sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sai o resultado do #BBB dos jornalistas que só usaram #Twitter e #Facebook para fazer matérias




As mídias sociais são bastante competentes ao complementar e, em casos já provados, até furar a grande imprensa. O recente terremoto do #Haiti, a passeata no #Irã, sem falar na morte do astro #MichaelJackson , provaram que elas podem ser mais ágeis que os jornais tradicionais.

O que isso pode revelar, de verdade? Que há espaço para todos nesta mudança de paradigma por que o mundo passa e atinge a profissão de quem participa de todas as etapas do fazer jornalismo – e aí incluo os RPs, os jornalistas, os repórteres-cidadãos, todo mundo. Por que competir?

O que se precisa fazer é agregar – trazer o que há de melhor do complexo sistema jornalístico que se aprende nos bancos universitários – para a formação ética, a questão de se ouvir os dois lados e buscar a verdade para que este profissional seja o mediador dos interesses legítimos da sociedade – e o que tecnologia + mídias sociais estão proporcionando com a ajuda de repórteres-cidadãos em todo o mundo.

Foi o que aconteceu com a experiência “Behind closed doors on the net”, patrocinada por uma rede de rádios que, no twitter teve a chancela @HuisClosNet, envolvendo cinco jornalistas que falam francês confinados numa fazenda de endereço desconhecido na França, para evitar qualquer tipo de acesso, com computadores que tivessem apenas conexão a Twitter e Facebook.

O resultado revelou o que já sabíamos. Um dos repórteres entrevistados pela BBC de Londres, Janic Tremblay, do Canadá, contou que o #Twitter funciona como um grande e espetacular radar. Sua maior vantagem foi a de entrevistar fontes às quais ele jamais chegaria pelos meios tradicionais. Quanto ao #Facebook, ele mencionou que em poucas horas mais de cinco mil pessoas mencionavam um barulho de explosão numa cidade quando, no dia seguinte, se revelou o fato de que um avião ter ultrapassado a velocidade do som. Vale a pena ouvir a materinha na íntegra.

Mas vale mais a pena avaliar. Acabamos de sair da 3ª. Edição do maior evento de mídias sociais do mundo, o #Cparty, com #tudodebom que rolou e que pôde ser acompanhado online por quem não pôde ir. O #BBB10 teve um paredão recorde com uma pessoa sendo enviada duas vezes consecutivas e retornado à casa – não pelo jogador, mas por causa do efeito #tessalia, um factoide totalmente criado pelas #mídiassociais – personagem que entrou e saiu do programa por causa das novas mídias - mais especificamente o #Twitter - e que, apesar da relação amor/ódio – vem aumentando em progressão algorítmica os seus seguidores - os mesmos que a defenestraram.

Tudo isso qualquer um pode acompanhar, tornou-se #trendtopic no #Twitter. E por que? Porque foi na semana passada que a empresa Twitter lançou os #Trend topics local e regional, revelando mais uma de suas facetas jornalísticas. Afinal, jornalisticamente falando, os assuntos mais importantes são os de “primeira página” – de interesse global. Com o lançamento dos #trendtopics regionais (por País) e até locais (por cidade), dá para se ter uma ideia de como vive cada comunidade, o que mais lhe interessa e afeta – como fazem os jornais de cada uma.

Juntando tudo, fica o desafio... Quem sabe algum jornal de grande circulação queira fazer também esta experiência. Quem sabe estarão nos resultados um novo modelo de negócios – que possa até ser o “Ovo de Colombo” que responderá a todos os problemas até agora enfrentados pela mídia? Quem sabe usar o exemplo do BBB e imitar os colegas franceses para um experimento que vire pesquisa universitária, possa ser um caminho para melhores dias para professores, colegas e empresários? Fica a dica! O que abunda, não prejudica!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Twitter é jornalístico! (*)



(*este texto foi originalmente escrito para o blog Mídias Sociais, para o qual fui convidada a escrever todas as sextas-feiras)

Muitas pessoas ainda têm o pé atrás com as mídias sociais e, na esteira dessa desconfiança, com o pio do pássaro azul que eu, particularmente gosto e uso cada vez mais como referência diária de leitura jornalística.

