quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Justiça permanece cega, o samba do Jornalismo continua doido. O resultado? Grupo de Acesso!



A Justiça se não é cega, usa antolhos e, neste contexto, as mídias sociais são realmente incríveis. Porque nos abre uma infinidade de possibilidades antes nunca pensadas. Mesmo para gerar este post, elas me provaram isso.

Uma das coisas que mais me fascina neste universo virtual sem "fundo" é a capacidade de a gente encontrar informações complementares e ainda mais ricas para qualquer tipo de conteúdo; pode ser um post, um workshop, um vídeo, um trabalho escolar, uma vídeo-aula, tudo isso junto ou apenas ... uma foto.

Pois bem: estava atrás de uma imagem que pudesse impactar este post. E me deparei com o blog que a publicou. Para dar o devido crédito - ossos do ofício - li o texto ao qual ela estava atrelada e achei-o interessante a ponto de procurar saber quem era seu autor. Em seu perfil, ele explica os motivos pelos quais se mantém sob codinome.

Como as mídias sociais têm este poder inexorável de agregar e até porque havia um pedido, diante da similaridade dos conteúdos resolvi fazer do crédito da foto o próprio vídeo que divulga o blog. Quem tiver o interesse de assisti-lo vai perceber o quanto ele é simples e bem feito. Em nada panfletário, é cabível a cada um de nós, mas nem jornalista, nem profissional de comunicação; apenas cidadão.



Somos todos vítimas desta Justiça cega, trôpega, falha. Uns individualmente, outros coletivamente. Do mesmo lado, políticos inescrupulosos e empresários gananciosos. Do outro, nós, a maioria - que à época das mídias tradicionais era manipulada, dirigida para resultados já ensaiados ou escolhidos. Algo como aquela matéria pronta para a qual o repórter sai da Redação para a rua apenas para conseguir a fonte que apenas ratifique toda uma tese de uma conspiração que vire capa da semana.

Quem não viveu "aquela época", pode ter uma ideia com as edições da rede aberta do #BBB - aquela que você não paga. Não vou falar nada - faça você mesmo a experiência de ver um programa editado e trocar um "dedinho de prosa" com quem paga o programa... e "sinta a diferença".

Antes que alguém me acuse de incitar meus parcos leitores sobre "teorias da conspiração" de passado ou presente, sejamos otimistas, como reza a nova era - na qual, diga-se de passagem, eu creio - da qual comungo.

Vamos procurar crer que no aniversário de 50 anos de Brasília, seu primeiro político foi preso (e ainda, durante o Carnaval) não apenas para mostrar que neste Governo isso acontece, mas que isso agora será realmente Lei, que a Justiça vai começar a ver, e não apenas olhar. Quem sabe, de verdade, a gente vai, finalmente, poder usar nossa opinião e nossa palavra, por meio das novas mídias, seja nos blogs ou no YouTube, para viralizar, criar uma movimentação para fazer valer nossos direitos...

Constrangimento de Norte a Sul

Vamos acreditar que a Justiça vai rever sua própria revogação, via STF, da obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão, ou vai evitar situações que soam no mínimo contraditórias, que estão acontecendo do Oiapoque ao Chuí... conforme publicou hoje o semanário Jornalistas&Cia em sua 731a. edição:

Semana passada, por exemplo, a Justiça do Trabalho de Porto Alegre concedeu liminar em Mandado de Segurança obrigando o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul a aceitar a filiação de duas pessoas não formadas em Jornalismo e a emitir suas respectivas carteiras. A direção do Sindicato classificou o fato como uma interferência indevida nas relações de trabalho, uma vez que, pela própria decisão do Supremo, não é necessária a emissão de carteira para o exercício da profissão, nem o registro. “Seria o mesmo que a Justiça obrigar a todo o jornalista com atuação no Estado a se sindicalizar, o que fere o livre direito estabelecido em Constituição”, disse o presidente do Sindicato, José Maria Rodrigues Nunes. A entidade vai recorrer da decisão.

