quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Voltando à vaca fria

Nada acontece por acaso. E foi assim, por acaso, que este vídeo do René de Paula veio até mim, caindo como luva para ratificar algumas decisões - como resgatar algumas vacas frias e finalizar projetos paralisados pela distração da sociabilização em demasia nas mídias sociais - entre outras.

Acredito que o vídeo sirva, sobretudo, para alguns colegas que me procuraram com a mesma problemática abordada. Vale a pena investir um tempo para assisti-lo. #RF!

dica pra quem vende digital: o que da pra comprar? from renedepaula on Vimeo.


Com este material e mais este outro aqui post (em inglês)- cujo link #RT esta manhã dizendo que seria redundante no conteúdo e no título "Qual a coisa mais importante que você aprendeu sobre mídias sociais este ano?", se resolvesse escrever um post de fim de ano, encerro as atividades do blog Mosaico Social em 2010.

Nem tanto o céu, nem tanto o mar, fiquemos com a linha do horizonte, na qual eles se encontram e tentemos o equilíbrio de forças, com responsabilidade, honestidade, ética, visando ao bem comum de casa, do condomínio, do bairro, da cidade, do Estado, do País.

Um Feliz Natal, obrigada por ter você aqui, pelos comentários deixados ao longo do ano, e um ótimo 2011 também. :0)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vany L., hackeada e arrependida...

...mas, cada vez mais, superligada! E, aviso aos navegantes... meu tempo de mídias sociais vai diminuir, porque, como mera mortal, voltarei para as filas de banco. Eu e... de repente, grande parte da torcida do Corintians, Flamengo, Fluminense, São Paulo... e outras tantas Brasil afora... será? Com aquela cidadezinha da Itália optando por viver uma vida nos moldes medievais... do jeito que a coisa anda... quem sabe?




Poderia ser como um slogan do Olivetto. "O primeiro, a gente nunca esquece." Mas tem, mesmo, gosto do fel da violência terrorista que marca o século XXI. O da invasão total e, pior, meio consentida, porque, não importa a quantidade de blindagem que eu tivesse instalada em meu computador, eu permiti acontecer.

Ainda não sei se este será meu último post do ano, mas que sirva para exemplo de quem parou para estudar, leu, deu dicas e... errou. Com jeito de idiota, fico me perguntando, tal qual um pai (uso genérico, já que aqui, pode referir-se a uma mãe também) impotente ao ver seu (sua) filho(a) fazendo escolhas diferentes das que ele(a) por anos tão esforçadamente tentou inclutir com valores, conversas, papos-cabeça... "Onde foi que eu errei?" "Qual e de onde veio o link errado que abri, fazendo este hacker ter acesso a senhas tão preciosas?" "Que porta deixei entre-aberta?" "Houve permissividade? E se houve, o que este hacker conhece de mim a ponto de me fazer levar a abrir seu link?

Se tivesse as respostas a estas perguntas, eu não teria sido vítima. Mas, certamente, abrir links a partir de agora será atitude muito mais pensada e, via de regra, feita da forma mais complexa que houver, especialmente de gente estranha.

Aos sociólogos e psicólogos de plantão... um pedido - que estudem o fenômeno e escrevam sobre ele. Porque vou buscar referências e trabalhar em dicas. Se não aprendi por amor, mas pela dor, posso, na qualidade de formadora de opinião para quem me segue, escuta ou lê, no mínimo, por questão de compromisso, mais do que repassar a experiência, informar sobre como evitar cair na armadilha.

Por hora, fica apenas o alerta de que:
Não se deve aceitar provocações (seja sobre futebol, política ou o que for.
Muito menos, sem pensar, abrir links para cair num buraco negro que, inicialmente possa parecer apenas uma brincadeira de momentum. É aí que o bicho pega.
Manter seu computador blindado com o anti-vírus atualizado e fazer DIARIAMENTE uma atualização dos pacotes anti-vírus é fundamental. Procure, pouco antes de desligar a máquina, colocá-la para a checagem completa do sistema... Antes das mídias sociais uma vez por semana era suficiente, mas agora, é questão de vida ou vida.
Vale categorizar seus amigos no Facebook, sim, e saber quem tem acesso a informações suas sobre endereços, telefones, e-mails e outros dados que podem ser interessantes para alguns, mas muito pouco relevantes para a maioria.
Focar no que você posta nas redes e evitar abrir demais sobre sua vida pessoal, o que é default, mas nunca demais repetir.

A lista pode ser ainda mais extensa, mas acho que estes já são cuidados eficazes. Numa era em que tantos aplicativos trocam informações suas entre si, a privacidade foi literalmente para o escambau, se a gente não se cuidar, ninguém o fará por nós... é como marketing pessoal, só que... ao contrário. :S #weirdo! Você alguma vez imaginou ter que fazer isso o tempo todo? Fica a provocação...

(imagem retirada do site: http://www.bramjnet.com)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Einsten, o #twitter e a estupidez humana ...

que leva à dor e a delícia de cada um ser... o que é

O twitter reflete o lado Dr Jekyll e Mr Hyde de quem não consegue lidar com a autenticidade, a energia, a honestidade e a cara limpa dos outros.


Sempre haverá polêmica. Micro ou macrocosmo? Cada leitor que responda por si mesmo, segundo sua vivência. Sim, este post é uma provocação.

Se integrante de um espaço cibernético infinito, é macrocosmo. Mas, como uma de tantas outras ferramentas e ela mesma uma rede de relacionamento, interação, integração e informação, troca midiática que a difere de tantas outras, micro, certo? Completa... #relatividade!

Dentro ou fora da rede, imagino tal qual literalmente criança, o físico e humanista alemão Albert Einstein (14 de março 1879 – 18 de abril 1955) fazendo das suas e mostrando seu linguão ao usar e abusar de sua teoria para – com gosto - fazer novos experimentos e certamente dar, nele mesmo, #RTs a várias de suas célebres frases que volta e meia pululam na plataforma do pássaro azul. Exemplos não faltam. Eu já postei algumas destas. E você?

“A imaginação é mais importante que o conhecimento.” – tem vezes que é mesmo e... que delícia...
“A tradição é a personalidade dos imbecis.” - só por isso, fica claro que ele amaria as redes sociais, em especial o #twitter
“Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.” –ideal para todo mundo, real ou presencial para a maioria dos piscianos, são estes os ideais de grande parte das pessoas que buscam no #twitter contatos para resolução de problemas sérios, senão de estender a mão para ajudar também.
“Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu.” – No #twitter é a mesma coisa. Para cada grupo de seguidores, você tem uma imagem. Tudo depende do resultado que você é capaz de gerar/entregar a cada um, individual ou coletivamente. Basta um único não e as coisas... #engrossam - literalmente. Qualquer twitteiro com pouco mais de 2 mil seguidores tem, certamente, mais de uma história sobre #troll para contar. Os mais em evidência são mesmo artistas e os queridinhos da #TL. Marcelo Tas não me deixa mentir, como o recente envolvendo a polêmica roqueira Rita Lee com os corintianos e, mais recentemente, o processo eleitoral brasileiro, que evita explicações adicionais.
“A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.” Esta aqui... que fez com que eu escrevesse o post de hoje, é tudo. Brincando com palavras, acredito na força cósmica (a dupla #CosmoseDamiãos), mas sobretudo na interferência dos sinais emanados pelas forças do mal.
“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.” Essa, fecha com chave de ouro o raciocínio da de cima e meu pensamento sobre a certeza do conhecimento de Einstein sobre a natureza humana (como Charlie Chaplin também!) e sobre sua incrível alegria em brincar com o #twitter se vivo estivesse.

Tão bem definida e condensada em um belo filme, pela professora de mídias sociais da Faculdade Estácio de Sá, Graça Taguti, a @uhuh, a ferramenta tem de tudo o que o ser humano pode pôr dentro. É muito pó de pirlimpimpim junto. Um banho de retórica aos seus amantes.



Se para bom entendedor, meia palavra basta, como disse @renedepaula, num breve #mimimi, no qual muito apreendi – quantas entrelinhas cabem em 140 caracteres? Não são poucas – that’s for sure!

Ao refletir o universo presencial, um dos temas do recentíssimo #Twittermix que uniu twitteiros para literalmente discutir as relações que tanto encantam, aproximam, envolvem, viciam e outras ações mais nobres que têm mudado a forma de fazer o mundo, minuto a minuto dentro da ferramenta, o #twitter reflete o ser humano no que ele tem de bom e ruim; instantaneamente. Por isso ele é mais polêmico, visceral, prato cheio para a turma de RH das empresas, além de psicólogos, psiquiatras e outros especialistas das áreas sociais; muito mais que o Linked #In, local em que as pessoas lidam umas com as outras como se num constante evento corporativo, ou no Facebook, rede de viés mais fleumático nas atitudes... apenas para citar algumas.

