segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jornalismo nas redes sociais - erro x credibilidade. Repórter cidadão + (checagem)² / AI = credibilidade sem erro

Credibilidade: preciosa moeda de qualquer profissional, imagina para jornalista nos tempos das mídias sociais?

O ano é 1994. A internet ainda está em sua fase embrionária, com portais verticais, unilaterais. Mas o poder de uma informação jornalística é voraz. São os tempos do jornalismo como 4o. poder. Uma notícia inverídica de assédio sexual, publicada pela imprensa vira caso de Polícia, tona-se escândalo nacional, destrói as vidas dos dirigentes da Escola Base, em São Paulo. Mais de 10 anos depois, sem provas, os dirigentes ganham na Justiça o direito à indenização.

Muda o século. O ano agora é 2010. A Folha de S. Paulo, por meio de sua editora de Poder, Vera Magalhães, confia na informação de um médico do Hospital Sírio Libanês (que funciona, naquele momento, como repórter-cidadão, já que, desmentido pela assessoria de imprensa, provavelmente fonte oficial não era!) e divulga um petardo.




O desmentido foi dado na sequência, mas, em mídias sociais, minutos podem significar audiências enormes.

A lição de casa:

Eu não culpo a Vera e não queria estar em seu lugar. Antes, tinha apenas a parte física do jornal para cuidar; agora tem que lidar também com as mídias sociais - muito provavelmente; é o que acontece na maioria dos veículos de comunicação. Em tempos de redes e mídias sociais, as empresas jornalísticas que acabaram com o cargo dos revisores - embora não tenham encontrado um modelo de negócios que caiba em seu lucro de outrora - poderiam repensar essa ausência.

Se não for para recontratá-los, poderiam criar um cargo de Gestor de Informação. A este caberia, antes ainda de passar o material finalizado para o Editor - que fecha a página - revisar conteúdo e forma das matérias, checando uma segunda vez a informação com a assessoria de imprensa, evitando o erro, quiçá refazendo a notícia, garantindo a credibilidde que, ao final, interessa a toda a equipe do veículo.

No lugar errado, na hora errada e exercendo a função sob extremo estresse, a jornalista ficará marcada para sempre. Seu nome estará em blogs, portais etc., porque "a internet é para sempre". De qualquer forma, no frigir dos ovos, ela estava fazendo seu melhor, naquele momento, representando quem? A Folha de S. Paulo...

Quem nunca errou que jogue a primeira pedra.

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