sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Chad Hurley: "a internet vai matar a Tevê, mas não por culpa do YouTube”

Produzido especialmente para a rede Nós da Comunicação


Uma das atrações internacionais da terceira edição do Digital Age 2.0, evento que o Now!Digital Business promoveu nos dias 26 e 27 de agosto, em São Paulo, foi Chad Hurley, co-fundador do YouTube. Não é para menos, considerando que o site de vídeos recebe 24 horas de material por minuto e 100 milhões de visitantes por dia e foi comprado pela gigante Google, tornando seus jovens sócios bilionários em menos de cinco anos de existência.

Sua participação no evento, que atraiu profissionais de marketing e tecnologia de mais de 200 empresas, sendo a maioria deles os principais executivos, segundo informações da organização do evento, foi em forma de entrevista pingue-pongue, no painel intitulado ‘YouTube, My Tube, We Tube: a revolução da televisão que é de todo mundo’. Isso – obviamente – não sem antes a apresentação de um vídeo, desta vez do próprio YouTube, em que se pôde acompanhar toda a evolução da companhia, com a postagem de imagens que ficarão marcadas na história da mudança de paradigma pela qual o mundo digital passou apenas nos últimos quatro anos, desde que foi criada.

Há menos de 24h e pela primeira vez no Brasil, Chad Hurley não teve muita coisa a falar ao ser indagado sobre o que achava do país, mas dividiu humores na plateia ao mencionar ter sido recomendado por um amigo a visitar o Rio de Janeiro. Comparado ao Príncipe Charming, pela boa pinta, o jovem empresário tentou de tudo para esquivar-se das perguntas diretas feitas pelos patrocinadores do evento, os jornalistas Silvia Bassi e Ralphe Malzoni Jr. Afinal, é de conhecimento de todos que ainda não se encontrou uma solução para tornar o maior site de vídeos do mundo lucrativo, problema enfrentado pela maioria dos grandes drivers de conteúdo da internet em todo o mundo.

De qualquer forma, bem orientado, ele saiu-se bem às várias tentativas dos jornalistas de arrancar mais detalhes de faturamento, lucro e outros números que pudessem revelar aos brasileiros a forma como ele, como empresário, estaria solucionando uma questão em aberto para vários dos espectadores.

Hurley disse que há muito mais especulação do que realidade no que diz respeito a números de entrada x saída de valores, e insistiu que o foco do trabalho “são as oportunidades de receita publicitária que o site de vídeos pode criar para dividir os rendimentos com a comunidade e, desta forma, incentivar a criação de conteúdo relevante”. Para Hurley, disponibilizar conteúdo em todos os formatos e tamanhos, inclusive em HD, para qualquer plataforma a ser acessado a qualquer hora e em qualquer lugar é o objetivo maior da sua ida para o Google e é nisso que se concentram os esforços da equipe. Hurley também usou o “fazer mais com menos” que parece ser um novo driver do mercado on-line como sinônimo de inovação, novamente linkando-o ao projeto de oferecer à audiência, ou seja, aos seus consumidores, uma experiência. Por isso insistiu em várias ocasiões na qualidade do streaming do vídeo como um dos pontos-chave de investimento da empresa nas várias modalidades com as quais pretende que os usuários possam trabalhar.


Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça


O futuro, na visão de Hurley, é ver cada indivíduo, seja pessoa comum, ou de agência, com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão criando vídeos de conteúdo cada vez mais interessantes. Isso aliado às competências de negócios das empresas Google (baseadas em ads) e YouTube (baseadas nos vídeos), vai levar empresários e pessoas comuns a gerar transações a partir de seus vídeos para monetarizar seus conteúdos. “Para isso, estamos trabalhando em formas de acesso a outros vídeos e/ou links com os pares da nova empresa, de forma a criar interesse e novas experiências que gerem cliques depois de cada vídeo assistido”, complementou.