O twitter reflete o lado Dr Jekyll e Mr Hyde de quem não consegue lidar com a autenticidade, energia, honestidade e cara limpa alheias. E esta frase não é de Albert Einstein. Poderia ser de qualquer um que tenha passado por casos de #troll na rede. E que, geralmente, foram ou são pessoas que:

1) Não têm medo de mostrar a cara nem ser quem são
2) Se expõem tal qual são na vida real
3) Se comunicam com todos, de igual para igual
4) Não têm medo do que dizem, quando e como dizem, ou escrevem, postam, piam...
5) Por fim, não escondem seus olhos por trás de óculos escuros, máscaras, avatares e, se o fizeram, foi depois de perceberem que era preciso proteção.


Guardarei os momentos a seguir com muito carinho, porque muito especiais. Depois deles, merecidas férias me esperam, especialmente depois de ter sido hackeada, trollada e, num golpe final, duramente atingida no que me é mais precioso neste mundo: a saúde de meus dois queridos; filho e companheiro, um atrás do outro. Não pretendo entrar no detalhe do assunto, apenas sua menção é suficiente. Energia negativa, magia negra, bruxaria? Seja que nome for, me fazem ver o lado cheio do copo - de novo - porque na crise sempre - acho uma saída, uma oportunidade para dar a volta por cima! Porque sou Vanyzinha 440V! E isso não é à toa também!



Passado mais um ano de estudos e vivência em mídias sociais, fica uma nova lição. Amigos são os que estão conosco não apenas no virtual ou presencial de curtíssimo prazo. Mas os que te acompanham na alegria e na tristeza, na saúde e na doença; não são nem puxa-sacos nem os sanguessugas de plantão. Que brilhem as verdadeiras estrelas. O céu está cheio delas e a #TL também. #carpeannum

(foto de Albert Einstein: http://mikaacesso.blogspot.com/2010_05_01_archive.html)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

#TwitterMix: Jornalismo em redes sociais. Informação ou Interação?

Os dois. Assim comecei minha palestra na primeira, mas certamente não última o/ edição do #Twittermix ou #ttmix2010 (o nome ainda deverá ser trabalhado, especialmente agora que o Twitter estabeleceu regras claras sobre o uso de sua marca). E, dentro deste contexto, inevitável não mencionar o precursor das redes sociais distribuídas, que pode ter descoberto uma mina de ouro só não levada adiante por falta da vontade política, mesquinhez do poder hierárquico do ser humano. Que só seria verdade depois do Manifesto Cluetrain – preconizador de algo anárquico. Falei de Paul Baran e do seu modelo de organização do Sistema de Comunicação, criado em 1964 para avisar os Estados Unidos em caso de ataque soviético em épocas de Guerra Fria. Conheci-o por meio de um dos fóruns para a Década de Cultura de Paz que integrou o livro do qual fui assistente de pré-edição, como ficou nos créditos. Foi pela voz de Augusto de Franco, que fui apresentada ao Baran e cujo texto criei para o livro da Unesco.

Despretensioso

Pensado como um informal encontro de twitteiros para discutir o encantamento que a rede provoca sobre as pessoas foi ele mesmo seu provocador ao promover interesse sobre seu conteúdo junto aos internautas conectados via ferramenta do pássaro azul, naquele 27/11/2010. Para quem se debandou para a pacata cidade de Bento Gonçalves, aquela tarde de sábado deixou marcas indeléveis. E quem não pôde ir, não teve como esconder a “inveja branca” sentida em pios vindos de toda parte do Brasil.

Durante e depois do evento, quem foi e teve a chance de twittar não escondia a satisfação de abraçar arrobas tão queridas no plano virtual que, agora, no presencial – porque real são ambos os mundos, aparte muito bem pontuado pelo jornalista José Luiz Goldfarb - pareciam amigos de longa data.

Desde a "ausência do crachá mais a divulgação, que representa o como modificamos nossa realidade ao usar o twitter", como abriu o evento um de seus idealizadores e organizadores, Afonso Escotesguy - @ochato – até seu discurso no último jantar, já no domingo de noite, no qual dedicou umedecidas e sinceras palavras a @joaocampos_ms, @esjournalist, @sandraacalasans e @veramaselli, a sua cúmplice na empreitada @rutevera e a mim, que quase não pude comparecer, mas fui por ele calma e tolerantemente persuadida, o evento deu a largada a um tipo de discussão que não tem por objetivo ser um espaço de #geeks ou #experts apresentarem tendências mundiais em tecnologia e relacionamentos visando a tornar corporações mais rentáveis ou alcançar mais visibilidade. A pretensão era apenas a de tão somente discutir uma das mais intrigantes questões que move o ser humano desde que tornou-se homo-sapiens: como se relacionar.

Lady Murphy: por isso, apenas resumo

Todos os painéis, ou sua maioria, foram filmados em streaming, graças ao esforço individual de uma das convidadas. Mas como “Lady Murphy” me tem visitado com extrema assiduidade, exatamente na minha palestra, a que abordou o envolvimento do Jornalismo em rede, o link caiu e um vácuo tomou conta da timeline, porque, coincidentemente, os twitteiros de plantão não passaram aos demais o conteúdo do que busquei trazer para a turma, apesar dos protestos – que fizeram um bem enorme ao ego, não posso negar! #prontofalei.

Para não estragar o gostinho de quero mais, apenas um resuminho

Se o Jornalismo não fosse informação e interação, não teria sido aposta do New York Times, primeiro veículo de comunicação a se lançar na internet, criar conteúdos relevantes além de simplesmente postar seus conteúdos impressos, como até hoje veículos menos arrojados ainda fazem. E isso se deu, em 1996, quando a internet começava a dar seus primeiros passos. Desde aquela época, o jornal, que hoje tem muito mais leitores – quase três milhões – via seguidores do #twitter, ao invés dos impressos – estagnados na casa dos 950 mil, já apostava em nichos de leitura.

A fidelidade de leitores foi conquistada na migração de mundos. O que falta ao NYT e à grande maioria dos veículos de comunicação no mundo virtual é chegar à equação que lhes permita faturar. E, vale frisar: cada um encontrará seu modelo de negócios, porque o que vai dar certo para um, não necessariamente será receita de sucesso para os demais. Tudo vai depender da forma como cada um vai se relacionar com seu público.

Como já postei no #twitter inúmeras vezes, mencionei minha crença no sucesso da linguagem #HTML5, trazida pela Instapaper. Ela permite baixar e armazenar páginas de web para leitura posterior. Isso se deve ao aparecimento de leitores como Kindle, Ipad e outros brinquedinhos do gênero, como o que eu vou pedir ao Papai Noel (isso, obviamente não mencionado na palestra, mas a @remozer e eu queremos – o tablet Galaxy 3G) vem como resposta ao fim da ditadura do jornalismo drops e, sem dúvida, é um alento especial para coleguinhas da minha geração! ;o).

Como só tinha 20 minutos, não deu para falar muito além de citar o crescimento do jornalismo-cidadão e do crowdsourcing como novos modelos de jornalismo social, voltados à cidadania e outras iniciativas de jovens de todas as partes do mundo; no mais, passar o vídeo abaixo, obviamente muito bacana, já que tratou de trazer os jornalistas até o evento, dizendo para os presentes o que o twitter significa para eles - atuantes e praticantes.



Com isso, fechei minha singela participação neste primeiro #Twittermix ou #ttmix2010, feliz porque os comentários à boca pequena foram D+, revelando, sobretudo, que, ao final das contas, o dever foi cumprido. :D Depois... bem, depois, foi só festa, digo, relacionamento... no virtual e no presencial, ambos, realidade telúrica, mesopotâmica, deliciosa, poderosíssima ou simplesmente... humana!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Digital Storytelling


Uma forma de juntar as facilidades das novas mídias para embalar o passado em humanas e sensíveis histórias


Inevitável sucumbir à inspiração de criar uma história sobre si mesmo, sua família, seu bairro, a comunidade, a cidade, a escola ou mesmo o novo grupo de twitteiros que se juntaram em uma confraria tão unida como já não se via há muito, desde que o individualismo aninhou-se entre todos de forma avassaladoramente só. E tudo isso sob uma ótica romântica, sensível, se não ainda com um final feliz depois de período de enormes dificuldades, semeando o crescimento.

Difícil não sair inebriada de ideias e querendo tirar do baú histórias ou transformar aquele livro de contos em um formato transmídia para torná-lo finalmente, concreto. Um evento que tenha tido como palestrante Joe Lambert, fundador e diretor do Center of Digital Storytelling, para falar sobre o que é e como fazer esta "Contagem de histórias digital", é, simples e totalmente causar tudo isso.

Texano de forte sotaque, Lambert foi quem criou o método que propõe o uso de mídias digitais nos processos de registro e criação de narrativas orais, sejam individuais ou coletivas – quer dizer, para pessoas ou empresas. E casos reais existem com assinaturas da Hewlett Packard, Apple Computer e Procter and Gamble, para citar algumas.

Co-organizador e curador de diversos festivais e conferências sobre storytelling digital em todo mundo e com formação em Teatro e Ciência Política, Joe Lambert esteve na manhã de hoje em São Paulo, contando histórias e ensinando também uma plateia formada por profissionais de Comunicação Corporativa, RH e jornalistas a fazê-lo durante o 1º Seminário Internacional de Storytelling. A iniciativa resulta do envolvimento entre a Associação Brasileira das Empresas de Comunicação - Aberje, (que postou já sobre o assunto) a Escola de Comunicações e Artes da USP - ECA, o Espaço Memória Votorantim e o Museu da Pessoa.

