quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Projeto Instigar: o que acontece quando você faz análise, minha experiência com o projeto e sua derivação ... das #redessociais


Tudo começou quando... A frase, emblemática, tipifica o esteriótipo do analisado. Deitado num divã, de costas para o psicanalista - e este representado por um senhor distintamente vestido, barba grisalha... bem ao estilo Freud - ele conta sua vida, seus dramas e conflitos mais íntimos.

Ainda que os tempos sejam outros e a ortodoxia do divã tenha sido substituída pela leveza de poltronas, sofás e pufs -- porque gestos e lágrimas compõem um rico ferramental linguístico na comunicação entre paciente e terapeuta no processo analítico --, o conceito da psicanálise e as questões que motivam uma pessoa a buscá-la são vários, senão diferentes para cada uma.

No evento realizado na noite de ontem, 10 de novembro, na aconchegante sede do Projeto Instigar, em São Paulo, a diretora Débora Andrade explicou o conceito da psicanálise, relacionando-o a elementos como mecanismos de defesa, culpa, desejo etc.

Explicou, por exemplo de que se trata do estudo do inconsciente. "É o trazer o de mim que eu não sei para o mundo real... o que eu escondo de mim mesmo até o nível da consciência e lidar com isso", disse, com sua voz doce e quase maternal - no melhor sentido da palavra - porque sua voz é um "abraço de mãe".

E é também a análise do contexto psíquico. Algo como "se estou presa num conflito interno que se repete e gera sofrimentos e analiso o funcionamento psíquico por trás deste conflito, ou seja, as formas de defesa que meu inconsciente criou para não lidar com o conflito, eu tendo a enfrentar este processo e resignificá-lo para escolher uma nova forma de lidar com ele e, consequentemente, deixar de vivê-lo. Com isso, saio da zona de angústia e posso dar um salto de qualidade de vida." Complexo, não? Mas, se há o desejo de transformar - e isso foi discutido, porque só se muda quando se quer, não adianta forçar a barra de fora para dentro - esta viagem é boa demais.

A razão pela qual este assunto virou post aqui, no Mosaico Social, blog de discussão sobre redes sociais e jornalismo, tem a ver com:

1. O fato de eu ter conhecido a Débora Andrade numa rede social de Mulheres de Negócios. Graças à enorme empatia que rolou entre nós, eu me tornei sua cliente.

2. Porque um trabalho deste só pode dar certo - além de todo o o seu conhecimento orquestrando os dois grupos que faço, um com meu filhote, outro já divulgado no #twitter, o Grupo #Escolhas, porque a comunicação flui redondinha. Na transmissão, as mensagens entre emissor e receptor, ainda que subliminares, são trabalhadas pontualmente ou de forma a que aflorem no momento certo.

A gente não quer só comida, a gente quer comida e felicidade


Como a própria Débora disse ontem, "o ser humano quer prazer; e, porque não quer sofrer, usa mecanismos psíquicos de defesa para não enfrentar conflitos. Por isso, acaba, de alguma forma, fazendo escolhas erradas." O resultado pode ser depressão e sofrimento, somatização, explosões ou, o contrário, implosões em forma de sapos ou corpos estranhos "somas" - o meu caso - adenomas - ou, mais seriamente, resultam em tumores malignos.

Não importa o efeito, o desgaste é enorme - psíquico e físico. Para evitar sofrimentos, o inconsciente coloca-nos em ciladas que geram mais sofrimento. #mucholoco

E quando a pessoa não está preparada para o prazer? O que ela faz com isso, com a angústia de usufrui-lo? Há "louco" para tudo... A verdade é que existem pessoas que precisam se permitir serem merecedoras de prazer, eliminar culpas criadas muito tempo atrás, transformadas em desmerecimento. E, no meio do papo surge a palavra amor, complementada pela expressão amor incondicional. "Mas isso é coisa de mãe e pai", disse uma das participantes. Sim, na real, ninguém ama incondicionalmente, sem esperar retorno pelo investimento do carinho depositado.

"No mundo real, amor representa trabalho, é tarefa", frisou Débora. Parei, pensei e me lembrei do pequeno príncipe de Saint Exupery: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Ou apenas, em como fazer uma planta crescer. Se é preciso regá-la todos os dias, fica fácil entender que amor requer trabalho! Mas, sobretudo, requer que nos conheçamos a nós mesmos antes de amar o outro. Para podermos amar ao outro, precisamos antes nos amar. Para quem é religioso, basta ler a Bíblia... e isso também, falando em redes sociais, não é #mucholoco?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O mundo vivendo em paz: utopia ou realidade?



Com um forte sotaque argentino, Lia Diskin, co-fundadora da Associação Palas Athena, resumiu "a década visionária", tema da última reunião que coroou os trabalhos realizados pela instituição vinculada à Unesco para promover a Cultura de Paz e a Não Violência em benefício das crianças do Mundo.

"Um professor americano foi ensinar esportes em uma tribo africana. Um dia, trouxe uma cesta de guloseimas e postou-a perto de uma linha que desenhou no chão atrás de onde postou todas as crianças de seu time. Ele queria mostrar que, para ganhar, um time precisava entender o espírito de competição. Cerca de 500 metros da linha havia uma árvore. O professor, então, disse ao time que ganharia a cesta de guloseimas quem, ao final de uma contagem de um a três, chegasse em primeiro lugar até à árvore.

Entendida a mensagem, o professor começou a contagem. 1...2...3!

Sem uma palavra sequer, os jovens, em movimento único, se deram as mãos e, juntos, caminharam em direção à árvore."


Foi com esta história, que, segundo seu próprio testemunho, Lia repete em salas de aula e auditórios, como o do MASP, palco do 85o. e último dos fóruns do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz, que ela comentou: "Ainda que tenhamos muito a ensinar - e o fizemos, neste tempo todo - temos muito a aprender."

De patinho feio a cisne



Após esta fala, estava oficialmente lançado o livro 2000/2010 - Cultura de Paz: da reflexão à ação. Inicialmente projetado para ser "apenas um relatório burocrático grampeado, tornou-se algo muito maior", reconheceu a uma plateia que o recebeu à chegada do evento e não somente lotou o auditório, como ainda teve, entre Ongistas, políticos, jornalistas e representantes de entidades que marcaram todos os trabalhos realizados durante a década, o rabino Henry Sobel, que presidiu a Congregação Israelita em São Paulo por anos, e o ex-secretário da Unesco no Brasil, Jorge Werthein.

Sobre o evento, em si, creio que minha querida editora e #twiga Elisabete Santana, venha a postá-lo brilhantemente, como já o adiantou aqui. Sobre a experiência que tornou o burocrático relatório nesta viagem incrível, ela também o fez aqui, o que já dividi com vários de vocês, pelo #twitter, e acho que em post, também.

Houve reivindicações que cabem mais a ela e toda a sua equipe levar adiante do que a mim. O que importa, realmente importa, é saber que nesta década se realizou muito em prol da paz no mundo e aqui também. Que é possível e viável. Havendo vontade política, de crianças, jovens, adultos, de todos, deixa de ser utopia para virar... realidade! #vQv... porque mais décadas vêm por aí... :D