sábado, 16 de janeiro de 2010

Várias listas com dicas em conta-gotas ou uma só, contendo todas juntas? Para todo jornalista ter na manga!



Listas: neste mundo virtual com aplicações que começam a explorar a semântica das redes, elas pululam e dão o maior ibope, não importa se, lá na frente, o conteúdo será mesmo #tudodebom. Tem lista no título, é sucesso na certa!

E não é para menos. Apesar das pessoas dizerem que nas mídias sociais apenas muito pouca gente gera conteúdo, este pequeno percentual é feito de gente muito boa criando ou juntando informação prá lá de interessante para ser lida, discutida, repassada mesmo. Tem lista de livros para marketeiros, sobre mídias sociais, lista de aplicativos do twitter, de gadgets para todos os tipos de tribos e bolsos, enfim.

E, como não podia deixar de ser, eu resolvi falar sobre o tema listas! E, claro, para jornalistas ou quem curte o tema. E, obviamente, de forma diferente. Ao invés de uma lista com 10 ou um número eventualmente cabalístico, por exemplo, resolvi - porque achei este lugar pelas minhas "viagens pela web", citar um único local onde meus vários 40 fiéis leitores podem clicar e, a partir dele, literalmente viajar pelos melhores jornais, sites e blogs de conteúdos - tudo a partir de um só local. Que tal?

Alguma explicação - afinal, eu fiz meu dever de casa!
E não é pouca coisa não… O Thruthout, por exemplo, tem um expediente de fazer inveja a muito jornal. Com diretor, editor-executivo, editor multimídia e mais de 20 repórteres e colaboradores, o blog se auto-apresenta com missão e valores do jornalismo tradicional, visando ser uma voz independente e global, engajado aos princípios da igualdade, democracia, direitos humanos, responsabilidade e justiça social.

Já o Mediabistro.com é um verdadeiro portal, bem mais abrangente. Envolve jornalistas, mas também todas as pessoas que criam ou trabalham com conteúdo criativo ou na indústria criativa. Ou seja, de editores a escritores e produtores, inclui designers gráficos, editores de livros e outros setores, incluindo revistas, televisão, cinema, rádio, jornais, edição de livros, mídia online, publicidade, relações públicas, e design. A missão desta turma é dar oportunidades para reunir recursos, compartilhar as oportunidades de emprego e projetos interessantes, além de notícias que visem a melhorar o trabalho de toda a comunidade.

Há ainda o site da Sociedade dos Jornalistas Profissionais, cujo slogan é “Aperfeiçoando e protegendo o jornalismo desde 1909, que, divulgado em várias línguas, logo em sua primeira página oferece seu código de ética. A sociedade foi criada em Indianápolis e é fantástico ler os vários materiais disponíveis lá – uma aula de cidadania, defesa do trabalho do jornalismo – vale a pena a visita apenas para nos lembrarmos de porquê somos jornalistas.

Enfim, há links do mundo todo só que, para a felicidade geral de todos, reunidos em um só local – permitindo que você escolha o que quer – basta incluir o endereço a seguir na sua lista de favoritos. Anote aí: The Working Reporter. Começando por este, já dá para gastar um bom tempo pesquisando e investigando o que e como o mundo está cobrindo por aí, e, claro, dar uma comparadinha básica com o nosso jornalismo de cá. E o melhor, em tempo real! Boa sorte.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Twitter em 2010: 'remake' de Hans Cristian Handersen? Faça sua aposta

O ano mal começou e listas de melhores e piores de 2009 pululam em tweets por todos os lados. A cada dia, novos gadgets, aplicativos, dicas e formas de se tornar bem sucedido nas mídias sociais surgem em forma de listas. E, num ensaio de futurologia, começa-se a especular sobre as melhores ferramentas das mídias sociais também. Qual sua aposta?