Hurley afirmou também que quem controla o conteúdo do site são as pessoas que criam os vídeos, mas sua equipe conta com a ajuda da comunidade para identificar conteúdos criminosos ou ofensivos. Já quando se trata de copyright, a distribuição livre gera conflitos, pois enquanto advogados solicitam a retirada de vídeos, os departamentos de Marketing questionam a retirada. Para Hurley, se os vídeos contêm conteúdo relevante é uma oportunidade para todos. “O que é bom para a comunidade é bom para o YouTube”.

O grande momento da entrevista foi quando Hurley foi questionado se a internet acabará com a TV: “Não por culpa do YouTube”, riu. Para ele, o que vai ocorrer é que, com a distribuição digital cada vez mais acessível, todos os meios estarão conectados. “A transmissão digital vai colocar à disposição de todos, conteúdos com muito mais velocidade, diversidades e numa quantidade nunca antes vista. Todos vão poder baixar vídeos em diferentes formatos e compartilhá-los rapidamente”, complementou.

E o Brasil? É muito importante para o YouTube, já que o crescimento do número de usuários aumenta a olhos vistos. Mas o grande mercado continua sendo o local – Estados Unidos – em que a diversidade de formatos permite observar melhor como adequar as ferramentas em outros países.

Como ocorre em 100 entre 100 entrevistas, ele foi questionado sobre o vídeo de que mais gosta - no Brasil, mencionou que achou engraçada a “dança do quadrado” – mas pareceu também óbvio tratar-se de resposta ensaiada, mais um “dever de casa” de última hora, baseado em estatística. O que valeu, mesmo, foi ele dizer que obviamente gosta de assistir a vídeos e que foi o que o motivou a criar a empresa e que hoje, passados os quatro anos em que tudo começou, o grande barato é ler sobre o efeito que um vídeo postado em um site do YouTube causou sobre a sociedade, lembrando dos efeitos Susan Boyle ou da transmissão da morte da moça na passeata no Irã. “Isso é o que realmente mexe comigo, o jornalismo-cidadão que cria o momento, que o imortaliza!”, finalizou.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Aos navegantes do Digitalage 2.0

Diário de bordo, data terrestre, 27 de agosto, ano solar, 2009.

Recebi várias manifestações, umas por aqui, no blog, a maioria via g-mail mesmo, às quais agradeço imensamente. Não há nada mais gratificante que um resultado positivo imediato sobre o trabalho da gente - e isso é um mérito também da nova era digital. Mas, urge que eu dê um aviso.

A cobertura do Digitalage2.0 está sendo feita em caráter de parceria. Mais matérias serão postadas, mas em outro local, mais especificamente aqui, no Nós da Comunicação. Por isso, de vez em quando, no meu twitter, eu pio algo a respeito.


Ao mosaicosocial caberá um apanhado geral sobre o evento. O artigo de ontem foi uma exceção por especial interesse na personaem, cujo case já estava seguindo por outros caminhos, inclusive via chat diretamente no Mashable, cerca de um mês atrás. Em função de expectativas que podem se frustrar, achei por bem comunicar: não haverá, neste espaço, a cobertura diária. Isso é dever dos veículos de comunicação ditos institucionalizados, que têm seus compromissos com os diversos patrocinadores aos quais estão vinculados (uma das grandes diferenças entre os jornalistas de lá e os de cá - que o fazem pela "compra da causa", e que, quando o fazem, discorem paixão e felicidade, a auto-motivação que caracterizou talvez o resultado ao qual cheguei e que gerou os inputs tão bacanas que recebi. Agradeço a todos e começo o dia com meu índice de felicidade bem alto, graças à oportunidade de estar pessoalmente ouvindo o Tony Hsieh, ao que aprendi com ele - poque se escrevi foi porque entendi a mensagem - e por causa dos resultados que obtive - que, para mim, comprovam sua tese, em gênero e grau! Quanto ao número... o que representa a quantidade para você? Comments, please! ;D e bom dia!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Digital Age 2.0: exemplo do maior sucesso de vendas 2.0 diz que segredo é ouvir consumidor e entregar felicidade