Por meio de um convênio de parceria, eles realizaram o evento cujo título foi "Como as histórias estão transformando os negócios – Fórum permanente de gestão do conhecimento, comunicação e memória", mas poderia ser ainda, “Como as histórias podem te transformar; aqui e agora”. O grupo de entidades prevê a organização de uma série de seminários internacionais do gênero, que deverão juntar empresas, fundações, acadêmicos e instituições de referência nos temas abordados para discutir o valor das histórias como fonte de conhecimento para as empresas. Com isso, eles devem promover a reflexão sobre a história do desenvolvimento do país e fomentar o surgimento de linhas de pesquisa que enfoquem as histórias de vida nesse processo.

Mas, o que vem a ser Storytelling?


Para quem não teve a oportunidade de estar no evento, achei que seria mágico OUVIR Joe Lambert. E como a internet é um grande oráculo, basta fazer a pergunta certa e voilá para o que você está procurando.

No podcast a seguir, passados os minutos iniciais, depois de apresentado, Joe Lambert repete o conceito de Digital Storytelling que revelou a uma plateia numerosa, interessada, questionadora e participativa, no auditório do Espaço Memória Votorantim.



aperte aqui

A prática

Depois do meu primeiro ano de estudo das mídias sociais, em que a tônica foram as novidades em ferramentas, participar de eventos ligados ao que as novas mídias vêm proporcionando de mudança no nosso cotidiano tem sido uma experiência única e espetacular.

Na vivência do fórum de hoje, Lambert usou para sintetizar o conceito de Storytelling um filmete de não mais de três minutos, elaborado por ele próprio. Os recursos não foram caros; apresentação em Power Point, fotos de família, algumas em PB sobre fundo brando e mensagens escritas gentilmente em inglês e português. Enquanto isso, ao fundo, sua voz propositalmente empostada contava sua história, tendo também, ao fundo, uma doce melodia. A ela cabia emoldurar o conflito pessoal sobre a questão do uso da bebida pelo filho. Algo que por gerações abalou toda a família Lambert. O pai de Joe foi alcoólatra e conseguiu superar a doença; seu irmão, sem tanta sorte, feneceu. E, agora, era a vez dele viver este conflito com seu filho, também Joe.

“O mundo é Storytelling e sempre foi. O que a internet pode ter causado num primeiro momento foi fazer todos escreverem sobre qualquer coisa, mas se as pessoas focarem no que é importante e significativo, há o que contar e o que passar como mensagem real, que faça sentido historicamente, de valor, que sirva para o futuro das gerações”, disse Lambert.

Para Lambert, independentemente da área de interesse, as plataformas para se contar histórias, como TV, internet e dispositivos móveis proporcionam inúmeros formatos correlatos – o que ele denominou de transmídia. O que importa é que as histórias sejam baseadas numa abordagem – que envolve quatro pilares – ciclo da história, seus elementos (da narrativa), a produção em si e, para corá-la, a celebração. Quanto às aplicações do Storytelling, são várias. Além da criatividade e voz pessoal – porque permite que qualquer pessoa possa criar a sua, promove mudança social e engajamento cívico; envolve educação e tecnologia e pode ser usada na Comunicação Corporativa.

Desde que criou seu método, Joe Lambert vem implantando suas oficinas em empresas para valorizar os conteúdos que realmente valem ouro em empresas, famílias, acervos de entidades, porque, de fato, com a informação tendo virado commodity, as pessoas perderam o foco sobre o que realmente é importante e essencial.

Como fazer o Storytelling? Os elementos são:

Uso de imagens
Música de fundo
História na primeira pessoa do singular
Início, meio e fim para cada história
Mensagem final
Música aumenta no final


Mas, e o conteúdo? É necessário:

Coletar idéias com todos os stakeholders envolvidos
Criar estória ou ciclos de histórias dentro da maior narrativa
Refinar os roteiros para servir a um propósito
Criar um vínculo emocional
Estabelecer intimidade
Evitar a linguagem emocional – mas mostrar os sentimentos


O Momentum – identificar a cena que melhor captura o significado e fazê-la trabalhar para atingir a emoção que vai capturar sua audiência

Depois, é importante que você ouça sua história para, então, compartilhá-la. E, para isso, vem a parte da montagem, quando entra o Digital... "Geralmente", diz Lambert, "o primeiro rascunho deveria vir como é, no papel, como um copião. Só depois é que se pensará nas mídias que serão usadas para sua divulgação. Porque as histórias conectam uns aos outros são. Mas mais importante é que elas conectam diferentes partes de nós mesmos", completou.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quando CEOs reproduzem NOSSO discurso, é porque está na hora de olharmos para as novas tendências a caminho


O lançamento do Social CRM pode ser a mudança de paradigma no mercado corporativo brasileiro
“O controle sobre as mudanças parece consistir em nos adiantarmos a elas, não em esperarmos que aconteçam. A antecipação nos dá o poder de orientá-las em nosso favor.”

Marshall MacLuhan

Para quem não viveu ou não pesquisou, o dia 11 de novembro é tão emblemático mundialmente quanto o mesmo dia de dois meses antes. Agora, não apenas pela coincidência de ter sido a data da assinatura do armistício que pôs fim à I Guerra Mundial, como também, durante a II Grande Guerra, o dia em que a Alemanha invadiu a França e os Estados Unidos, a Itália, o 11 de novembro no Brasil, pelo menos, pode ser considerado o dia em que um empresário ecoou o mantra que nós, da área de Comunicação, vimos entoando há anos.

"O mundo já mudou. A hora é de se adaptar ou morrer." A frase foi espetacular porque dita por um Chief Executive Officer. John Lima, da Coffee Bean Technology, empresa americana nascida no vale do Silício com forte sotaque brasileiro, baseou-se em Marshall MacLuhan para encantar as plateias para as quais apresentou-se naquele dia – imprensa, clientes potenciais e especialistas –, e nos dias que se seguiram a sua rápida visita ao Brasil, que o levou a Campinas, com apresentação no CNPq, onde a empresa mantém seu centro de Desenvolvimento.

Quem não pôde comparecer à apresentação de Lima, pode (e deve) baixar o livreto intitulado The Click Company “Adapte-se à Mídia Digital ou Morra”. Está lá a menção ao sucesso de seu primeiro empreendimento – a Cyclades Corporation – conseguido graças ao alinhamento ao Linux, quando ainda novidade. A frase dita por ele na apresentação “passamos de empresa remando contra a maré, para – depois de achar a corrente correta – surfar na direção do sucesso” também figura no livro. Mas a recomendação da leitura é talvez o maior motivo pelo qual este post existe de fato. Fácil e rápido de ler, com ilustrações e tabelas, a publicação de apenas 60 páginas pretende ser a forma como a empresa pretende mostrar aos líderes empresariais brasileiros que ainda se mantêm atrelados ao antigo sistema hierárquico, centralizado, segmentado, isolado, seqüencial e lento da empresa clássica, o que nós, jornalistas e blogueiros, fazemos há mais de meia década, por baixo.

Como uma cartilha para as empresas médias, seu público-alvo, a Coffee Bean criou o conceito da Click Company, “metáfora para descrever uma empresa inteiramente alinhada com a mídia digital”. Ou seja: holística, participativa, distribuída, horizontal, assíncrona e instantânea.

De empresário para empresário

A introdução é do jornalista Renato Cruz. Ele explica porque nossos salários – dos jornalistas profissionais - baixaram tanto: lei da oferta e procura. Como luz no final do túnel, porém, diz que ainda que a internet tenha tornado a informação abundante, “mais importante que tê-la, é saber usá-la com inteligência”. O livro explica que, inicialmente, a internet foi usada apenas para reproduzir o modelo de jornalismo impresso, com seus conteúdos repassados às novas plataformas. Só mais tarde passamos a entendê-la como tecnologia com a qual passamos a interagir de forma a permitir que ela mudasse nossos padrões de reflexão e comportamento, gerando mudanças de integração social.

A partir deste momento, chega-se ao modelo de negócios tanto dos jornais, como o de qualquer outra empresa que elege o modelo hierárquico (sem mencionar a teoria descoberta por Paul Baran, em 1964, mas numa clara alusão a ela). Segundo os sócios John Lima e Marcio Saito, este modelo passou a não ter mais espaço na nova ordem econômica mundial. “A tecnologia tem o poder de vagarosamente (e sem criar resistência) (sic) nos transformar até que, finalmente, ela nos modela nossa mente.” Daí para entrar em como sugerir às empresas tornarem-se modelo no ambiente digital, o livro entra em aspectos dos efeitos da mídia impressa e digital, transição do trabalho fixo para funções transitórias, a morte do especialista, a identidade pessoal no contexto coletivo até comparar a empresa clássica x digital, apontando literalmente diferenças e sugerindo soluções para o nascimento do conceito da Click Company.

