domingo, 31 de outubro de 2010

Sinal dos tempos: a partir de amanhã o povo nas mídias sociais não poderá mais ser ignorado

Enquanto escrevo estas linhas, o Brasil pode, se quiser, começar a escrever uma nova história para sua vida política, econômica, social e internacional. Não importa o agente vencedor das eleições; a ele e seu partido caberão a responsabilidade de manter o País na agenda mundial. E não apenas como líder reclamante dos países emergentes.

A quem ganhar daqui a pouco caberá o dever de casa de manter olhos e ouvidos ininterruptamente abertos aos agentes sociais, indivíduos ou simplesmente povo. Porque pode ser que a nossa participação nas mídias sociais tenha sido infinitamente menor e menos expressiva que a dos americanos, que gerou o efeito Obama, levando-o à Casa Branca. A despeito do caloroso teor emocional dos conteúdos postados, não resta dúvida de que “nada será como antes” na história deste Brasil. O povo – nós – e, quando digo nós, digo todo mundo que usa as mídias sociais – e não somente quem tem diploma, demonstrou insatisfação com o status quo:
Da Política de compadres, que só faz imortalizar a corrupção pela qual nosso País é conhecido desde o tempo das capitanias hereditárias;
Da Educação atrasada, que esvai-se entre aqueles que jamais absorveriam os “desacordos” ortográficos por não saberem, simplesmente, escrever; e mesmo sem estes, esquecem-se de preposições, craseiam artigos senão masculinos para não mencionar concordâncias e outros absurdos que diariamente desfilam em timelines e textos inteiros de blogs;
Do leonino sistema financeiro, que consome nossas reservas internas, tornando o Brasil um País somente virtualmente sadio, literalmente para inglês ver. Porque, sob bases tão frágeis, com um endividamento caseio que assombra a antiga classe média sem emprego ou a nova classe média, inebriada com a facilidade de crédito, como pode um País estar bem se dados recentes mostraram que segundo Dados do Banco Central, nos últimos cinco anos, o número de brasileiros com dívidas superiores a R$ 5 mil, considerando todos os tipos de empréstimo, saltou de 10 milhões para 25,7 milhões.
Da cuecalização do dinheiro dos impostos que pagamos ou não, mas que o povo, somatório de todas as classes econômicas do Brasil, não quer ver em meias e cuecas de ninguém de partido algum, mas revertidos em benefícios ao... povo.

Sinal dos tempos, cada País tem o resultado de mídias sociais que merece pela educação que dá a seu povo. Aqui, a polarização evidenciou-se pelo calor emocional, pelas baixarias, “naturais” de um povo sem educação, que não tem conteúdo para discutir – o que se viu, inclusive, entre os próprios candidatos, infelizmente, refletindo o nível de seu povo. Uma pena.

Sem considerar esta ou aquela legenda, ao assistir ao vídeo a seguir, que mostra – como podemos pensar em mudar, sem reinventar a roda, mas absorvendo o que está se fazendo ou pensando lá fora também, deixo como sugestão o repensar de uma nova realidade. Que pode tornar os brasileiros vanguardistas, quem sabe.



Seja qual for a pessoa que vier a ser escolhida para, em 1º de Janeiro, assumir o Brasil que pensamos para nossos filhos, netos e bisnetos, desafio que deve estar além dos interesses caudilhescos, não quero, para meus descendentes, a exemplo do que a personagem do sociólogo do filme de José Padilha disse, que seu futuro seja o de que eles venham a viver em Bangu 1. E você?