo + meta de tempo + feedback sobre seu investimento x o (ROI) retorno (para você mesmo, para seu trabalho ou clientes, alunos - ou, usando palavra da moda - stakeholders!). Pode ser um livro em produção, o desenvolvimento de uma aula ou ainda a estratégia de um namoro de um carinha de seus 20 anos. Para o que for todas as variáveis acima devem estar contempladas.

MSN não é ferramenta para criança

Experimentar é fundamental para entender o que é este novo chão – porque mesmo que você não venha a pisar muito nele, seus filhos irão e você, para poder aconselhá-los ajudando-os a se preservarem, precisa, no mínimo, evitar pisar em ovos. É uma obrigação da qual nossa geração não pode abrir mão.

Aí, eu faço o link com o belíssimo trabalho realizado por este programa da Band, o CQC que ontem, uma vez mais, prestou um importante serviço à população ao colocar no ar, sem melindres, mas com respeito e muito profissionalismo, a reportagem em que uma mulher de 24 anos se faz passar por Lolita de 15 e atrai os tiozões babões no MSN. De tirar o chapéu para a atriz, para o Danilo (nem ele aguentou e olha que o cara é forte!) e para toda a corajosa produção do programa que tem realizado um trabalho digno de jornalismo investigativo de colocar qualquer outra mídia no chinelo – tradicional, social e televisiva de outros canais mais ricos e com mais anos de estrada. Eu, como jornalista, posso falar e, como blogueira, opinar (tudo de bom este espaço, por causa disso!). Depois, é só ir no Twitter e viralizar.

TweetFeel: vem aí uma nova forma de discriminação


Aliás, voltando ao passarinho azul que, muito em breve se tornará uma aguçada águia, ontem eles lançaram nos Estados Unidos o Tweetfeel. Trata-se de uma ferramenta que permitirá a twitteiros classificarem twittes por suas atitudes positivas ou negativas via emoticons :) e :(. Isso poderá valer para uma frase inteira, para shows, marcas e pessoas. Agora, imagina... com o humor irônico e, a esta altura do campeonato, de pavio curtinho, imagina como vão ficar os twittes da comunidade brasileira quando o Tweetfeel pegar por aqui? Hmmm...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O ABC do pio azul em português:

Dicas detalhadas para você começar a usar o twitter

Ultimamente, tenho sido solicitada para “dar aulas” sobre twitter. Resolvi, então, reunir em uma pequena série, totalmente auto-explicativa e traduzida para o português, um ABC do Pio. Logo de cara, vale dizer o twitter é a mais nova queridinha no Brasil e no mundo. Para se ter uma ideia, segundo um estudo divulgado hoje pela Sysomos, 75% de seus usuários passaram fazer parte da comunidade somente nos primeiros cinco meses deste ano. Hoje, o perfil da plataforma é um pouco mais feminino que masculino, mas não muito. Os homens piam quase de igual para igual: enquanto as primeiras lideram a piada (?) em 53%, os homens piam os 47% restantes.

Escrever sobre o twitter é, por todo o interesse que o envolve, uma novela sem fim. Mas nem de longe comparada aos dramalhões mexicanos e, sim, às séries tipo CSI e House em que mesmo as informações repetidas são bem-vindas. Isso se deve não somente aos números crescentes de usuários, mas pelo fato de surgirem, a cada dia, novos e mais amigáveis aplicativos para tornar o pio do pássaro azul mais atraente em plataformas que variam dos programas para arquivamento em desktops aos executáveis nos próprios browsers, além dos smartphones, blackberries, no i-Phone e todos os aparelhos que ainda virão. É uma verdadeira virose, na qual empresas do mundo inteiro mergulharam para oferecer as mais diversas facilidades. Aderir a elas é uma questão de gosto pessoal. O jeito é, depois de ter cumprido o ritual de iniciação, testar cada uma das ferramentas por um tempo e escolher a que mais se adequa ao seu aparelho, estilo etc.

Incautos iniciantes

Para os que querem se lançar neste mundo e ainda estão à margem desta ninhada, o Mosaico Social separou algumas dicas que considera as mais importantes.
1. Decida como entrar: pessoa física ou jurídica? Tome uma decisão e vá em frente. Mas, seja qual for nunca misture canais. Melhor ter mais de uma identidade para se relacionar de acordo com cada objetivo, do que misturar os canais e deixar os seguidores perdidos sobre realmente qual é a sua dentro deste ambiente.