Vi claramente a chegada no Brasil do conceito já apresentado aqui no blog, um ano atrás, pelo CEO da bem sucedida Zappos, lá, na página 40. Quantos conceitos e frases ouvidos ao longo de quase dois anos de cobertura de eventos ligados às mídias sociais. Feliz, por ver que agora, finalmente, isso vai ser realidade no Brasil, das empresas que representam mais da metade do PIB do País.

Os alquimistas estão chegando

Foi assim, com livro didático, evento no estilo americano, mas com sotaque bem brasileiro, que a Coffee Bean chegou ao Brasil de onde saíram seus executivos principais. Com tecnologia de ponta, conhecimento de mercado, simpatia e até café (já que o brinde foi uma caixa de café torrado e moído e uma caneca de ágata com a marca da companhia), a empresa veio apresentar uma novidade que segue a filosofia que prega; tecnologia para os clientes surfarem em direção ao sucesso do #CRM. Isso obviamente na corrente (literalmente = stream) das ferramentas sociais: é o #Social #CRM. A Coffee Bean aposta nos dados recentes da pesquisa divulgada pela Deloitte no Brasil, de que aproximadamente 51% das empresas no País planejam investir em mídias sociais nos próximos três anos e outras 35% pretendem investir nos próximos 12 meses.

Como um CRM tradicional, o Social CRM da Coffee Bean contribui para manter esse relacionamento com os clientes, gerar leads e cultivar clientes fiéis; planejar, monitorar e gerenciar os pipeline de vendas, desde um lead ou um potencial de vendas até o fechamento da oportunidade; mas, acima de tudo, usar streams para uma fácil integração com os colegas e funcionários, dentro da empresa, e também com os clientes, potenciais e parceiros, fora da empresa.

Being strategic every day keeps the doctor away

“Se você perguntar para qualquer vendedor qual a base da venda, ele responderá imediatamente – relacionamento. Ao pessoal de Marketing, por sua vez, interessam planilhas e toda a estrutura analítica-cartesiana por trás delas, que permitem gerar relatórios e acompanhar resultados, além de dos leads de venda. Nosso software atende às demandas de ambas as áreas, trazendo o melhor para elas, maximizando o potencial de resultados”, explicou Saito. “É o resgatar da forma de fazer negócios de antes da mídia de massa. É como se fazia antigamente, quando se tinha um produto, e se vendia em redes de relacionamento como em seu bairro, clube etc..”, disse.

Marcio Saito, presidente da Coffee Bean, que lida com redes sociais desde os anos 90 e respira internet. Desde o evento, vem interagindo com todos para quem passou seus contatos de redes sociais. Por que? Mais que vender seu produto ele sabe que interagir está na ordem do dia da nova ordem econômica mundial. É adaptar-se a ela ou morrer. Para ele não é comendo a maçã que se mantém o médico longe, conforme reza o ditado popular em Inglês, mas sendo estratégico. Em seu post ele reproduziu um pouco do que apresentou aos mais de 150 potenciais clientes presentes na tarde do dia 11, em São Paulo. O presidente da Coffee Bean frisou que adotar as tecnologias sociais de computação promete reduzir o custo da comunicação, da colaboração e da entrega de informações analíticas em tempo real aos decision-makers.

Esta rapidez já é óbvia no preenchimento das planilhas de CRM. Sua plataforma é social já na entrada dos dados de um cliente potencial. A sua base é um stream semelhante ao do #twitter, integrando todas as informações das redes onde este cliente potencial está conectado; as informações vão sendo automaticamente agregadas ao sistema sem necessidade de digitação. “As Mídias Sociais estão revolucionando a forma de comprar e vender”, disse Saito. Inspirada no modelo clássico do CRM, a Coffee Bean desenvolveu um software para integrar vendas e marketing, aproveitando todo o potencial das redes sociais.

O produto é direcionado ao mercado corporativo, oferecido no formato de assinatura, seguindo o modelo Software como Serviço (SaS), ie, a ferramenta fica nos servidores da Coffee Bean, dispensando instalação local. Intuitivo e de fácil uso nos moldes das redes sociais, tem experiência similar à de quem usa o Twitter ou Facebook. O Social CRM da Coffee Bean Technology é o primeiro a chegar ao Brasil, por enquanto. Lá fora, concorre com a americana Bantam Live. Pensava até em entrar no mérito de comparar ambas, mas pensando melhor, isso fica para os veículos de tecnologia... afinal, o livro já me tomou bastante espaço de discussão, que, ao final das contas, tem muito mais a ver com este blog do que a concorrência entre os produtos, não é mesmo?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Projeto Instigar: o que acontece quando você faz análise, minha experiência com o projeto e sua derivação ... das #redessociais


Tudo começou quando... A frase, emblemática, tipifica o esteriótipo do analisado. Deitado num divã, de costas para o psicanalista - e este representado por um senhor distintamente vestido, barba grisalha... bem ao estilo Freud - ele conta sua vida, seus dramas e conflitos mais íntimos.

Ainda que os tempos sejam outros e a ortodoxia do divã tenha sido substituída pela leveza de poltronas, sofás e pufs -- porque gestos e lágrimas compõem um rico ferramental linguístico na comunicação entre paciente e terapeuta no processo analítico --, o conceito da psicanálise e as questões que motivam uma pessoa a buscá-la são vários, senão diferentes para cada uma.

No evento realizado na noite de ontem, 10 de novembro, na aconchegante sede do Projeto Instigar, em São Paulo, a diretora Débora Andrade explicou o conceito da psicanálise, relacionando-o a elementos como mecanismos de defesa, culpa, desejo etc.

Explicou, por exemplo de que se trata do estudo do inconsciente. "É o trazer o de mim que eu não sei para o mundo real... o que eu escondo de mim mesmo até o nível da consciência e lidar com isso", disse, com sua voz doce e quase maternal - no melhor sentido da palavra - porque sua voz é um "abraço de mãe".

E é também a análise do contexto psíquico. Algo como "se estou presa num conflito interno que se repete e gera sofrimentos e analiso o funcionamento psíquico por trás deste conflito, ou seja, as formas de defesa que meu inconsciente criou para não lidar com o conflito, eu tendo a enfrentar este processo e resignificá-lo para escolher uma nova forma de lidar com ele e, consequentemente, deixar de vivê-lo. Com isso, saio da zona de angústia e posso dar um salto de qualidade de vida." Complexo, não? Mas, se há o desejo de transformar - e isso foi discutido, porque só se muda quando se quer, não adianta forçar a barra de fora para dentro - esta viagem é boa demais.

A razão pela qual este assunto virou post aqui, no Mosaico Social, blog de discussão sobre redes sociais e jornalismo, tem a ver com:

1. O fato de eu ter conhecido a Débora Andrade numa rede social de Mulheres de Negócios. Graças à enorme empatia que rolou entre nós, eu me tornei sua cliente.

2. Porque um trabalho deste só pode dar certo - além de todo o o seu conhecimento orquestrando os dois grupos que faço, um com meu filhote, outro já divulgado no #twitter, o Grupo #Escolhas, porque a comunicação flui redondinha. Na transmissão, as mensagens entre emissor e receptor, ainda que subliminares, são trabalhadas pontualmente ou de forma a que aflorem no momento certo.

A gente não quer só comida, a gente quer comida e felicidade


Como a própria Débora disse ontem, "o ser humano quer prazer; e, porque não quer sofrer, usa mecanismos psíquicos de defesa para não enfrentar conflitos. Por isso, acaba, de alguma forma, fazendo escolhas erradas." O resultado pode ser depressão e sofrimento, somatização, explosões ou, o contrário, implosões em forma de sapos ou corpos estranhos "somas" - o meu caso - adenomas - ou, mais seriamente, resultam em tumores malignos.

Não importa o efeito, o desgaste é enorme - psíquico e físico. Para evitar sofrimentos, o inconsciente coloca-nos em ciladas que geram mais sofrimento. #mucholoco

E quando a pessoa não está preparada para o prazer? O que ela faz com isso, com a angústia de usufrui-lo? Há "louco" para tudo... A verdade é que existem pessoas que precisam se permitir serem merecedoras de prazer, eliminar culpas criadas muito tempo atrás, transformadas em desmerecimento. E, no meio do papo surge a palavra amor, complementada pela expressão amor incondicional. "Mas isso é coisa de mãe e pai", disse uma das participantes. Sim, na real, ninguém ama incondicionalmente, sem esperar retorno pelo investimento do carinho depositado.

"No mundo real, amor representa trabalho, é tarefa", frisou Débora. Parei, pensei e me lembrei do pequeno príncipe de Saint Exupery: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Ou apenas, em como fazer uma planta crescer. Se é preciso regá-la todos os dias, fica fácil entender que amor requer trabalho! Mas, sobretudo, requer que nos conheçamos a nós mesmos antes de amar o outro. Para podermos amar ao outro, precisamos antes nos amar. Para quem é religioso, basta ler a Bíblia... e isso também, falando em redes sociais, não é #mucholoco?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O mundo vivendo em paz: utopia ou realidade?