Já em Curitiba, o candidato que passou em primeiro lugar num concurso público para o cargo de assessor de imprensa da UFPR foi impedido de tomar posse por
não ter o diploma de curso de Jornalismo. Quando foi avisado pela universidade de que não seria empossado no cargo, ele entrou com mandado de segurança, com
base na decisão do STF que extinguiu a obrigatoriedade do diploma,mas a juíza da 4ª Vara Federal negou liminar sob a alegação de que o edital do concurso exigia o
diploma específico. Também cabe recurso.

Em São Paulo, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas decidiu defender publicamente a adoção de novas regras de sindicalização e divulgou um manifesto em que reafirma lutar pela aprovação da PEC que restabelece o diploma de Jornalismo, mas ressalta que
“a função básica de um sindicato é a defesa das condições de trabalho de uma categoria profissional diante da exploração patronal. (...) Concluímos que cabe ao Sindicato organizar toda a categoria profissional tal como ela é neste momento,
trabalhando pela filiação de todos os profissionais, diplomados ou não-diplomados, que efetivamente exerçam a profissão de jornalista, unificando a categoria em defesa
dos direitos, contra a precarização e o abuso das empresas”. Para isso, a entidade deverá estabelecer quais os documentos necessários para comprovar o “exercício profissional habitual e remunerado” e exigir do Ministério do Trabalho e Emprego
clareza em seus critérios para concessão de registro profissional.

Fica aqui o pedido para que Justiça seja feita! De outro modo, o samba do jornalismo só tende a ficar mais doido. Neste e nos demais carnavais que virão. Se já está difícil manter o rebolado, haja ginga se nem nas altas esferas os cartolas se entendem! Quesito organização - Zero, nota zero!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O futuro do jornalismo impresso: que coisa mais crazy!

Senão, por que os repórteres do canadense The Globe and Mail cantariam os males da mídia impressa, como estes aqui, tendo como melodia a música "Crazy', de Gnarls Barkley?

A letra é do jornalista Siri Agrell. O acesso ao material veio por meio de um tweet do jornalista Rosental Calmon Alves, diretor do Kgnight Center of America - no qual ele dizia ter visto jornalistas chorarem por perder suas posições, mas nunca cantarem as agruras pela crise do jornalismo impresso.

O jornal - por motivos que realmente eu desconheço, não liberou mais que o link para que pudéssemos ter acesso ao conteúdo da música, realmente muito bem bolada. Mas, fica a crítica, claro! Com o crédito, minha leitura é a de que os meus "coleguinhas", deveriam ter liberado o código para que os interessados como eu (e imagino vários outros), pudéssemos anexar o próprio vídeo aqui, para um único clic. É como "funciona" a Web 2.0, que está controlando tudo, sim. E, quem quer usá-la, deve saber como fazê-lo.

Se o YouTube libera o código conhecido como e todo mundo que posta um vídeo aqui, cá e acolá, por que não o The Globe and Mail? Medo de perder o direito autoral, se seus próprios repórteres usaram a melodia de outro músico, ao criar um novo conteúdo sobre o original? Pagaram eles os royalties ao primeiro? Bem, aqui está o link para quem quiser ouvir e ler a letra da música dos repórteres temerosos quanto ao futuro do jornalismo impresso! Mesmo sendo um link, vale a pena!



http://www.theglobeandmail.com/video/singing-about-newspaper-woes/article1433246/

E, para provocar, mantém-se a pergunta sobre royalties dos colegas canadenses que se renderam eles próprios às mídias sociais, para passarem sua mensagem... E, novamente, para que pensemos sobre o futuro do jornalismo impresso, um ano depois de as mídias sociais terem realmente "explodido" os antigos modelos nos quais se baseavam os lucros daquelas mídias.

De qualquer forma, uma coisa é certa. Nos novos tempos - para viralizar uma campanha, vale tudo! Até "aliar-se ao inimigo" para passar mensagens sérias como esta que estes "coleguinhas" fizeram. E, ainda, por meio de talentos antes escondidos, quiçá até desconhecidos por uma rotina diária de mais de 10 horas de trabalho diário...

Se vai adiantar como resultado de manutenção de seus empregos, ninguém ainda sabe. Mas os jornalistas provaram, pelo menos, uma coisa. Se o The Global fechar, eles já têm como se virar na vida.