Nestes próximos dias (26 e 27 de agosto), São Paulo está sediando a 3a. edição do Digital Age, evento criado em 2007, segundo a presidente e publisher do Now!Digital, Silvia Bassi, para mostrar aos empresários brasileiros que a internet seria o futuro. Passados três anos, com o futuro tornado um inexorável e desconfortável presente para muitos empresários que até hoje ainda não "deixaram a ficha cair", o Digital Age 2.0 foi brilhantemente aberto (adoro blog porque aqui, pelo menos, a gente pode adjetivar!) pelo jovem Tony Hsieh (tony@zappos.com ou, aqui, para segui-lo no twitter). O CEO da Zappos, maior loja online de sapatos, viu seu faturamento pular de US$ 1,6 milhão, em 2000, para US$ 1 bilhão no ano passado.

Mas, o que faz um vendedor de sapatos num evento como este? A resposta poderia ser exatamente o fantástico resultado de seu sucesso na internet, que acabou chamando a atenção da Amazon, a ponto de comprar o negócio. Mas a hostess Silvia Bassi foi bem mais jornalística, ao usar de uma objetividade quase ferina ao dirigir-se à plateia: "ele está aqui pela única razão de ter começado como empresário da era 1.0 e ter efetivamente entendido o que é trabalhar para o consumidor", disse. E, para deixar que o "padre" rezasse sua missa aos fiéis, ela saiu de fininho. E que missa!


O jovem careca, de calça jeans - no estilo de 10 entre 10 CEOS da nova era - parecia um buda moderno ao falar de coisas que os engravatados na plateia jamais esperariam ouvir como receita de sucesso. Pois onde mais - senão num templo budista ou em qualquer outro local se falaria de felicidade?

Porque é esta a base de todo o sucesso por trás da Zappos. Ao invés de focar suas energias em tipo de mercado, seus sócios concentraram-nas em valores. E os seguiram à risca, com comprometimento - seus e de todos os funcionários que sempre admitiram (ou demitiram) ao longo dos pouco mais de 10 anos de existência da marca: ser a melhor experiência que o consumidor possa ter, não importa para que produto. A isso, Hsieh chamou de PEC = Personal Emotional Commitment. Por isso, para 2009, a Zappos tem como meta ser reconhecida como a empresa dos três Cs: de clothing, customer services & culture (vestuário, prestação de serviços ao consumidor e cultura).

Com histórias como "tudo começou com meu sócio vendendo sobras das pizzas que pedíamos no quarto que dividíamos na faculdade", que somente CEOs do porte de Steve Jobs, Bill Gates e, agora, Tony Hsieh têm permissão para contar, o diretor da Zappos disse que para alcançar o objetivo de 2009 não pretende investir rios de dinheiro em publicidade e propaganda. Ele hoje sabe que o consumidor vai fazer isso por ele; seu foco está no investimento diário feito internamente, na cultura da empresa; em manter sua marca forte para entregar a melhor experiência aos consumidores. "Bem atendidos, eles mesmos espalharão as melhores notícias", completou, usando o buzz - o word of mouth.

Pirâmide da felicidade


O segredo está em espalhar a felicidade do começo ao fim - e o começo está nos funcionários da empresa. Ao estimulá-los com valores da empresa e ao manter na Zappos as pessoas com perfil semelhante - com visão de longo prazo, dando-lhes espaço para crescer e responsabilizar-se pelos resultados dos quais, ao final, todos se beneficiarão, eles não somente se motivam, como fazem crescer a cadeia. A multiplicação de resultados é apenas uma consequência desta onda.