Com um forte sotaque argentino, Lia Diskin, co-fundadora da Associação Palas Athena, resumiu "a década visionária", tema da última reunião que coroou os trabalhos realizados pela instituição vinculada à Unesco para promover a Cultura de Paz e a Não Violência em benefício das crianças do Mundo.

"Um professor americano foi ensinar esportes em uma tribo africana. Um dia, trouxe uma cesta de guloseimas e postou-a perto de uma linha que desenhou no chão atrás de onde postou todas as crianças de seu time. Ele queria mostrar que, para ganhar, um time precisava entender o espírito de competição. Cerca de 500 metros da linha havia uma árvore. O professor, então, disse ao time que ganharia a cesta de guloseimas quem, ao final de uma contagem de um a três, chegasse em primeiro lugar até à árvore.

Entendida a mensagem, o professor começou a contagem. 1...2...3!

Sem uma palavra sequer, os jovens, em movimento único, se deram as mãos e, juntos, caminharam em direção à árvore."


Foi com esta história, que, segundo seu próprio testemunho, Lia repete em salas de aula e auditórios, como o do MASP, palco do 85o. e último dos fóruns do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz, que ela comentou: "Ainda que tenhamos muito a ensinar - e o fizemos, neste tempo todo - temos muito a aprender."

De patinho feio a cisne



Após esta fala, estava oficialmente lançado o livro 2000/2010 - Cultura de Paz: da reflexão à ação. Inicialmente projetado para ser "apenas um relatório burocrático grampeado, tornou-se algo muito maior", reconheceu a uma plateia que o recebeu à chegada do evento e não somente lotou o auditório, como ainda teve, entre Ongistas, políticos, jornalistas e representantes de entidades que marcaram todos os trabalhos realizados durante a década, o rabino Henry Sobel, que presidiu a Congregação Israelita em São Paulo por anos, e o ex-secretário da Unesco no Brasil, Jorge Werthein.

Sobre o evento, em si, creio que minha querida editora e #twiga Elisabete Santana, venha a postá-lo brilhantemente, como já o adiantou aqui. Sobre a experiência que tornou o burocrático relatório nesta viagem incrível, ela também o fez aqui, o que já dividi com vários de vocês, pelo #twitter, e acho que em post, também.

Houve reivindicações que cabem mais a ela e toda a sua equipe levar adiante do que a mim. O que importa, realmente importa, é saber que nesta década se realizou muito em prol da paz no mundo e aqui também. Que é possível e viável. Havendo vontade política, de crianças, jovens, adultos, de todos, deixa de ser utopia para virar... realidade! #vQv... porque mais décadas vêm por aí... :D

domingo, 31 de outubro de 2010

Sinal dos tempos: a partir de amanhã o povo nas mídias sociais não poderá mais ser ignorado

Enquanto escrevo estas linhas, o Brasil pode, se quiser, começar a escrever uma nova história para sua vida política, econômica, social e internacional. Não importa o agente vencedor das eleições; a ele e seu partido caberão a responsabilidade de manter o País na agenda mundial. E não apenas como líder reclamante dos países emergentes.

A quem ganhar daqui a pouco caberá o dever de casa de manter olhos e ouvidos ininterruptamente abertos aos agentes sociais, indivíduos ou simplesmente povo. Porque pode ser que a nossa participação nas mídias sociais tenha sido infinitamente menor e menos expressiva que a dos americanos, que gerou o efeito Obama, levando-o à Casa Branca. A despeito do caloroso teor emocional dos conteúdos postados, não resta dúvida de que “nada será como antes” na história deste Brasil. O povo – nós – e, quando digo nós, digo todo mundo que usa as mídias sociais – e não somente quem tem diploma, demonstrou insatisfação com o status quo:
Da Política de compadres, que só faz imortalizar a corrupção pela qual nosso País é conhecido desde o tempo das capitanias hereditárias;
Da Educação atrasada, que esvai-se entre aqueles que jamais absorveriam os “desacordos” ortográficos por não saberem, simplesmente, escrever; e mesmo sem estes, esquecem-se de preposições, craseiam artigos senão masculinos para não mencionar concordâncias e outros absurdos que diariamente desfilam em timelines e textos inteiros de blogs;
Do leonino sistema financeiro, que consome nossas reservas internas, tornando o Brasil um País somente virtualmente sadio, literalmente para inglês ver. Porque, sob bases tão frágeis, com um endividamento caseio que assombra a antiga classe média sem emprego ou a nova classe média, inebriada com a facilidade de crédito, como pode um País estar bem se dados recentes mostraram que segundo Dados do Banco Central, nos últimos cinco anos, o número de brasileiros com dívidas superiores a R$ 5 mil, considerando todos os tipos de empréstimo, saltou de 10 milhões para 25,7 milhões.
Da cuecalização do dinheiro dos impostos que pagamos ou não, mas que o povo, somatório de todas as classes econômicas do Brasil, não quer ver em meias e cuecas de ninguém de partido algum, mas revertidos em benefícios ao... povo.

Sinal dos tempos, cada País tem o resultado de mídias sociais que merece pela educação que dá a seu povo. Aqui, a polarização evidenciou-se pelo calor emocional, pelas baixarias, “naturais” de um povo sem educação, que não tem conteúdo para discutir – o que se viu, inclusive, entre os próprios candidatos, infelizmente, refletindo o nível de seu povo. Uma pena.

Sem considerar esta ou aquela legenda, ao assistir ao vídeo a seguir, que mostra – como podemos pensar em mudar, sem reinventar a roda, mas absorvendo o que está se fazendo ou pensando lá fora também, deixo como sugestão o repensar de uma nova realidade. Que pode tornar os brasileiros vanguardistas, quem sabe.



Seja qual for a pessoa que vier a ser escolhida para, em 1º de Janeiro, assumir o Brasil que pensamos para nossos filhos, netos e bisnetos, desafio que deve estar além dos interesses caudilhescos, não quero, para meus descendentes, a exemplo do que a personagem do sociólogo do filme de José Padilha disse, que seu futuro seja o de que eles venham a viver em Bangu 1. E você?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

#conexaobites – Em boas práticas corporativas nas redes sociais, Sky, Carrefour e Senado mostraram que "não tem como não usar"

Participar de um evento da @_Bites tem destas coisas. O magnetismo do anfitrião Manoel Fernandes é notório! E não somente no @twitter, como aconteceu durante todo o evento, mas nos comentários de convidados e pagantes entre os mais de 50 presentes ao #conexaobites desta manhã. “Quando tenho um problema, sempre recorro a ele", disse Andrea Fialho, a @vanguarda. Andrea é cliente dos serviços de consultoria de Fernandes, já que seu negócio, dividido com o marido André Fialho – também presente - é um blog de moda e serviço focado em redes sociais, localizado em Fortaleza.

Se Manoel Fernandes, tendo admitido ser um dos jornalistas “dinossauros” (hein? Se ele, com 41 anos é isso, eu... com um pouquinho a mais sou o que??? :S) que se permitiu “inverter a lógica” e deixar de resistir às novas mídias, consegue arrancar de seu próprio concorrente, consultor de de projetos em mídias sociais e produtor de conteúdos para blogs corporativos, Alexandre Inagaki, ou apenas @inagaki, este tweet:

não preciso dizer mais nada, não?

Pelo amor ou pela dor, todo mundo está fazendo o dever de casa

O #conexaobites de hoje, novamente realizado no Centro Britânico, em São Paulo, reuniu, numa só tacada Regina Pitoscia, diretora de comunicação do Carrefour Brasil, Patrícia Abreu, gerente de comunicação da SKY Brasil e Claudia Tavares, coordenadora de mídias sociais da Secretaria de Comunicação do Senado Federal. O objetivo foi discutir as boas práticas corporativas nas redes sociais.

Em linhas gerais, porque o evento praticamente está aqui, minha impressão foi a de que os três clientes aprenderam a lição:

* A Sky Brasil ganhou o primeiro lugar em iniciativa e risco. Começou a fazer ensaios internos para depois partir para o mercado externo.
* O Carrefour Brasil, que aprendeu na marra, graças a um caso de gerenciamento de crise, está fazendo história. Regina Pitoscia desbanca qualquer jornalista que queira questionar o poder das redes sociais; basta relatar o que presenciou. Sem vergonha, admite: “O Carrefour é uma empresa melhor a partir das redes sociais.
* O Senado Federal abriu suas portas para os blogueiros para entender o seu universo e adequar a linguagem das novas mídias para fazer o dever de casa à altura.