De patinho feio a um belo cisne

A exemplo do famoso conto do dinamarquês Hans Christian Andersen meu lance vai para o Twitter. Nasceu mirradinho, com cara de bebê e piando baixinho, mas vai crescer e se transformar num grande e belo cisne.

Foram três anos sem trazer resultados por um bom tempo às pessoas que nele investiram – e não foram poucas. Basta somar as empresas que desenvolveram as aplicações para web, celular, desktop etc., sem falar dos novos sócios que se aliaram aos conhecidos Stone, Dorsey, Willians e a Digital Garage, sem falar nas recentes Microsoft e Google, que investiram "migalhas", mas representativas para o tamanho do ainda pequeno pássaro. Por isso, e pela onda otimista deste início de ano, acredito mesmo que 2010 marcará sua metamorfose, quem sabe para a Blue Tweagle, como chamou-a, aqui, nesta imagem seu criador, o designer James White.



Exatamente como o Patinho Feio do conto. Mesmo antes do índice divulgado pela Sysomos no último dia 14 de janeiro, colocando o Brasil na 2ª posição do ranking mundial em usuários, com aumento de 8,8% apenas no último trimestre de 2009, em relação a um modesto aumento de 2% obtido em Junho, o pequeno “rouxinol” já dava sinais de que seu canto inebriaria ouvidos mais apurados. Em parte pela competição acirrada com o Facebook, em parte porque, a injeção de capital seria suficiente para novos investimentos em tecnologia e bastante ação de lobby de RP para chamar a atenção de quem ainda olhava para o pequeno e tímido passarinho com desdém.

O que se viu foi uma espantosa velocidade com a qual novas políticas e aplicações foram criadas para mostrar ao Facebook, Google e outros players das mídias sociais de que a era do ciscar o mercado havia acabado. Começava o compromisso mais sério com o amanhã.

Com tanto “anabolizante” criado pelos desenvolvedores do Twitter já agrupado em livros lá fora, o pássaro vai ganhando força em todas as suas plataformas. O mais completo, acredito, seja o da turma liderada pelo guru queridinho das mídias, o Peter Cashmore, do Mashable, no Livro Guia do Twitter. Assim, o passarinho vai tomando seu biotônico, alimentado ainda pelos crescentes números divulgados pelas empresas que obviamente, por serem também desenvolvedoras, têm total interesse em ver mini-blogueiros mundo afora, não importa se a causa é humanitária ou um trend topic tipo fofoca.

Se o Twitter se tornar mesmo uma águia voraz e transformar seus pios em ROI (Retorno sobre Investimento) para seus criadores todos, seus sócios e integradores, passando pelos twitteiros e toda uma cadeia que dele vier a depender e nele acreditar, então, as mídias sociais terão lavado sua alma. E, finalmente, seus sócios, que um dia “tiveram um sonho”, virarão personagens históricos, mas não de um conto e sim de um romance. E desta vez, não de Andersen, mas do francês Alexandre Dumas. Você se arrisca a adivinhar o nome?

“Este post está participando do Concurso Profissão Blogueiro, que vai premiar três blogueiros com netbook e kit completo para quem quer ter um blog de sucesso. Acesse: www.ideiasnoar.com.br/profissaoblogueiro.”

Quanto você quer pagar pelo século XXI?

O câncer de útero, o silêncio de Chernobyl, as vítimas do Haiti e os possíveis cenários econômicos – o final, quem decide é você!

Um e-mail sobre o uso de amianto nos absorventes higiênicos, um documentário sobre Chernobyl mais de 20 anos depois da tragédia, a tragédia do Haiti com meu engajamento com a causa e um vídeo que, além de um resumo sobre a economia do século 20, faz um exercício de futurologia sobre os vários cenários econômicos que ainda poderemos escolher mediante nossas ações daqui em diante.