"E não é papo da boca prá fora", ele alertou - mas levado a sério diariamente. Por isso, inclusive, mantém uma política de propor a quem quiser, sair da empresa levando R$ US$ 2 mil - a qualquer momento em que se sinta desestimulado. Mais do que isso, o investimento interno envolve:

1) Não pressionar representantes de vendas com metas de vendas baseadas em desempenho ou tempos de ligação;
2) Focar o relacionamento via telefone como um dos melhores instrumentos à disposição para interagir com o cliente, de forma a fazê-lo experienciar o que quer que seja para ele sair feliz desta experiência;
3)Manter o depósito funcionando 24h, 7dias por semana, inventoriando todos os produtos;
4)Nos cinco dias da semana, a empresa trabalha com os funcionários no escritório em Las Vegas em cima do treinamento sobre os valores e cultura da empresa, serviços ao consumidor e controle de estoque;
5) A criação e manutenção do programa US$ 2 mil para deixar a empresa;
6) Entrega do Livro de Cultura da empresa;
7) Entrevistas e revisões de desempenho com 50% do peso baseado no encaixe do funcionário nos valores e na cultura da empresa.
8) O uso do Twitter para ajudar a construir a imagem da empresa.

E quais são os valores que fizeram da última do alfabeto a primeira do mundo?


Quem sabe não tem medo de ensinar e muito menos de dividir conhecimento. Para fazer sua empresa, que está na letra Z - de zebra - a chegar na frente de todas, tirando nota A, Tony Hsieh abriu por completo sua apresentação e disse que qualquer pessoa pode solicitá-la (via e-mail ou twitter, razão pela qual você pode dar um rolé para cima e pedir já o seu exemplar - já que entende agora porque eu coloquei os contatos dele aqui), além de colocá-la à disposição dos presentes, provavelmente via twitter. Como nem todos lêem inglês, aqui vai a cereja, condensada em dicas:

O maior valor da empresa é entregar o WOW (literalmente deixar o cliente boquiaberto!) com a experiência que ele terá vivenciado ao entrar em contato com a sua marca.
Abrace a mudança e seja você um criador dela.
Crie espaço para diversão e uma certa dose de esquisitice também.
Seja aventureiro, criativo e aberto ao que vier.
Persiga o crescimento e o aprendizado.
Construa relacionamentos abertos e honestos com a Comunicação
Desenvolva um espírito de grupo positico e familiar dentro da empresa.
Faça mais com menos.
Seja passional e determinado.
Acima de tudo, seja simples ou despretencioso.


Simples assim e, o melhor - o crème de la crème não ficou para o final, como costuma acontecer em eventos do tipo. Ao contrário, deve ter gerado um belo trânsito ao redor do World Trade Center de São Paulo, o suficente para lotar os quase 800 lugares do auditório do business center do local.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O milagre da multiplicação da Web 3.0: mais um vídeo para mostrar o novo mundo conectado

Volta e meia o assunto vem à tona. Mas é porque tem um motivo: é simplesmente inexorável. Nosso mundo está cada vez mais semântico. As redes já se falam e a uma velocidade inimaginável - ou você acha que não significa nada o fato de eu começar a falar disso há apenas alguns meses e agora, já twittar e poder subir fotos no Flickr (considerado o melhor site entre todos,pela revista Time!)? Ou ainda, ouvir e compartilhar as músicas que mais gosto e estão no Last.fm, fazer com que meus pios sejam lidos imediatamente por Plaxo, Facebook e, nesta última rede, incluir mais um sem número de aplicativos, além de linkar outras pessoas de outras redes, também?

Isso são os computadores conversando entre si, trocando, compartilhando - é a rede entre eles - o passo que veio depois que as pessoas passaram a fazê-lo, conforme já postei aqui, ao falar do livro-bíblia Ground Swell (um dos 100 melhores livros sobre mídias sociais que um dinamarquês lançou hoje numa lista incrível e divulgou esta manhã para o mundo virtual e que compartilho aqui com vocês).

Graças ao desenvolvimento de programas que se ajustam, como o vídeo a seguir - ao qual tive acesso também pelo twitter - mostra, o mundo da tecnologia ficará cada vez mais conectado e sem fronteiras.

