domingo, 7 de agosto de 2011

Vaca ou veado?

Imagem: http://bit.ly/nIcKOM

Era um sábado, como outro qualquer, destes em que a gente passa a maior parte do tempo em casa, fazendo arte, lendo, usando o computador, sem o menor saco de sair, ou dedicar-se “às coisas do lar” (ugh!). Nove e meia da noite. Já ia batendo aquela fome de arder o estômago e nenhuma vontade de cozinhar. Resolvi me mexer. “Filho, vamos pedir alguma coisa? Que tal uma comida chinesa, pra variar? Eu sei que você gosta de rolinho primavera, aproveito e peço um franguinho diferente e vem com aqueles biscoitinhos tipo biju, com mensagens da sorte, lembra, que tal?” fui sacando logo, já emendando para evitar um não de cara. Afinal, com esta geração carboidrato, é bom ensaiar um Plano B pra incrementar logo e evitar a chance do Ahhh nããããããoooooooo.


“Chiiiiiiiiiina in Box?”, veio lá de dentro do quarto o bordão com sotaque chinês e tudo, ao que eu entendi como um sonoro 'simmmmmmm senhoro, nô'?  Nem mais um minuto a perder antes de uma mudança de ideia, lá fui eu, lépida e fagueira,  literalmente catar o folder com o telefone da dita cuja. Prepare-se:  
“Alô, queria fazer um pedido”. “Primeira vez que liga para nós?”“Sim, primeira vez.”“E o número da senhora é este que aparece aqui no visor? Posso repetir?”, perguntou o rapaz, entoando os oito algarismos referentes ao número de casa.
 “Isso, o número de telefone é este mesmo”.
Aí seguiu-se a cartilha normal de dez entre dez restaurantes para os quais você liga, ao cadastrar-se para o primeiro pedido. Passei direitinho o número do CEP, a rua, o número do edifício e do apartamento, enfim, ia tudo muito bem. Até que veio a pergunta fatídica. 
"Seu nome?" "Vany".
“Como?”“Vany”, repeti, firme, mas calma e pausadamente.
“Vany com V de vaca?”
#freeeeeeeeeeeze!

Tudo passou na minha cabeça como frações de milésimos de segundo. Num tava acreditaaaaaaaaaaando! Com tanta palavra mais digna do V no dicionário - vitória, visão, vida, valor, vinho? A resposta veio em quase #realtime! 


“Não, V de veado”!