quinta-feira, 17 de junho de 2010

Nós e a Internet: Burros ou superficiais?


Fui escrever um comentário surgido a partir de um tweet enviado pelo Grupo Foco esta manhã, mas como nunca consigo ficar somente em apenas cinco linhas, acabou que ele virou um...post! Por isso, achei que seria bacana dividi-lo com todos, why not? Na verdade, achei que valeria a pena porque logo na sequencia, o jornalista José Luiz Goldfarb usou o mesmo ambiente virtual do pássaro azul para defender uma lei da ONU – Organização das Nações Unidas – de tornar a leitura para bebês uma prática obrigatória. E, como eu, desde que meu filhote era bebê, pratiquei esta ideia, conforme prova o flagra da sua imagem aqui na tenra idade de um ano, achei que valia a pena juntar também os dois assuntos, como não é raro em meus posts aqui neste espaço social de pequenos mosaicos...

Não, não creio que a internet esteja nos tornando mais burros – muito pelo contrário. Graças a ela temos mais acesso a mais conteúdo de mais tipos de mídia – "como nunca antes na história da" civilização.

Acho que o que ela pode estar fazendo com a gente é nos tornar superficiais. Afinal, a quantidade de informações a nos distrair é tamanha, que na ânsia de querer assimilá-las, acabamos por ler na diagonal, tentar pegar o “sumo da laranja” – e, não raro, não entramos a fundo na leitura. Numa comparação tosca, percebe-se quem é da geração "baby boomers" e Y na internet ao ler diferentes blogs. Os que contiverem textos de até 10 linhas são inevitavelmente escritos pelos últimos e os de textos mais longos ( tipo assim, os meus, rsrs) bingo!

O que segue, é parte do que foi enviado como comentário ao post da Foco (que nem sei se foi publicado) com o tempero que me permiti fazer depois, para este meu blog, claro. (Foto: álbum de família)

Como soube deste material via Twitter, entro com meu arroba! ;o) Então, entro como @mosaicosocial

A manchete foi boa, mas não reflete nem o material do livro, muito menos o conteúdo sobre o qual este post versa. Uma coisa é achar que a internet possa estar nos tornando burros, o que me trouxe aqui para - logo de cara - fazer um desagravo! Mas o próprio texto do colega Rafael Kenski aborda que, na verdade, o tema tratado é o da superficialidade. Convenhamos, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Sou exatamente da geração que estava no mercado de trabalho e pegou a introdução da internet em todas as cadeias produtivas, gradativamente, mudando carreiras, acabando com algumas, tornando outras melhores. Dizer que a Internet esteja nos "burrificando" (adoro um neologismo, Eline e Tati, que me acompanham no Twitter sabem!) é D+. Acredito muito que, graças a ela, minha geração, inclusive, teve acesso a uma riqueza de informação "nunca antes vista" neste e em qualquer outro País, simultaneamente ou em diferentes lugares, de diferentes fontes.

Troquei, em 1993, a oportunidade de ir pessoalmente pela viagem virtual ao Louvre ao comprar meu primeiro PC, uma coisa que - comparativamente - equivalia a toda viagem paga a Europa por uns bons 15 dias. Fui da geração BBS, Alternex etc...

Não canso de dizer e repetir, como papagaio do jornalista Paulo Henrique Amorim, quando o Google começou, que ele era nosso "oráculo". Isso antes de se tornar, poucos anos depois, nosso maior "algoz", de certa forma. Porque, tornando o jornalismo de indexação o grande "ovo de colombo" de sua patente algorítmica, apesar de como PR, achar fantástica a ideia, como jornalista e produtora de conteúdo, vejo meu mundo cair. De qualquer forma, no frigir dos ovos, esta passa a ser outra discussão.

Generalista ao extremo

Sim, existe superficialidade cada vez maior. Mas isso se deve ao fato de nossos cérebros ainda estarem se acostumando à imensa quantidade de informação que recebe diariamente. É preciso tempo para que eles consigam se formatar para processar tudo isso. E acho que a cada geração temos provas do quanto isso está ocorrendo. Eu saí da maternidade enrolada num cobertor (o cueiro) com meus braços “amarrados”. Meu filho, este já saiu de olhos abertos – parecendo me reconhecer por onde eu fosse. Eu já conversava com ele na barriga, cantava-lhe músicas ou colocava algumas para ouvir - clássicas, de acordo com o signo dele, tudo o que aprendi em curso de mãe e busquei fazer usando o bom senso.