Blogosfera: o grande buzz do momento

Correm boatos de que o fim da blogosfera está próximo - assunto que foi pauta do dia de hoje entre os twitteiros de plantão, por causa de matéria veiculada na imprensa escrita. Se isso é especulação ou intriga da oposição, o certo é que a própria blogosfera em si é o grande buzz (assunto do momento) dos tempos.

Hoje fiz um laboratório de twitter cuja conclusão não foi outra senão a de que a própria mídia tradicional usa a blogosfera - e o twitter - outro ameaçado pela força do Facebook - para pautar seus veículos: @bluebus, @bbcbrasil, @g1 e outros endereços de veículos de comunicação existentes ainda antes da nuvem de redes e do twitter bebem nas mesmas fontes internacionais que eu ou qualquer outro mortal com um mínimo de acesso e vontade de ler diretamente àqueles que produzem notícias. A diferença é que eles podem ou não dar os créditos para o que blogam ou twittam. Eu prefiro abelhar - como disse - porque, como defensora de quem foi lá, fez a matéria, postou e tudo o mais, posso até repassar o conteúdo, mas sempre dando a César o que é de César.

De qualquer forma, ficou 250% claro que o twitter - em que mídias como Wall Street Journal, Times, The Economist, The Guardian, a própria BBC World, CNN e mesmo a Info e tantos outros veículos que twittam suas manchetes, chamando para seus sites de notícias leitores do mundo todo, é o grande pauteiro da imprensa brasileira.

Graças a este ambiente todo tem sido possível o desenvolvimento de aplicativos em tempos cada vez mais curtos - tem sido possível juntar pessoas de países, línguas, culturas tão diferentes, mas com objetivos tão comuns - para criar novas ferramentas, para mudar o mundo. Imagine que existe um aplicativo que calcula quantos twittes os brasileiros dão por segundo: são, em méda 7! Por segundo! É uma loucura. Tirando certo percentual de abobrinha, tem muita gente tuittando e retuintando conteúdo de qualidade para ajudar neste processo. No mundo todo, o tráfego do twitter explodiu 15x para 44,5 milhões, em Junho, segundo a comScore.

E assim, blogosfera e redes semânticas vão se multiplicando em progressões que, a esta altura, já ultrapassaram as conhecidas geométricas que aprendemos na minha época de antes do segundo grau (rs!)

Para que todos os mortais entendam e cada vez mais - como isso já funciona e como muito em breve tudo isso vai mexer com o cotidiano - senão o nosso - dos nossos filhos e netos, aqui vai um upgrade do vídeo que postei há poucos meses sobre a web 3.0.

Apesar deste não estar traduzido (porque é bem recente), as figuras bastam para quem não domina o inglês ter uma noção bem marcante do que significa tudo isso.

O reconhecimento de voz

E, linkando este post ao de ontem (suitando, como se diz em bom jornalismo), imagine a rapidez com que tudo isso pode acontecer se os comandos para que estas maravilhas ocorram vierem de aparelhos que passem a reconhecer nossa voz? Mas nada em inglês, não. Falo do bom português. Ideal seria o brasileiro, mesmo. Mas já me darei por satisfeita se, aproveitando a carona da recente mudança ortográfica que uniu países de Língua Portuguesa de vários continentes, nosso Governo pensar em criar uma política de tecnologias de reconhecimento de voz para computadores. Seria um mérito e tanto para este Governo que se diz tão pró-povo, que tanto cobra das empresas ações politicamente corretas, mas que não criou ainda uma política clara sobre isso e que beneficiaria tanta gente. E deixo clara minha visão de que não falo de pessoas com habilidades especiais, não. Estas se beneficiariam também. Falo, sobretudo, de qualquer brasileiro que sabe que o futuro é a tecnologia sem teclado.

Aproveitando o modismo do pio do pássaro azul, #prontofalei.