O que estas quatro coisas poderiam ter em comum? A princípio nada, mas elas têm sim – e muito. E como foi bom encontrar este vídeo e ouvir uma espécie de eco não somente ao que postei como resposta-desabafo a quem me enviou o e-mail, como à minha atitude de arregaçar as mangas e sair buscando informação, tendo nas mídias sociais uma forma de divulgar como as pessoas poderiam ajudar os sitiados do Haiti – assim como eu pude fazê-lo.

O câncer nosso de cada dia
Tudo começou via o tradicional e-mail. A informação veio numa apresentação em slide show de Power Point, como muitas das que recebíamos ainda na era da web 1.0. Era sobre a incidência de câncer de colo uterino pelo uso de absorventes internos em função da indústria farmacêutica utilizar amianto nos produtos para estancar o sangramento. Daí, integrar o assunto sobre o câncer de Chernobyl foi apenas um complemento para minha resposta-desabafo – cujos principais trechos eu copio a seguir. O que mais me choca a respeito de Chernobyl é o silêncio sobre o tema. Mesmo na recente Conferência das Nações Unidas, realizada em Copenhague, lembro que se falou de aquecimento global, de energias renováveis, mas nada sobre isso. Gostaria de saber o motivo.

Em meio a tudo isso, aconteceu o terremoto no Haiti – o país mais pobre de toda a América Latina. As cenas mostradas nas Tevês, com a falta de água, além de toda a tragédia em si, foram desoladoras. Eu não me contive, simplesmente.

O Haiti não é aqui – lá, é bem pior
Desde ontem, quando as várias mídias começaram a divulgar as primeiras imagens e notícias sobre o Haiti, pensei: “Cada um pode tomar uma atitude”. Usar o Twibbon, claro, foi apenas simbólico.

Depois de dar um #RT num gringo que mencionou as várias instituições que poderiam receber doações, encontrei minha forma de agir. Como ajudo a ONG Médicos sem Fronteiras, adquirindo, desde o ano passado, o seu calendário, fiz minhas apurações – mínimas – para prestar informação e minha solidariedade, ainda que a doação fosse pequena. Twittei, retwittei, facebookeei, usei a mesma mensagem no Linked in, depois mandei e-mail (sim, por que não?).

Por fim, o vídeo sobre o que nos reserva o século XXI – que tomo a liberdade de reproduzir também. Oriundo de um tweet de hoje, do pessoal do site http://www.litmanlive.co.uk/2010/01/are-you-ready-for-the-21st-century-video/, me permitiu fazer a costura com o jornalismo e as mídias sociais e assim, adaptá-lo para este espaço aqui.

Are You Ready for the 21st Century ? from Michel Cartier on Vimeo.



DeVANYeios
A seguir, reproduzo trechos da minha resposta-desabafo quanto à questão do uso do amianto em absorventes higiênicos, que vale para outras coisas também.

nojo, revolta, absurdo, anarquia, revolução = mídias sociais!

Não é à toa que as pessoas, lá pelas tantas, resolveram dar seu grito de guerra com o uso do e-mail, twitter, Gtalk, YouTube e #whatever (porque a cada dia surge uma novidade mais incrementada!).

Cada um do seu jeito tenta falar alguma coisa. Há quem queira nos dizer que o mundo endoidou, que agora tudo é #teoriadaconspiração... Mas será que, na verdade, não será o desmascarar da sociedade hipócrita que criamos? Ou que criaram para nós? Ou - pior - que ajudamos a criar com nosso silêncio, nossa falta de participação política - com a desculpa de que "os políticos são corruptos, então, nem me meto, nem me importo com a questão..."?

Eu não tenho dúvida de que somos responsáveis - de alguma forma, por isso. Se a sociedade se tornou consumista, é porque damos trela a isso.
Se existe a 25 de março é porque compramos nela e alimentamos toda a cadeia que dela engorda - não importam os motivos ou as desculpas por detrás disso.