O livro

Aí ele nasceu e vieram os livros infantis – seu primeiro contato com as letrinhas. Porque seu nome é Daniel, ele ganhou a saga de Daniel na cova dos Leões, este que ele "lê" na foto deste post. Mas, claro, ele teve os livros de bebês de pano, de plástico, imagina, livros que podem ir para a banheira, com grandes e deliciosas figuras educativas? Nós, que vivemos delas e adoramos as letras, que não tivemos nada isso, viajamos de alegria e curtimos mais que eles as tardes em livrarias com contadores de histórias a caráter... fizemos muito disso em tardes de sábado... Bom, mas Daniel teve... superlegal.

Me perco, então, imaginando como será a geração dos filhos dele, ou as gerações que virão ainda depois destas? No mínimo, devem sair da maternidade já andando e com os dedinhos brincando provavelmente numa terceira geração de iPAD, quem sabe um ZPad... Alguém duvida?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pessoas são pessoas ... e nenhuma tecnologia vai substitui-las



O inverno nem começou...e o meu blog está mesmo em ritmo de hibernação. Em parte porque a gente - que lida com estudo, avaliação, análise e até aconselhamento sobre uso, contratação, planejamento e aplicação de ações de novas mídias no ambiente corporativo - também vive problemas do dia a dia como todos os nossos assessorados.

Por mais preparados que sejamos em nossos planejamentos, orçamentos, agendas ou detalhistas e precisos, devemos ter em conta que lidamos e somos invariavelmente pessoas.

Sim, eu aguardava que meu próximo post, depois de todo o barulho feito antes do Congresso Mega Brasil de Comunicação 2010 - ocasião em que modestamente ainda lancei o press-release sobre as mudanças da Mosaico Pró-Comunicação, que passou a ser +Mosaico Negócios & Comunicação -,pudesse já estar embalado num novo enquadramento visual, alegre como a cara da +Mosaico, a exemplo do novo site e do novo twitter corporativo, anunciado também no press-release.

Aquele post deveria ter sido divulgado, no máximo, no dia 28 de maio. Eu me preparei para isso. Com atencedência ímpar. Planejamento, datas, tudo. Obviamente o post traria o link para a apresentação feita após o #congresso3em1, bem como o pequeno folder distribuído, com dicas adicionais aos que foram pessoalmente me ouvir no Workshop, que nunca será a mesma coisa que apenas baixar o powerpoint.

Bem, como a realidade mostrou, apresentação e folder foram colocados à disposição via outras mídias: twitter, Linked-in pessoal, Facebook pessoal e via a página nova criada para a +Mosaico também, mas não via blog.

Pessoas são pessoas

O que aconteceu? Simples, como Sherlock Holmes diria a Watson. É que o processo de migração para a nova cara que a esta altura do campeonato deveria estar pronta e que hoje foi propositalmente trocada para preta não rolou porque tanto do lado de cá, na ponta do emissor, quanto do lado de lá, na ponta do receptor das mensagens deste processo que envolve Comunicação existem pessoas. E também no meio deste grupo, quando você ainda depende de outro grupo para integrar informações e finalizar detalhes.

Por mais que afeitas às novas tecnologias, por mais competentes e brilhantes que emissores e receptores sejam em suas especialidades, somos ora cada um alternando-se numa função, pessoas. E como tais, somos constantemente acometidas de:

* Sentimentos obtusos,
* Problemas de entendimento,
* Problemas que interferem no entendimento em determinado momento,
* Facilidades e competências para algumas questões fantásticas
* Dificuldades extremas para outras
* E um rol de outras variáveis que se listadas, encherá mais que um blog inteiro.

Mas que, toda a tecnologia empregada, seja teleconferência, skype, sms, e-mail, twitter, o raio-que-nos-parta não será suficiente se qualquer das variáveis citadas ou não interferir na Comunicação por todo o processo, de mão dupla, contínuo e, que, por isso, mesmo, pode travar o todo, tornando-o inexequível em determinado momento.

Será o fim da linha? Que nada. Longe de entregar os pontos e continuamente estudando as mídias sociais, seu impacto sobre meu trabalho e as pessoas, e, tendo vivido recentemente uma outra experiência, de um mal entendido terrível no twitter por um erro de leitura que me remeteu novamente à questão do emissor->receptor é que pensei exatamente no fato de poder constatar que acima de mídias, métricas, tecnologias e o que vier para mudar a "ordem mundial econômica e social" que vem provocando tsunamis, mimimis, mal-entendidos e novas pazes em ambientes tão díspares quanto antes inimgináveis, ainda e "graças a Deus" somos pessoas por detrás de máquinas.

Com todos os nossos defeitos, pluralidades, limites e mazelas para melhorar todos os dias, se quisermos, se pudermos, se for de nossa intenção, somos gente. O que as tecnologias talvez estejam fazendo seja exacerbar o que temos de melhor e pior. Eu continuo no time de quem está dentro do bonde - a sair dele e perdê-lo de vez. Quem nunca se "machucou", que jogue a primeira pedra.