Future Internet Video from Castemelijn on Vimeo.

domingo, 23 de agosto de 2009

DDD: Desculpas, diário de bordo e dica do pio do pássaro azul


Faz muito tempo que eu não posto, o que eu sempre achei lamentável para um blog jornalístico. Por este motivo, começo este post pedindo desculpas a cada leitor e prometendo voltar a fazê-lo com a periodicidade que o faça ser mantido entre seus textos de interesse. E, neste mea culpa ligeirinho, justifico que ainda que o silêncio possa denotar desleixo ou abandono, posso afiançar que se tratou do contrário -- se ficar clara a dedicação às mídias sociais sempre quando eu não estou exercendo as demais atividades rotineiras de (mico)empresária, mãe e dona de casa às quais somou-se agora a de mãe-também-estudante à qual fui -- como tantas outras pessoas -- forçada pela overdose (pelo menos é minha opinião) de preocupação com a gripe A.

Assim, além de adiantar mais de um mês de aulas do podcast, que semanalmente vão ao ar pela rádio Mega Brasil online, e que, esta sim, roubou a festa do blog no que diz respeito às aulas práticas sobre o tweeter, ou, como rebatizei o manual prático - o ABC do pio do pássaro azul, resolvi me meter em mais outras iniciativas tão cativantes quanto time-consuming.

Jornalismo em primeiro lugar

Uma delas diz respeito ao jornalismo, claro, a razão de ser, sempre. Vanyzinha Dom Quixote de Calcultá Laubé tenta, sempre que podem e pedem, ajudar alguns jovens muito desestimulados com a falta de oportunidade que assola o mercado. Não são poucos os que me chegam, regularmente, devo dizer. E tenho o ímpeto de fazê-los não desistir da profissão, mesmo com tantos "nãos" que ouvem depois de passarem por sabatinas, testes de reportagens gratuitas para provarem competência, um mês de cobertura de férias para também tentarem uma vaga, até que, findo o período, o que lhes resta é mesmo voltar a batalhar pela próxima oportunidade.

No meio tempo quando todos lemos, via Twitter, que no Pará estão já contratando para exercer a profissão pessoas com o segundo grau completo etc., imagine, até eu quero cortar os pulsos, a língua, o diploma do Gilmar Mendes - não o meu, claro, que, como já advoguei em outros portais e mesmo aqui no blog - guardo com um carinho especial, com ou sem valor jurídico-mercadológico. Também repassei todo um levantamento que fiz a um outro rapaz meio perdido com cursos de pós-graduação no exterior - e esta foi uma experiência muito gratificante. Aliás, todas acabam sendo, de uma forma ou de outra, porque, da mesma forma que existem as bolhas de sucesso, também ocorrem estes momentos de incerteza. Se esmorecemos, entregamos o que temos de melhor a quem talvez não mereça - pela simples incapacidade de exercer com pluralidade, insenção e a paixão pela busca da verdade, sem se vender, mas pela justa causa de lutar pelos anseios da sociedade, o jornalismo de fato.

As redes sociais

A outra iniciativa à qual me envolvi tem a ver com as mídias sociais, claro. Recebi de uma grande amiga jornalista do Rio, Cristina Miguez, um e-mail que me apresentou a uma nova rede -- muito voltada a professores, mas que está aberta a qualquer brasileiro interessado em participar da discussão que levará à formulação e construção democrática (espero!) de uma política pública de cultura digital, integrando cidadãos e instituições governamentais, estatais, da sociedade civil e do mercado. É o Fórum da Cultura Digital Brasileira. Em menos de um mês já integro os grupos Jornalismo Colaborativo na web, Cultura Digital em Rede, Comunicação Digital, Apoios e Patrocínios e Pela implantação do reconhecimento de voz PtBr (ufa!).