Frases importantes? Se lá pelas tantas elas se perderem no @twitter aqui, aqui, pelo menos, ficarão #parasiempre (rsrsrs!) :D
“O consumidor sempre foi interativo; o que ele não tinha eram as ferramentas para falar. As mídias sociais lhe deram isso.” Regina Pitoscia - Carrefour

“Há que se monitorar full time para avaliar e depois traçar as políticas de comunicação em e estratégias de atuação mídias sociais.” Regina Pitoscia - Carrefour

“Em redes sociais, ou se entra pelo caminho da dor, ou pelo amor”. Mas, não se pode mais desprezar sua força como meio de comunicação e RELACIONAMENTO. Esta é a palavra-chave do meio. Regina Pitoscia - Carrefour

“As redes sociais são um importante meio de Ouvidoria em tempo real”. Regina Pitoscia - Carrefour

“Não importa a ferramenta: a gente se relaciona com pessoas. Partindo princípio de que a relação é baseada no respeito e na transparência, a gente vai sair-se bem ou menos pior.” Regina Pitoscia

“Provar no dia a dia que dá para se ter planos de comunicação variados de acordo com os objetivos e públicos e tipos de comunicação, isso é muito bom e vai dando-nos a certeza de que estamos no caminho certo. Para a gente, a experiência foi mais vencer a resistência entre os pares e os fornecedores internos.” Patrícia Abreu - Sky

E os jornalistas profissionais, os que ficam na redação?


“Eu me relaciono diretamente com os jornalistas. Assim que conto o caso que vivi no Carrefour, acaba a resistência sobre o poder das mídias sociais.” Regina Pitoscia - Carrefour

“Os modelos tradicionais de comunicação – os veículos de comunicação ainda têm mais credibilidade em relação à voz de cada um em blog. Um veículo tem mais penetração e credibilidade, é um canal que está aí há mais tempo. Mas os jornalistas já perderam o poder que tinham e eles estão a par deste desbanque de poder – desta força que tinham de serem os únicos que trafegavam junto ao poder, a partir dos cases que vão se montando com as ações que vão ocorrendo sem sua participação.” Regina Pitoscia - Carrefour

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jornalismo nas redes sociais - erro x credibilidade. Repórter cidadão + (checagem)² / AI = credibilidade sem erro

Credibilidade: preciosa moeda de qualquer profissional, imagina para jornalista nos tempos das mídias sociais?

O ano é 1994. A internet ainda está em sua fase embrionária, com portais verticais, unilaterais. Mas o poder de uma informação jornalística é voraz. São os tempos do jornalismo como 4o. poder. Uma notícia inverídica de assédio sexual, publicada pela imprensa vira caso de Polícia, tona-se escândalo nacional, destrói as vidas dos dirigentes da Escola Base, em São Paulo. Mais de 10 anos depois, sem provas, os dirigentes ganham na Justiça o direito à indenização.

Muda o século. O ano agora é 2010. A Folha de S. Paulo, por meio de sua editora de Poder, Vera Magalhães, confia na informação de um médico do Hospital Sírio Libanês (que funciona, naquele momento, como repórter-cidadão, já que, desmentido pela assessoria de imprensa, provavelmente fonte oficial não era!) e divulga um petardo.




O desmentido foi dado na sequência, mas, em mídias sociais, minutos podem significar audiências enormes.

A lição de casa:

Eu não culpo a Vera e não queria estar em seu lugar. Antes, tinha apenas a parte física do jornal para cuidar; agora tem que lidar também com as mídias sociais - muito provavelmente; é o que acontece na maioria dos veículos de comunicação. Em tempos de redes e mídias sociais, as empresas jornalísticas que acabaram com o cargo dos revisores - embora não tenham encontrado um modelo de negócios que caiba em seu lucro de outrora - poderiam repensar essa ausência.

Se não for para recontratá-los, poderiam criar um cargo de Gestor de Informação. A este caberia, antes ainda de passar o material finalizado para o Editor - que fecha a página - revisar conteúdo e forma das matérias, checando uma segunda vez a informação com a assessoria de imprensa, evitando o erro, quiçá refazendo a notícia, garantindo a credibilidde que, ao final, interessa a toda a equipe do veículo.

No lugar errado, na hora errada e exercendo a função sob extremo estresse, a jornalista ficará marcada para sempre. Seu nome estará em blogs, portais etc., porque "a internet é para sempre". De qualquer forma, no frigir dos ovos, ela estava fazendo seu melhor, naquele momento, representando quem? A Folha de S. Paulo...

Quem nunca errou que jogue a primeira pedra.

domingo, 24 de outubro de 2010

Viciada no #twitter. Mas... quem não é?

Sim, eu sou, admito. Acabo de fazer este teste, tanto para saber meu índice de dependência do #Facebook, quanto do #Twitter. Deu #twitter disparado na cabeça, claro.

How addicted to Twitter are you?

Created by Oatmeal



Contra os 93% de dependência cibernética da plataforma, ferramenta e rede do pássaro azul, a rede do Facebook ficou com 36%, um índice maior certamente do que teria sido se fizesse o teste uns três, quatro meses atrás. Somente nestes últimos 15 dias resolvi alguns bugs, e hoje, depois da #oficinaimprensa, o imbroglio de postar meus #tweets apenas quando quero. Imagino que tenha sido um bug resolvido com a nova versão do Tweetdeck recentemente baixada. Estou pensando até em reintegrar a conta to Linked In a ele para saber se os posts mais comporativos volto a duplicar para saber se também este bug foi resolvido...

Como a vida em redes é um beta constante, #vqv. Dá-lhe #Pandora!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O dia da criança no #twitter


Pronto, Joélida, agora você não vai mais precisar ficar com saudade...

Se disser que fui eu quem começou com a brincadeira, vai ter gente dizendo que não foi bem assim, mas na minha #TL foi, sim, inclusive entre meus amigos e familiares do #Facebook! Se a mania se espalhou e acabou virando trend topic, #tudodebom #salvesalve!

Se a ideia foi minha ou não, o que está por trás dela é o que realmente importa (rs!). Ao mostrar suas carinhas deliciosas, bochechudas, risonhas ou nem tanto, tomando suas mamadeiras, com laços de fita ou uniformes, cada qual revelando a sua criança não esquecida, cada #twigo ou não - porque a Miriam Leitão não é minha #twiga e deliciosamente também aderiu à ideia - investiu seu tempo em dar uma parada.

Ao buscar o álbum, abri-lo e se deixar levar por alguns minutos ou horas, em viagens ao passado de há pouco ou muito tempo, fazendo lembranças voltarem ao presente e escolherem a sua melhor foto, se deram o direito de voltar a ser... criança. De curtir algo que o nosso cotidiano tão multiprocessado e atarefado raramente nos permite.

Se não deu para postar sua melhor foto, foi a que deu para representar sua "persona" durante esta semana que antecedeu o #diadacriança. E, que, hoje, por outros tantos motivos, acabou levando #todos que aqui piam a tornar o dia um trend topic no #twitter.

Isso é também resultado da força de uma rede social voltada para o bem. Porque resgatar nossa criança pode nos fazer pensar no que fomos, ainda que tenhamos perdido a ingenuidade; manter o sentimento em alta, pensarmos no presente para escolher o melhor que queremos para o futuro. :O)

Feliz #diadascrianças para você e, para quem participou da "brincadeira".




Certamente que em duas horas, não seria capaz de abrir todos os perfis dos #tuitteiros e de arrumar espaço para todos aqui. Sigo tanta gente, mas aqui entraram os que trocaram mensagens nos últimos dias... Aos demais que eventualmente ficaram de fora e não são menos importantes, um supermegamaxiblasterbeijo e #carpediem! Ainda são 18h30 e o dia não acabou! :O)

PS: Agradecimento especial de todos a @JoelidaVentura, que, por causa de seu tweet, me inspirou a criar esta pequena homenagem :O)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pto de Contato Jardins inaugura semana de palestras: hoje - O futuro da Comunicação



Hoje, o Pto de Contato inaugura oficialmente seu segundo espaço, localizado nos Jardins, depois da festa, realizada no último dia 30, cujas fotos restantes continuo postando, porque foi bem bacana!

A semana será dedicada à discussão de temas ligados ao empreendedorismo, uma vez que um local de coworking se dispõe a agregar conhecimentos e gerar novos empreendimentos.



Hoje, dia 4 de outubro, o tema é o Futuro da Comunicação. Quem vai palestrar é Otávio Dias, idealizador da REPENSE, com um modelo de negócios diferente, multidisciplinar. As palestas são gratuitas e serão antecipadas com um welcome coffee. Mas, quem não puder ir poderá também acompanhar cia streaming. Basta clicar aqui.

Para acompanhar os demais assuntos, acesse diretamente o site do Pto de Contato.

domingo, 3 de outubro de 2010

Coworking: receita para relaxar a tensão do mercado de empreendedores sozinhos



E, dependendo do local, até com banheira na varanda...

Conceito bacaninha, descolado e visando a criar novos tipos de redes sociais ou nodos de rede como explicado em uma das apresentações de @augustodefranco dos novos fenômenos sociais horizontais que começam a surgir, de forma a gerar ideias, produtos, serviços e modelos de a humanidade interagir e se refazer é o coworking.

Esta alternativa surge como uma espécie de solução para quem trabalha há muito tempo no esquema de home-office e, de repente, percebe-se sozinho e com necessidade de interagir com outras mentes criativas. Mais que a união de pessoas que trabalham em um mesmo espaço, tem por objetivo ser uma encubadora de novos empreendimentos, parcerias etc. Por que? Inegavelmente o ser humano é social. Não adianta querer viver como ermitão. Fora o papo na hora do café, é indispensável trocar sobre outros assuntos, sem falar em participar de seminários, eventos etc.. E isso vai além do relacionamento virtual em #twitter, #Facebook, #Orkut etc..