Mas quando se fala em desconfiança, deve-se deixar claro que esta ainda reside no fato de que pela 1ª vez – não na história deste País, como gosta de divulgar aos quatro ventos em um bordão já manjado o nosso Presidente, mas – na história da humanidade – as pessoas começam a finalmente entender a diferença entre notícia e propaganda, entre visibilidade jornalística e os resultados de uma exposição de marca gerados com uma ação de marketing – o famoso ROI, ou seja, o retorno sobre o investimento.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Esta era uma das explicações que, como assessora de imprensa sempre tive que “ensinar” aos clientes potenciais. Costumava usar aquela imagem clássica do emissor, mensagem e receptor, explicando o meu trabalho de intermediadora, mas sempre e desde que de um fato de interesse público.

Uma vez como jornalista – e primeiro crivo daquele fato merecedor de um trabalho de divulgação para o tal público, por entender de interesse para sua comunidade e, portanto, passível de virar notícia –, eu o trabalharia para que, com cara de notícia, este fato viesse a ser resultado em vários tipos de mídia. No decorrer da explicação, havia a observação sobre o cliente ou eu não termos qualquer controle sobre o tamanho, a data de divulgação e mesmo se o resultado sairia, em função de variáveis independentes de nossa vontade, ainda que pudéssemos sugerir números adicionais em tabelas, fotos e imagens, sempre com a intenção de agregar valor ao material principal e espaço ao resultado final. Diferentemente, a propaganda era o playground do cliente, de total controle do emissor da mensagem, porque paga em seu tamanho, conteúdo, número de página, cor etc..

As mídias sociais

Do ponto de vista do Marketing, as mídias sociais vêm-se aprimorando cada vez mais em casos de sucesso, revelando aqui e acolá como reverter ações em resultados que impliquem visibilidade e resultado. São promoções-relâmpago, pesquisas de fidelização com premiações, uma série de bons exemplos que aos poucos, vem formando um bom porfolio para agências e um novo jeito de se fazer negócio via web 2.0. E o jornalismo?

Este definitivamente não pode mais viver sem as mídias sociais. E, na opinião desta modesta representante da classe, sem o twitter. Se existe um nicho ao qual o passarinho azul encontrou seu lugar foi, sem sombra de dúvida este aqui. Senão vejamos:

• É mancheteiro de primeira qualidade; ganha o leitor quem fizer a melhor manchete nos 140 caracteres disponíveis, já com link e tudo para o corpo da matéria que se pretende lida;
• Já “furou” as mídias tradicionais em vários momentos; desde o episódio da divulgação da filmagem que postou o tiro fatal da moça que, como centenas de pessoas, caminhava num protesto pacífico contra a eleição do presidente do Irã, até a morte do cantor por Michael Jackson, passando por outros locais, como o caso do PCC em São Paulo e tantos outros;
• Tem praticamente todas as instituições de ensino de todos os graus e localidades, de Governo e as mídias mais importantes do mundo representadas nele e, portanto, twittando suas principais notícias e fatos.
Com toda esta gama de variedade de fontes diretas à disposição, como não ser jornalista e adepta aos ecléticos pios do pássaro azul?


Apenas para complementar – No último dia 22 de janeiro, o site TheNextWeb.com divulgou uma experiência muito bacana. Numa fazenda francesa, cinco jornalistas seriam confinados por cinco dias com computadores que terão acesso apenas ao Twitter e ao Facebook como fontes para suas matérias.

O objetivo era testar a qualidade das reportagens geradas a partir das fontes de informação, consideradas as queridinhas das mídias sociais, e saber até onde elas realmente representavam uma ameaça às mídias tradicionais. Meu sentimento é o de que deve ter saído muito material bom (confesso que ainda não vi o resultado disso, até porque acredito no jornalismo colaborativo e no compromisso com o leitor!), sim – porque falar em ameaça é sempre acreditar que há "forças ocultas" regendo o universo.

Prefiro crer que a pluralidade é o grande barato na convivência entre seres humanos e suas ferramentas de trabalho. Há espaço para todas as tribos e todas as formas de trabalho. Por que apenas não aceitar que o mundo progride e adaptar-se às novidades? Temos é que deixar de ver as coisas pelo lado maniqueísta, isso sim – e, no final das contas – correr para o abraço e contar as vitórias que cada uma das diferentes formas de se fazer notícia, negócio, branding, Marketing, whatever name it receives nos faz alcançar!
(Imagem de Mike Keefe: http://www.intoon.com/cartoons.cfm/id/68559 - published in 03/03/09)