Gostaria de dividir com todos o meu post. Ele faz um link entre os primeiro e último grupo - porque acredito que uma coisa se junta à outra e se não entrarem numa mesma pauta de discussões, correremos o risco de ter aí, mais um problema sério como foi o do diploma de jornalismo. Vários grupos estaques discutindo pequenas partes de um todo - que, precisa virar de cara, o Mosaico Social de que tanto precisamos, especialmente em sociedades como a nossa, em que as estruturas de algumas instituições estão tão pouco fortes em função da intromissão do Estado. Gostaria muito que, caso você leia meu post, faça um comentário, ou passe a integrar os grupos também: temos uma oportunidade nas mãos como nunca! Vale a pena, pelo menos, conhecer a rede. Que tal?

A dica do pio - continuação da aula:

Se você não está acompanhando as minhas aulas via podcast, a boa nova é a de que - se você percebeu a mudança do leiaute do blog - em breve, cada uma delas estará disponível aqui para uma revisão. O que acho fundamental, porém, é que este local abrigue as abreviaturas que ajudam a mutiplicar os 140 caracteres do twitter. A aula a seguir ainda demorará a ir ao ar, mas, conforme eu já gravei, as abreviaturas estariam no ar, antes, para quem lê o blog.

Aproveite: As abreviaturas a seguir integram um manual em inglês do colega de twitter que mora na Califórnia, o Tom Duong. Somos amigos lá, porque nos seguimos mutuamente. A ele, meu agradecimento e, claro, o devido crédito, fundamental em todas as ocasiões.
RT = Retweet. É quando você (=vc) lê um pio, gosta e quer repeti-lo. Vc escreve RT dá um espaço e escreve @username do twitter de quem deu aquele pio.
Há duas maneiras de RT. Vc pode simplesmente dar o RT espaço @mosaicosocial e repetir a frase ou pode repetir a frase mudada, porque não vai dar o espaço todo, por exemplo, e aí vc diminui um pouco, a seu estilo e, entre parêntesis, coloca via @mosaicosocial.
Caso o retwitte já tenha uma outra fonte, basta colocar apenas um RT e manter os dois endereços de TT, para que ambos saibam que vc usou as devidas fontes.
PRT = Partial Retweet / Please Retweet – eu entendo mais como please retweet – mas não costumo usar, não.
DM = vem de Direct Message ou mensagem direta – você só consegue enviar se for entre amigos – ou seja, pessoas que se seguem mutuamente. O próprio twitter te avisa a respeito.
@rroba = Quando você manda um reply ou uma mensagem iniciando-se com um sinal de arroba, saiba – toda a twittosfera terá acesso a ela. Portanto, não é um MSN – pode até ter cara de um, mas ficará lá para todos os que te seguem – mesmo que vc não os siga de volta - participarem desta conversinha.
BR = Best Regards = saudações
LOL = Laugh(ing) Out Loud = rindo alto
BTW = By They Way = à propósito
Plz or Pls = Please = por favor
FYI = For Your Information = para conhecimento
FB = Facebook
J/K = Just Kidding = estava brincando
LMK = Let Me Know = me avisa
PPL or Peeps = People = gente
TTYL = Talk To You Later = falo c/ vc depois
TTYS = Talk To You Soon = falo com vc já já
OMG = Oh My God / Oh My Gosh = Ai meu Deus
Ur = Your = seu/sua
U = You = vc
RE = Reply = resposta = retorno
TY or TU = Thank You; aqui no Brasil, a gente usa mesmo o Tks – e eu uso muito, quando ainda mando um beijo junto, o Tkx, porque beijo em linguagem de sinais em inglês é X.
YW = You’re Welcome


Uma dica além de usar todas destas abreviaturas, é a de que você use e abuse dos velhos ensinamentos da taquigrafia. Um explo, o não com um n com sinal de til em cima (= ñ) para a palavra não. Com isso, vc ganha mais dois caracteres. Pode usar o p com uma barra lateral para a palavra por ou para (= p/), pode usar uma barra para referir-se ao sufixo mente (explo: justa/)e duas para o sufixo dade. Enfim, há uma varie// de possibili//s para se usar ao twittar nas línguas todas. Até o próximo post.