Vejo com muito bons olhos a chegada, ainda que tímida, deste esquema de criar um novo mercado. A razão? Frases como a que meu filho trouxe cerca de um mês atrás: "Mãe, pessoas como você, que trabalham em casa, pertencem à economia informal, né?" "Desenvolva", respondi-lhe. Antes tivesse ficado quieta (rs!):

"Vocês não têm carteira assinada; têm empresa. Mas, se a concorrência é grande, vocês fazem muitas propostas. E na hora de fechar negócio, como quem vence é quem tem o menor preço, nem sempre vocês têm trabalho. E se vocês trabalham por jobs e isso quer dizer por tempo determinado, se os próprios clientes não querem pagar, mesmo tendo contrato (sim, ele ouve conversas ao telefone e participa de vários eventos - e porque trabalho em home-office!) então, vocês, mesmo sendo empresários do setor terciário, na verdade, nem estão na economia formal, correto?"

Claro que a esta visão seguiu-se uma megadiscussão. Busquei explicar que os livros usados hoje, na tal 7a. série/6o. ano para geografia econômica não explicam o que aconteceu com os empregos, com a terceiração, a quarterização, a quinteirização ou a questão dos caríssmimos impostos que há anos todo empreendedor no Brasil paga, num campeonato do qual o País deveria se envergonhar pela proporção inversa do que entrega de benefícios à população e blábláblá. Meu filho quis comparar-nos empresários de home-office por opção (nunca quis ter uma empresa de funcionários, mas ser fornecedora do conhecimento apreendido ao longo dos anos de estudo e prática como jornalista atuante e praticante de Comunicação Empresarial) a eletricistas ou "bombeiros" de ocasião - destes que vêm em casa consertar a pia, que fazem seus bicos, os "maridos de aluguel".

Dada a visão deturpada ensinada na escola, que não tem lugar para nos apresentar, apesar da realidade nos fazer esbarrar em eventos quase diários, procurar por locais de coworking, que possam, no meio desta questão até gerar novos negócios ou produtos, juntando expertises em empresas novas, soa como música ou a formação de um time de pessoas que apenas nunca se conheceram e passaram a frequentar o mesmo clube.

O Pto de Contato


Este foi o sentimento que me levou a ir para a festa de inauguração do novo espaço do Pto de Contato, na Rua Augusta, 2690, no 3o. andar da Galeria Ouro Fino - na chamada Laje. O local vai virar must. Além das 53 posições de trabalho e das duas salas de reunião, o charme fica na super área livre que tem nada menos que... uma \o/ banheira! Na foto, as anfitriãs, Fernanda Martins, mulher do sócio André Martins, Fernanda Nudelman Trujilho e eu.

A festa estava rolando há mais de duas horas e bombando. Tipo descolada mesmo, com banda ao vivo, balcão de bebidas com barmen, yakissoba servido em porções individuais, a banheira funcionando como geladeira das latas de cerveja e, no banheiro, supermaneiro, um cartaz sobre uma parceria muito diferente aqui. A Renova, conhecida empresa de papéis descartáveis da Europa, está apostando numa tendência que virou mania lá fora: o papel higiênico colorido, customizado nas cores do cliente.




Este foi um dos mimos que os convidados puderam levar para casa. Um luxo complementado com um pacote de lenço de bolsa também colorido e uma placa de imãs com palavras descartáveis para lembrar de coisas importantes do dia-a-dia do empreendedorismo que, a partir de amanhã e durante toda a semana de 4 a 7 de outubro, passa a ser mote de palestras para inaugurar o espaço. Tudo de graça, para promover este novo local que promete fazer a cabeça de quem já tem seu negócio, quer crescer e, preferencialmente, num espaço gostoso, com gente criativa, de mente aberta, sem caretices e, na minha modesta opinião, sem comentários baixo-astral como o que meu filho soltou e que definitivamente soou como um belo tapa na cara! Porque, alguém, no auge dos seus #enta, depois de ter crescido em plena #ditadura, passado por quase 10 pacotes econômicos, vivido o movimento das #Diretas Já, votado no primeiro presidente eleito do Brasil e também no seu #impeachment, entre outros momentos cheios de emoção, inclusive os de #trabalho... merece?


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Propriedade intelectual: Estratégia de Comunicação para lançamento de produto para diabetes



Passei semanas pensando, avaliando e finalmente decidi: está aqui, publicado, de presente para quem quiser usar ou - desmascarando eventual uso indevido de propriedade alheia, para a apresentação de ideia para ganhar ou manter um cliente - minha, total e inexoravelmente minha a estratégia para o 'teste' a que fui submetida numa agência de grande porte de São Paulo, para um processo de seleção recentemente realizado. Com todos os erros e anglicismos (professor Pasquale Neto que me perdoe - mas são vícios de "mercado", fazer o que?).

Aí vocês me perguntam: mas Vany, por que participando de processo de seleção? Várias são as respostas, algumas dicas para quem lê:

1) Na condição de microporte, agências do meu tipo trabalham com clientes tipo "start up" (mais um anglicismo), ou empreendedores que imaginam que seu pagamento pode ser: a futuro; ao estilo "bem-bolado"; em parceria; com certeza, bem mais baixo do que cobram as grandes agências. Seu pensamento funciona assim: as grandes agências têm uma estrutura enoooooooooorme para manter, por isso seu trabalho custa mais. Trata-se de verdade relativa, porque, na agência pequena, quem atende full-time é o dono, com experiência de mais de 10, 15 anos, mas, como não é o foco deste post, não entrarei no mérito de discuti-la; por comissão de venda realizada a partir do seu trabalho. Isso, claro, está definitivamente fora do escopo do tipo do trabalho, que - para o caso de Comunicação Corporativa, tem por objetivo geração/manutenção de imagem, aumento de visibilidade positiva etc..

2) Profissional seja do que for, participar de entrevistas é, no mínimo, manter-se informado sobre como o mercado caminha, o que ele valoriza, como você pode contribuir como especialista, como também entrevistar seus próprios colaboradores etc. É fazer benchmarking.

Então, ao participar de uma entrevista de seleção, estou oferecendo trabalhos de minha própria agência, trocando novas experiências e aprendendo, também novas técnicas.

Mais que isso, e o que ninguém admite escrever mas a realidade não mente, é que nenhuma empresa do ramo atualmente tem condições de arcar com 100% de sua mão de obra em CLT, com salários dignos de mercado, pacotes de benefícios que vão além dos obrigatórios por lei (seguro de vida em grupo, VT e, eventualmente vale-refeição). Aliás nem do nosso ou de outros mercados, como o de Informática e tantos outros, se começarmos a escarafunchar.

Foi-se o tempo de profissionais de comunicação e jornalismo serem empregados com um bom plano de saúde, quiçá estacionamento, previdência privada, participação em lucros, folgas após eventos exaustivos etc.. Contratada como pessoa jurídica, mesmo por períodos longos, estou, na verdade, ampliando meu portfólio, sem necessariamente fechar portas para outros jobs, se tempo e competência me sobram (mais uma dica gratuita de @mosaicosocial).

O sinal amarelo
Enviei um currículo, com base em um anúncio de blog (estranhamente retirado quando chamada 10 dias depois para a entrevista). Como a vida tem destas coisas, a data da reunião aconteceu exatamente no momento em que tudo estava pegando fogo: cobertura da Bienaldolivro_sp para o Nós da Comunicação e o livro da Bete Santana, que gerou este post que, simplesmente "não tem preço". Resultado: havia dormido apenas duas horas naquela noite; tinha três km de cabelo branco para esconder com um lencinho Hermès (para uma mulher, por menos fresca que seja, apresentar-se em uma reunião corporativa com dois centímetros de cabelos brancos é um pesadelo horrível) e lá me dirigi ao endereço, levando não somente minha já pesada bolsa, mas outra, contendo trabalhos, certificados, estas coisas que vamos amealhando durante mais de 15 anos de carreira, papel suficente para eu me sentir escrava carregando baldes de água retirada de poços da época do Império - um em cada ombro, literalmente.

O imbroglio

Papo vai, papo vem, me pediram um teste, mas não para fazer lá, e sim para ser enviado por e-mail, ainda no mesmo dia ou, máximo, na manhã do dia seguinte. Olhei para minha interlocutora com sinceros e pedintes ares de interrogação. Havia acabado de discorrer sobre toda minha situação.  Naquela noite, para variar (tudo isso dividido com meus #twigos), a #NET deu seus pitis, e só consegui abrir o e-mail dela, com a orientação para o teste, depois das 20h30.