2. A primeira vez: Geralmente, a primeira twittada se faz sozinho (para quem é autodidata) ou em algum curso – especialmente os que não dominam a língua inglesa ou... a japonesa. Sim, por estranhos desígnios que movem este pássaro azul (será rouxinol sua raça?), esta ferramenta tem apenas duas nacionalidades, a universal lingua inglesa e a do extremo oriente, falada pelos japoneses. A razão disso eu volto em outro momento para explicar, porque hoje, o assunto é aprender a lidar com a ferramenta. Mas prometo entregar o motivo depois de apurá-lo bem.

Pois bem: A melhor forma é usar a plataforma do próprio twitter. É necessário ter um username = nome de usuário e uma senha. Depois de criada a conta, você vai moldá-la como quer: Em Settings (Configurações), a página abre sete abas: Conta, Senha (caso você queira mudar depois), Aparelhos, Lembretes, Imagens, Modelo e Conexões. Vamos passar por uma a uma:

a. Conta: Em nome, repita o username escolhido para sua conta, mas separadamente, caso ele seja composto e em maiúsculas; Username = username (dã!); E-mail = mesma coisa = e-mail; Time Zone = se você está no Brasil, (GMT-03:00 Brasilia); More info url: aqui só vale a pena incluir algo se você, como pessoa física, quiser colocar a url de um blog ou site pessoal e, no caso de pessoa jurídica, a home Page da empresa ou filial sobre a qual o twitter se baseará; One Line Bio = trata-se de um espaço no qual você se apresentará. Uma pequena biografia sua ou de sua empresa; Location = local; Language = provavelmente o English (mas vale a pena checar, de vez em quando, se o Português não foi incluído, porque, como já escrevi, pode acontecer a qualquer momento!); No quadradinho protect my updates, existe uma observação que limita seus twittes apenas às pessoas que você aprovar que os vejam. Uma vez escolhida, esta opção significa que seus twittes não serão incluídos numa lista pública, mas ficarão restritos a um pequeno grupo.
b. Senha: Conforme já dito, é a página onde o usuário pode ir a qualquer momento para trocar sua senha
c. Aparelhos: Esta página praticamente não tem utilidade no Brasil – foi criada lá fora porque, em sua concepção, o twitter foi pensado como ferramenta para plataformas móveis, daí os 140 caracteres (= que representam pequenos pios!), possíveis em celulares. Como aqui, as operadoras são reguladas pela Anatel e não seria possível um acordo como os que os empresários do twitter fecharam com as operadoras lá fora, para bom entendedor, meia palavra basta!
d. Lembretes: Como em todas as aplicações, esta aqui permite que o programa lhe envie lembretes. Geralmente, eles são encaminhados por e-mail (aha, agora você descobriu porque escrever seu e-mail lá na primeira aba!). Então, você quer ser avisado caso não twitte por 24 horas (credo, essa é de doer!)? Toda vez que seu twitter tiver um novo seguidor? Toda vez que seu twitter receber uma mensagem direta (DM)? Receber newsletter do twitter para ficar por dentro das novidades?
e. Imagem: daqui você escolhe a imagem com a qual você quer ser visto por todos no twitter
f. Modelo: apesar de o twitter dispor de alguns modelitos, existe um endereço fantástico onde você poderá, depois, turbinar sua página, com fundos ma-ra-vi-lho-sos. Comece pelo mais simples escolhendo uma das que aparecer ou, com os botões abaixo, use suas próprias imagens, expandindo-as, como você já deve ter feito como fundo de tela de trabalho de seu computador. Basta brincar com os botões abaixo (mude a imagem de fundo) e (mude as cores do modelo). Fica diferente e exclusivo!
g. A aba de conexões geralmente não tem nada e pode vir a ter à medida que você começa a interagir com aplicativos e permitir que eles interajam com seu twitter. Melhor não mexer agora, se você é iniciante.