A geração que nasceu em 40 e viveu seu apogeu em 60 rasgou sutiãs em praça pública e pegou em armas. Muitos morreram - em vão? Sim, e não.
As gerações que vieram depois acabaram com o comunismo, ratificaram o capitalismo e hoje são vítimas dele - estamos - nós, baby boomers, com 40/50 anos na cara, sem empregos, quase todos empreendedores de nós mesmos, tendo que nos reinventar todos os dias, e consumindo tudo isso que nos impõe as multinacionais que ontem eram nossos empregos...

Quem não trabalhou ou tem algum parente que tenha trabalhado na Johnson & Johnson ou na Danone? Você sabe o que é o Dan Regularis? A exemplo desse e-mail, recebi outro que diz, “numa linguagem curta e grossa” se tratar de “um conjuntinho de cocô ativo que, misturado ao cocô parado no intestino, faz a ‘turma que acaba de chegar’ empurrar, literalmente, os preguiçosos para túnel à frente até chegar ao destino”.

Claro que tem brincadeira e mentira nas mídias sociais, tem quem apenas esteja lá para ser o #bobodacorte (eu mesma brinco de vez em quando, porque #ninguémédeferro!). Mas há hora para tudo!


A esta altura, já nem sei mais se é a arte que imita a vida ou se é a vida que imita a arte. Mas o filme "O dia depois de amanhã" já é hoje, já que na Noruega, nesta 2ª. Feira, fez – 11º C e, salvo as besteiras exageradas, quem não garante que “2012” já não esteja mesmo acontecendo bem debaixo de nossos narizes?

As vilas no entorno de Chernobyl passado tanto tempo depois do desastre estão abandonadas. Quase todos os jovens que nasceram à época hoje estão simplesmente tirando a tireóide com diagnóstico de câncer, sem sequer saber para não pirar! É proibido bebês nas redondezas e os índices de radiação são imensos por lá até hoje.


Ainda hoje nascem bebês defeituosos a um nível que não existe cura ou possibilidade de transplante ou jeito de salvá-los. Eles são simplesmente deixados numa espécie de creche... para viverem até onde for possível a eles... verdadeiras “aberrações”. Então, minha vez de passar um vídeo - e isso não é novo e é VERDADE:



Bottom-line
Se quisermos deixar um legado menos tortuoso para nossos filhos:

Precisamos ser mais conscientes e agir – e não para posar de bonitinho - para fazer nossa parte no mundo melhor que queremos para nós e para nossos filhos e netos.

Precisamos diminuir o uso de sacos plásticos e levar nossas próprias sacolas, caixas isopores o que for para ajudar a diminuir o índice de poluição que entope os bueiros (também!) e cobrar isso também de nossos fornecedores e parceiros.

Ao ir a um médico, precisamos checar suas credenciais para evitar morrer em sua mesa como aquela moça que fez hidrolipo.

Devemos – jornalistas, blogueiros ou não - checar sobre o que consumimos em remédios, produtos de limpeza e higiene etc., e buscar cobrar de nossos fornecedores – e não apenas comunicando, mas deixando de consumir porcarias, boicotando, mesmo – qualidade de insumos, modo de fabricação, produto final e preço.

Somos parte de uma cadeia na qual os nossos clientes nos testam e nos exige qualidade e postura. Devemos também exigir de nossos parceiros e fornecedores a mesma coisa. Eles realizam ações de sustentabilidade? Quais? Utilizam tecnologia verde? Como?

Recicle, reutilize, reforme, refaça seus conceitos. Pela primeira vez, na história da humanidade, o poder de voz está nas nossas mãos. Mas não devemos empregá-lo de forma errada. Nem só criticando, nem calados além da conta, muito menos numa postura de necessidade paternalista – como é bem afeito ao povo brasileiro, que adora um discurso populista. Se assim o fizermos, acabaremos perdendo o trem da História; a fila vai ter andado e o Brasil, que finalmente entrou na Agenda Mundial, pode perder o rumo e ficar para trás. Com ou sem você!