Só entreguei a primeira parte do teste, porque caí, literalmente, sobre o teclado branco de meu laptop. Ao entregar o trabalho, tornei a explicar o motivo, lembrando as 22 recomendações que tenho no Linked In, que poderiam validar minha competência e experiência na área corporativa. De qualquer forma, se o teste fosse realmente imprescindível, abdicaria da posição, cujo cargo, para gerência de conta, era de 1/3 do que, 10 anos antes, eu ganhava como gerente de um grupo de práticas - aqui, sem benefícios.

Resultado de uma hora e meia, talvez, de um pensamento superficial sobre o que poderia ser uma primeira troca de ideias, porque o tempo rugia, e dormi, como disse, divulgo apenas para registrar que é meu o esboço de estratégia, para quem tiver curiosidade. Para mim, isso aqui tem como significado registrar o que o INPI não faz - minha propriedade intelectual sobre a "obra", que, obviamente, se feita em mais tempo, com pesquisa e tudo o mais, reverteria em algo muito melhor. 

Se a hipótese existir de fato, e a empresa farmacêutica tiver recebido isso de qualquer agência, fica a dica: a procedência não é exatamente da agência que a terá apresentado como dela, mas de outrem - tenho os e-mails comprobatórios e obviamente docs etc..

Mas o que te deixou intrigada a ponto de pensar que poderia ser esta a opção da agência que, se não informada aqui não tem o que temer, me perguntaram várias pessoas? O pedido para que o teste fosse enviado em DOC, não no próprio corpo do e-mail, ou, se possível, em power-point. Isso sim, foi a pedra que me deixou o sapato extremamente ... desconfortável.

Estratégia para lançamento de remédio para diabéticos

Hipótese: Uma empresa farmacêutica acabou de desenvolver um novo produto para o tratamento da diabetes. Há estudos que comprovam a eficácia da droga em comparação àquelas já existentes no mercado, e há speakers disponíveis que podem falar a respeito, que defendem a utilização do medicamento no tratamento principalmente de pacientes do tipo 2 da doença – os speakers fazem parte do board médico da empresa. Não há estudos disponíveis entre o público brasileiro, apenas estudos realizados em outros países. Além disso, o medicamento custa cerca de 3 vezes mais do que os concorrentes já estabelecidos no mercado brasileiro. Para ampliar a utilização de seu novo medicamento, a empresa tem um objetivo: fazer com que o Sistema Único de Saúde adote-o em sua lista de remédios previamente aprovados para compra e repasse a pacientes do sistema público, além de ampliar a adesão dos planos privados ao tratamento, fazendo que eles também incluam a droga em suas próprias listas. Diante deste cenário, como a Comunicação deve atuar, e em que áreas, de forma a contribuir para o alcance destes objetivos?

Minha sugestão

O novo produto contra o diabetes

Este lançamento representa uma excelente oportunidade, considerando os alarmantes índices de crescimento da doença no Brasil, seguindo uma tendência mundial.

Ao dispormos de estudos que comprovam a sua eficácia, e speakers disponíveis, temos vantagens competitivas para desenvolver várias ações envolvendo toda sorte de material de consulta e divulgação (newsletter, e-mail marketing interno e externo, teasers, folders, cartazes, jornal-mural etc.):

Público interno:
Campanha de conscientização quanto à prevenção da doença e, em caso de manifestação, do correto uso do novo medicamento.

Área de vendas:

Desenvolvimento de conteúdo explicativo para uso junto às farmácias e visitas a médicos, com distribuição de amostras – e material de consulta para deixar em salas de espera etc., (até display eventualmente).

Comunicação ao mercado:
Web-site: lançar teasers iniciais até o lançamento
Blog, com extensão para teaser via twitter, Facebook e Orkut, com vídeos postados no Youtube, e até uma eventual criação de personagem infantil para jogos interativos: canal de comunicação exclusivo para discussão do tema, criando uma comunidade cativa, em que além de discutir e trocar informações sobre como prevenir, atuar na linha do aconselhamento e, subliminarmente, falar do produto – Como o blog é democrático, pode atrair tanto pessoas comuns – de todas as idades - como técnicos também (médicos, farmacêuticos, especialistas de Planos de Saúde etc.).

Imprensa:

Além do beabá tradicional do lançamento – em que devemos avaliar no momento do lançamento se vale a pena fazê-lo via coletiva ou não (vai depender de momento político, de questões de mercado ligadas às indústrias farmacêuticas, de fatores que sejam importante considerar na ocasião) é importante se preparar para a “enxurrada” de perguntas tipo “crise” que virão. Certamente, o maior issue da empresa está na questão preço. Historicamente as indústrias farmacêuticas não são exatamente vistas com bons olhos por causa dos preços de remédios, uma das razões pelas quais o Brasil levou à frente o acesso às patentes para a produção dos genéricos. Caberá à área de Comunicação esmiuçar bem com a empresa todas as vantagens competitivas do produto para poder calçá-la em relação aos questionamentos que virão dos stakeholders sobre a diferença de preço x benefícios aos doentes (vantagens competitivas em relação aos similares nacionais).
Pode não ser interessante – num primeiro momento - abordar o objetivo da empresa em fazer com que o SUS utilize o remédio até que o assunto esteja bem encaminhado (ver adiante) e a empresa esteja já em curso com ações nesta direção. Importantíssimo:
• Levantamento do número de casos de diabetes no Brasil nos últimos cinco, 10 anos;
• Levantamento de casos de sucesso de uso com eventual resguardo de fonte (ou não – aprovação de uso de nome e imagem desta);
• Expectativa da empresa em termos de erradicação da doença a partir do lançamento anunciado;
• Avaliação sobre eventual visita às instalações industriais onde o medicamento está sendo produzido (me parece um pouco batido...);
• Outros.

Marketing:
A disponibilidade de speakers para explicar o tratamento realizado com o novo remédio nos permite encaixá-los num processo de multiplicação de informação junto à classe médica. Isso pode acontecer por meio de participação da Empresa em Seminários, Congressos Médicos etc., com apresentações de trabalhos científicos sobre o produto também. À Assessoria de Comunicação caberá o levantamento de eventos do setor e o oferecimento deles como fontes com as pesquisas para apresentação (sendo a empresa patrocinadora de parte de quota de eventos do setor), quiçá ela mesma promover, em esquema de Road Show, em cidades que considere target, com clientes-chave, estas apresentações – no caso envolvendo clientes de Medicina, Planos de Saúde, com coletivas locais para cada ocasião.
Os speakers podem também ajudar na elaboração de artigos em mídias técnicas – ou seja, a parte técnica e de formação de opinião junto à classe que indicará o medicamento aos usuários finais.

Relações com a comunidade:
O fato de não haver estudos disponíveis no Brasil não creio ser problema, até porque acredito que, a participação dos speakers, integrantes do board médico da empresa, será de fundamental importância para iniciar o processo de elaboração de discussões acerca do produto, levando médicos brasileiros a testar o produto, quiçá levando-os a esmiuçá-lo do ponto de vista de suas características a partir do uso em grupos, comparativamente a outros (é uma possibilidade a médio/longo prazos). Mas há algo que, acredito, a empresa pode fazer para criar uma ambiência favorável que PROVE a eficácia de seu lançamento, dados seus objetivos bastante audaciosos de querer que além dos Planos de Saúde venham a implantá-los, o próprio SUS também o faça:
Se a empresa tiver orçamento para tal, pode, se não anunciar ser mantenedora oficial de um Centro de tratamento de diabéticos, fornecendo o tratamento com o medicamento que está lançando e, no acompanhamento, ter médicos residentes estudando e criando trabalhos de tese que comprovem os resultados efetivos do produto, quem sabe, junto ao lançamento do produto, pensar em criar um Centro de Estudos sobre Diabetes, ao qual venha a atrair jovens médicos para a especialização, numa ação que – por envolver a comunidade médica, leve também à criação de teses locais etc...

Lobby:
A cada ano, a Anvisa vem aumentando seu poder de controle sobre a indústria farmacêutica. Mais do que isso, em pleno ano de eleição, quando o troca-troca de políticos que está para ocorrer deverá mexer com Ministérios, Secretarias e outros órgãos de Saúde, acredito que a indústria, que tem este ousado objetivo, deva atuar em duas frentes distintas:

• Aguardar o resultado das eleições, para, na sequência, a partir da consulta, em conjunto com seu assessor/diretor jurídico, a um escritório de lobby conceituado desta área, avaliar a viabilidade do sucesso em um investimento neste campo.

• Quanto aos planos de saúde, Além da ANS, que pode ser incluída no trabalho acima, vale todo um esforço de RP baseado em realização de eventos especificamente voltados para representantes específicos responsáveis pela adoção de remédios em suas listas dentro de cada plano, passando por envio de malas-diretas informativas, parcerias etc., entre outras ações, dependendo, obviamente da verba disponível para tal.

Há várias outras ações que podem ser pensadas – inclusive envolvendo outros públicos – como as próprias Faculdades de Medicina, Encontros com Blogueiros, mas isso demanda tempo e verba. Tendo sido entrevistada às 16h, e com meta de apresentar este projeto em apenas duas horas, é o que, a princípio, posso oferecer como visão estratégica para este cenário.


Cordialmente,

Vany Laubé

[(Imagem: Escher – Drawing Hands (1948)]