O real motivo de termos dois ouvidos e uma só boca

3. E agora? Siga as pessoas certas de acordo com os objetivos traçados lá no início. Usar o Twitter é uma arte, especialmente no Brasil. Diferentemente de outros locais, aqui, adultos a utilizam para literalmente expressar suas sensações, opiniões e até seus rancores e ódios – quem diria. Por isso, aqui vai uma dica de ouro, que tem origem num sábio dito da tia católica de um amigo meu: “Se Deus nos Deu dois ouvidos e uma boca, é porque é para ouvirmos mais do que falarmos”. Olhando no espelho, eu o repito todos os dias que é preciso escutar mais do que falar se você quiser ser bem-sucedido no twitter.

Por isso, a estratégia que eu escolhi para o Mosaico Social foi encarar o lado colaborativo muito comum dos países lá de fora e repassar as informações que julgo relevantes dentro dos assuntos #jornalismo, # mídiassociais, #tecnologia e #publicrelations ou #relaçõespúblicas. (Este sinal de jogo da velha antes da palavra indica que já existe na twittosfera algo como uma pasta com estes nomes, em que vários twittes estão agrupados, facilitando a busca de algum assunto relativo a eles. Acho que cada um deve estabelecer um grupo de assuntos correlatos e twittar consistentemente dentro dele - para si próprio e seu grupo de seguidores.

Por fim, seguir clientes, fornecedores, colegas e pessoas de seu grupo – ou da área escolhida para twittar - mostra que você não está apenas aberto a ouvir - é um sinal de que sua identidade vale a pena de ser seguida.

4. Tenha, realmente, o que dizer. Só envie mensagens que tenham consistência. E isso implica conteúdo com o objetivo traçado lá no início. Sérias ou divertidas, as dicas postadas não podem ter “cheiro de jabá”, porque a reação pode ser avassaladora. Que o diga um dos mais queridinhos deste pedaço – Marcelo Tas sofreu uma das maiores e mais contundentes patrulhas da recente história da mídia social e tradicional por causa de um patrocínio da Telefonica no twitter. mostre interesse nas atividades dos demais twitteiros, também.

5. Multiplicai-vos entre si. Sem interpretações dúbias, por favor! Uma das coisas que torna a rede social um grande barato é a possibilidade de interação com outras redes, ferramentas e pessoas. É o efeito web 3.0, que acaba juntando pessoas de diferentes tribos em uma mesma “festa”. Claro, só ficarão as que manifestarem os mesmos interesses. A grande sacada nisso tudo é o fato de você estar num vértice e poder agregar gente que talvez nem soubesse que fosse sua amiga ou colega de trabalho ou mercado. As conversas, que começam via pequenas mensagens podem se transformar em posts em blogs, álbuns no Flickr e vídeos no YouTube, e, quando você vê, as pessoas vão se mostrando, apresentam o que as une e acabam criando laços mais fortes.

Agora, a cerejinha - como twittar:

Twittar significa dar uma informação em até 140 caracteres. Utilizando a plataforma do twitter é mais difícil, se você escolher a estratégia de repassar informações de terceiros ou mesmo, tiver que repassar um link – porque nesta, não há como encurtar (shorten) o link que, em muitos casos tem até três linhas e toma quase o espaço do twitte todo. Por isso, se você utiliza um desktop poderoso, eu recomendo baixar o Tweetdeck , que permite a você fazer várias ações numa plataforma elegante e com várias colunas ao mesmo tempo.

Nesta, você pode apenas twittar, que significa escrever a frase, tascar um enter e curtir eventuais resultados. Pode ainda retwittar (passar um twitte de alguém para frente sem ter que usar o expediente copy/paste RT @ usernamedequemvocêestácopiandootwitte), responder a um twitte, ou reply, (@usernamedodestinatário) de um colega ou seguidor, ou a ambos, bastando incluir quantos @usernamedodestinatários você quiser ou ainda, enviar uma mensagem a um amigo (D @usernamedoamigo). Neste caso, somente você e ele verão a mensagem trocada. Para isso, é necessário que ambos sejam seguidores um do outro.
Pronto, agora, mãos à obra. As noções básicas, você já aprendeu. No próximo post, vamos entrar eventualmente em dúvidas que sirgirem e nos aplicativos para celular e outros, para você enviar música, foto e outras cositas mas!

Boa sorte e ótimas twittadas para você. Te espero no twitter mosaicosocial!